Dos 12 campeões da Olimpíada Rio 2016 com a seleção masculina de vôlei, 10 estarão disputando a Superliga 2016/2017, que começa nesta quarta-feira, às 20h, com o jogo entre Juiz de Fora contra Campinas.
O mais olímpico dos times é o Sesi-SP, com quatro medalhistas de ouro. A 23ª edição da maior competição nacional da modalidade terá dois gaúchos. Com orçamentos enxutos, Bento Vôlei e Canoas apostam em times que mesclam experiência e juventude para tentar fazer frente a gigantes.
pesquisa
Eduardo Castilhos
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Leandro Maciel
AS SEDES
MINAS GERAIS
SÃO PAULO
PARANÁ
RIO GRANDE DO SUL
O PRIMEIRO CAMPEÃO
94/95 – O Frangosul/Ginástica foi o primeiro campeão da Superliga. A equipe de Novo Hamburgo venceu a melhor de cinco por 3 a 0 sobre o Report/Suzano. Os jogadores foram recebidos como heróis no retorno à cidade, onde fizeram carreata em caminhão de bombeiro.
OS MAIORES CAMPEÕES
3 títulos
97/98 – O segundo título da Superliga do Rio Grande do Sul, assim como os outros três seguintes, foram da Ulbra. Ainda na época da vantagem no vôlei, a Ulbra venceu a Olympikus, no Rio de Janeiro, por 3 sets a 1 (parciais de 15/12, 15/9, 5/15, e 15/12).
98/99 – O bicampeonato veio com o a vitória sobre o Papel Report/Nipomed na quarta partida do playoff.
02/03 – O líbero Jeffe e o central André Heller foram peças fundamentais no tricampeonato da Ulbra. Novamente fora de casa, desta vez o título veio em Santa Catarina, contra a Unisul.
4 títulos
MINAS TÊNIS CLUBE (MG) – 99/00, 00/01, 01/02 e 06/07
CIMED (SC) – 05/06, 07/08, 08/09 e 09/10
CRUZEIRO (MG) – 11/12, 13/14, 14/15 e 15/16
A BOLA
Desde 2012 a Mikasa é a fornecedora oficial da Superliga. A bola utilizada é a MVA 200, que é confeccionada com microfibra e matrizada. Pesando entre 260 e 280 gramas, ela também é utilizada nos Jogos Olímpicos e Liga Mundial.
CANOAS (RS)
OS GAÚCHOS
Estreou na Superliga em 2012, porém jamais conseguiu ultrapassar as quartas de final da competição. E esse é o objetivo principal do atual pentacampeão gaúcho. Para a temporada, apostou em contratações como a central Maicon Leite, ex-São José dos Campos, e do líbero Thales Hoss, natural de São Leopoldo e que estava no Voleisul. Será dele a responsabilidade de substituir o experiente Jeffe, que trocou às quadras para cumprir funções administrativas. Além deste, outros jogadores formados nos clubes do Rio Grande do Sul irão compor a equipe. É o caso dos ponteiros Composto e Alison Bastos e do central Maurício Bezner. Dentro de quadra, a experiência do levantador Evandro Batista, que já teve passagens por clubes como a Ulbra, Minas Tênis Clube e Vôlei Futuro. Do lado de fora, a rodagem do técnico Marcelo Fronckowiak, único campeão da Superliga como treinador e jogador. O carnê para assistir os 11 jogos da primeira fase custa RS 110,00. Comprando esta modalidade, os torcedores vão concorrer a duas viagens com a equipe para um jogo fora de casa.
Técnico
Marcelo Fronckowiak.
TIME BASE
Levantador
Evandro
Ponteiros
Alisson Melo e Gabriel
Centrais
Ialisson e Maicon
Oposto
Alemão
Líbero
Thales
BENTO VÔLEI (RS)
Técnico
Paulão
Faz tempo que a cidade se envolve com o voleibol. Tanto é que, em 1996, o Esportivo de Bento Gonçalves foi o campeão gaúcho. Depois disso, em 1999, o Bento Vôlei foi criado e acabou se tornando um dos times mais tradicionais na Superliga. Desde a estreia no torneio, em 1998, acumula 12 participações. Porém, em 2009, sofreu com a falta de investimento. Só foi voltar à elite do vôlei nacional após conseguir a segunda colocação na Liga B de 2015. O que lhe rendeu a classificação à Superliga.
Para esta temporada, sofreu em virtude da suspensão do Programa Pró-Esporte. Porém, mesmo conseguindo o benefício, não pôde se estruturar da maneira adequada para a competição nacional. O reflexo disso é o grande número de jogadores da base que atuará na equipe profissional. O time terá de lidar com o desentrosamento, já que quatro reforços importantes –entre eles o levantador Sandro, ex Sesi-SP – chegaram a Bento Gonçalves há menos de uma semana da estreia. Para empurrar o time, promoção de ingressos. O carnê para ver os 11 jogos da primeira fase custa R$ 100. Ou seja, o torcedor poderá ver os principais nomes do voleibol mundial em ação por apenas R$ 9,00 por jogo.
TIME BASE
Levantador
Sandro
Ponteiros
Clinty e Deivid
Centrais
Zé Ricardo e Douglas Bastos
Oposto
Bergamo
Líbero
Daniel
AS OUTRAS 10 EQUIPES QUE
VÃO PARA O CAMPEONATO
CRUZEIRO (MG)
Técnico
Marcelo Mendes.
Mundial de Clubes, Sul-Americano, Supercopa, Copa do Brasil, Superliga e Campeonato Mineiro. Não há o que o Sada não tenha conquistado. É o projeto a ser seguido e o time a ser batido no país. Desde 2009 no comando, o técnico argentino Marcelo Mendez é um dos responsáveis pela base sólida que defende há pelos menos cinco anos. Apostas no levantador campeão olímpico William, o ponteiro Filipe e o líbero Serginho, concretizaram-se no tetracampeonato Superliga e no bi mundial. O clube ainda investe no futuro. Natural de Caxias do Sul, Fernando Kreling, o Cachopa, chegou ao Sada aos 17 anos. Agora com 20, é o reserva imediato do levantador William e titular da categoria de base da seleção brasileira.
TIME BASE
Levantador
William
Ponteiros
Filipe e Leal
Centrais
Isac e Simón
Oposto
Evandro
Líbero
Serginho
CAMPINAS (SP)
Técnico
Eduardo Horácio Dileo.
Mesmo sendo vice-campeão da última Superliga, o time perdeu investimentos para a temporada 2016/2017. Ainda assim, acertou a permanência de nomes como o dos centrais Vini e do campeão olímpico Mauricio Souza, melhor bloqueador da última edição. A equipe ainda conta com o líbero gaúcho que deve assumir o lugar de Serginho na seleção brasileira. Thiago Brendle, natural de Condor, teve a melhor recepção da competição em 2012, além de ter passagem por clubes do Rio Grande do Sul como a UCS e o Bento Vôlei.
TIME BASE
Levantador
Rodriguinho
Ponteiros
Ceará e Diego
Centrais
Vini e Maurício Souza
Oposto
Rivaldo
Líbero
Thiago Brendle
TAUBATÉ (SP)
É o atual tricampeão paulista. Para essa Superliga, contará com o oposto Wallace, maior pontuador da Olimpíada e que estava no Sada. Além deste, o central gaúcho Éder e o ponteiro Lucarelli vão defender o clube do interior paulista e fizeram parte da seleção bicampeã olímpica. O time ainda aposta em jovens centrais gaúchos: Renan Santos, 22 anos, ex-Voleisul, e Nicolas Bernard, que estava no Minas Tênis Clube e acumula diversas passagens pelas categorias de base da seleção brasileira.
Técnico
Cezar Douglas.
TIME BASE
Levantador
Rafael
Ponteiros
Lucarelli e Lucas Lóh
Centrais
Éder e Otávio
Oposto
Wallace
Líbero
Mário Jr.
SESI (SP)
Técnico
Marcos Pacheco.
Estreou em 2009 na competição. Desde então, conquistou um título e dois vice-campeonatos. É o clube com mais campeões olímpicos. São quatro: Bruninho, Lucão – que, além da seleção, jogaram juntos em clubes como o Modena-ITA e Cimed, de Florianópolis –, Douglas Souza e o líbero Sérginho. Ainda contará com o ponteiro gaúcho Murilo, prata em Londres e Pequim, o oposto Theo e o jovem central Aracaju. No banco de reservas, Marcos Pacheco soma três títulos de Superliga como técnico. O os dois primeiros vieram com a extinta Cimed, de Santa Catarina, e o terceiro com o próprio Sesi-SP, em 2010/2011.
TIME BASE
Levantador
Bruninho
Ponteiros
Murilo e Douglas Souza (Fábio)
Centrais
Éder e Otávio
Oposto
Theo
Líbero
Serginho
MONTES CLAROS (MG)
Vice-campeão em 2009, o Montes Claros tem uma torcida apaixonada por voleibol. Tanto é que foi responsável pela maior média de público da última Superliga. Agora, o time aposta em nomes com rodagem como o do levantador gaúcho Murilo Radke para voltar à semifinal Superliga, o que não acontece desde 2011. Murilo passou por todas as categorias de base do Brasil e estava atuando no Bydgoszcz, da Polônia. Na seleção principal, foi medalha de prata na Liga Mundial da Itália, em 2014. Porém, não defende o país desde os Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, quando esteve com a Seleção de Novos, que acabou perdendo a final para a Argentina.
Técnico
Marcelinho Ramos.
TIME BASE
Levantador
Murilo Radke
Ponteiros
Bob e Jhonatas
Centrais
Salsa e Robinho
Oposto
Luan
Líbero
Kashel
MINAS TÊNIS CLUBE (MG)
Técnico
Nery Tambeiro.
Já venceu a Superliga quatro vezes, mas desde 2012 não chega ao pódio da competição. Medalhista de prata em Pequim 2008, Samuel Fuchs era apontado como um dos principais promessas. Na época, uma grave lesão no ombro fez com que seu rendimento baixasse. Chegou a passar por Ulbra e Voleisul e acabou retornando ao minas. Agora, é ao lado do oposto cubano Yordan Bisset a referência da equipe que foi vice-campeã mineira mas iniciou o campeonato mundial fazendo má campanha.
TIME BASE
Levantador
Gelinski
Ponteiros
Mão e Samuel
Centrais
Pétrus e Flávio
Oposto
Yordan Bisset
Líbero
Rogerinho
MARINGÁ (PR)
Técnico
Nutti.
A equipe fará a sua quarta Superliga. A penúltima colocação na edição passada rendeu o rebaixamento ao time. Por isso, tinha fechado com o Voleisul para se manter na elite. Porém, o Maringá desfez a relação e vai disputar a competição com uma vaga própria após a saída do São José dos Campos. Para melhorar a péssima posição na tabela, mais de meio time foi contratado. O central Michael Silva, ex-Campinas, é o principal nome dos atletas que irão compor o elenco neste ano. A permanência do experiente levantador Ricardinho é o ponto forte do time paranaense. O campeão olímpico também é o presidente da equipe que tenta nesta edição a inédita vaga à semifinal.
TIME BASE
Levantador
Ricardinho
Ponteiros
Sérgio e Renato Hermely
Centrais
Michael e Ualas
Oposto
Marcílio
Líbero
Felipe
JUIZ DE FORA (MG)
Técnico
Henrique Furtado.
Participa da competição desde 2011, porém nunca passou da oitava colocação. Para piorar, há dois anos a equipe perdeu o apoio da Universidade Federal da cidade. Tem no oposto Renan, de 2m17cm, a principal esperança para chegar às quartas de final, o que já seria um título para o time. O jogador tem passagens pelas categorias e atualmente pertence ao Cruzeiro, mas, assim como outros quatros atletas e parte da comissão técnica, foram emprestados ao Juiz de Fora.
TIME BASE
Levantador
Rodrigo
Ponteiros
Ricardo e Rafael
Centrais
Rômulo e Bruno
Oposto
Renan
Líbero
Fábio
CASTRO (PR)
Técnico
Fábio Sampaio.
Entrou na Superliga B de 2016 como uma equipe amadora e sagrou-se campeã, conseguindo o acesso à primeira divisão. A base para a estreia na elite do voleibol nacional é a mesma. Mesmo sendo a atual campeã paranaense invicta, o objetivo principal da equipe é não voltar para a segunda divisão. Para isso, conta com Edy. Agora atuando na posição de oposto, o ex-ponteiro, apesar de ter apenas 23 anos, já soma passagens pelas categorias de base da seleção brasileira, Pinheiros, São Bernardo e Suíça.
TIME BASE
Levantador
Lucas
Ponteiros
Bruno e Cristiano
Centrais
Thales e Diego
Oposto
Edy
Líbero
Matheus
SÃO BERNARDO (SP)
Técnico
Douglas Chiarotti.
A equipe foi convidada pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) para disputar a Superliga no lugar do Voleisul, que desistiu por falta de verba. O principal nome do time é o levantador Marlon. Bicampeão mundial, o ex-jogador da seleção brasileira estava no Bento Vôlei e agora volta ao São Bernardo, time que defendeu entre 2008 e 2010. A equipe ainda conta com vários jogadores da base, entre eles, dois ponteiros gaúchos: Vinicius Silveira, ex-Sogipa, e Lucas Madalóz, que já teve passagens pelas seleções de base.
TIME BASE
Levantador
Marlon
Ponteiros
Lucas Madalóz e Ademar
Centrais
Wender e Victor Babugia
Oposto
Gabriel Cândido
Líbero
Rafinha
COMO FUNCIONA O CAMPEONATO
Todas as 12 equipes se enfrentam em jogos de ida e volta. Ao final das 22 rodadas, os oito melhores classificados avançam às quartas – primeiro contra oitavo, segundo contra sétimo, terceiro contra sexto e quarto contra quinto. Os playoffs serão disputados em melhores de cinco e não de três como foi na temporada passada. As paradas técnicas no oitavo e no décimo sexto ponto foram excluídas e a final segue sendo em jogo único.
PONTUAÇÃO
Em caso de vitória por 3 sets a 0 ou 3 a 1, o vencedor leva três pontos. A equipe que sofrer derrota por 3 a 0 ou 3 a 1, não pontua. Já o resultado por 3 a 2 rende dois pontos para o time que ganhou e um para o perdedor.
CURIOSIDADES
Rafael Martins de Almeida, o Rafinha, é o único jogador que disputou todas as 22 edições da Superliga. Mineiro, o atleta vai jogar esta edição pelo Sesi-SP e é o reserva imediato do levantador Bruninho.
Campeão olímpico pela seleção brasileira, o levantador William, 36 anos, é o jogador com mais prêmios individuais na Superliga. Na última edição do torneio, foi eleito pela sexta vez consecutiva o melhor da posição.
ONDE ACOMPANHAR
Os jogos serão transmitidos pelos canais SporTV (TV fechada) e pela REDETV (TV aberta). A final é televisionada pela RBS TV.
ENTREVISTA
Marco Freitas
Comentarista de vôlei dos canais SporTV
"O TÍTULO NÃO
ESCAPA DE CRUZEIRO, TAUBATÉ OU SESI-SP"
Quais clubes chegam mais fortes?
Taubaté, Sesi-SP e Cruzeiro chegam com equipes em condições muito parecidas para conquistar o campeonato. Taubaté já era muito forte, reforçou-se e ainda conseguiu atrapalhar o Cruzeiro, que era o time mais entrosado até então. Há tempos não tínhamos um campeonato que três equipes têm todas as chances. O título não escapa de Cruzeiro, Taubaté ou Sesi-SP.
Quanto aos outros times, a imprevisibilidade é muito grande. Creio que as demais equipes estão em outro escalão, que é liderado por Campinas.
Qual a sua impressão sobre os times gaúchos?
Os gaúchos têm tradição demais no voleibol. Lamento que o Rio Grande do Sul não tenha um investimento compatível com a paixão da torcida pelo esporte. Além disso, o biotipo dos atletas do Estado é ótimo. O problema é que os jovens, por falta de recursos, estão indo para São Paulo e Minas Gerais. Sempre que o Rio Grande do Sul teve um grande investimento, chegou na final.