GINÁSTICA ARTÍSTICA

A montagem de uma série de movimentos da ginástica artística é como um quebra-cabeças. Há uma lista de exigências mínimas que deve ser respeitada. Os elementos são classificados de acordo com o grau de dificuldade e movimentos de diferentes níveis têm de aparecer antes do ginasta fixar os dois pés no chão e levantar os braços, indicando o fim da apresentação.

Uma vez decidida a série, ela acompanhará o atleta durante cerca de um ano. Treina-se cada aspecto, cada detalhe, à exaustão.

- A gente treina de segunda à sábado. Cada treinamento é de mais de quatro horas. São mais leves no início da semana e, depois, vão crescendo em intensidade. Na sexta-feira, simulamos uma competição. Os ginastas passam por todos os aparelhos e são avaliados - conta um dos técnicos do Grêmio Náutico União, André Cupertino.

A cada nova série, o atleta tem de conviver com um companheiro incômodo, que tenta o frear desde a infância: o medo. O ginasta desafia a gravidade ao ficar de cabeça para baixo ou dar piruetas no ar. O corpo, naturalmente, reage. Quando aprende um novo movimento que percebe como perigoso, se retrai. Algo que acontece até no alto rendimento.

- Quando a gente é criança esse medo é maior, mas ele sempre está lá. Toda vez que a gente coloca um novo elemento, tem um pouco de medo - reconhece Luis Guilherme Porto, campeão pan-americano juvenil no salto sobre o cavalo.

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