ESGRIMA

Quem vê um combate de esgrima de fora pode se perguntar como os atletas conseguem ver o que está acontecendo. Protegidos por máscaras escuras, os esgrimistas buscam atingir o adversário. De dentro da proteção, o atleta vê uma tela a sua frente - é a malha de fios de aço que garante que não sejam atingidos. Depois de algum tempo de prática, a máscara passa despercebida.

- Eu nem noto mais. Dá para enxergar bem - garante Gabriela Cecchini, do Grêmio Náutico União, bronze no Mundial cadete em 2013.

A cabeça do esgrimista está focada na estratégia. Há quem diga que a modalidade é um xadrez em movimento, de tão importante que é a parte tática. Os mais diversos aspectos do jogo podem influir no resultado: encontrar a distância ideal para enfrentar um adversário, saber como ele faz para se defender ou atacar e tirar proveito de seus equívocos. Tudo com o objetivo de atingi-lo, disparando o aparelho eletrônico que acende uma luz para acusar quando um dos atletas foi tocado. Chega-se à vitória com cinco pontos nos combates da fase de classificação ou 15 nos eliminatórios. A esgrima, portanto, é bem mais sofisticada do que as barulhentas sequências de choques de lâminas que se vê nos duelos do cinema.

Se nos filmes a preocupação dos heróis é evitar ferimentos - e até a morte, no esporte a integridade dos atletas é garantida por um forte equipamento de segurança. As roupas, por exemplo, são feitas de kevlar, mesmo tecido usado em coletes à prova de balas. As investidas mais fortes dos adversários resultam, no máximo, em hematomas.

- A única coisa que a gente reclama é de que a roupa é quente - conta Gabriela.

Voltar para a capa