Wagner

vê o que sai da tua casa

De colchão a computador: o que vê um coletor de lixo em Porto Alegre

Todos os dias, 1,2 tonelada de lixo orgânico é recolhida das ruas de Porto Alegre pela coleta doméstica. Os cerca de 250 coletores que fazem esse trabalho costumam ser vistos correndo atrás dos caminhões. Mas somente quando se assume o ponto de vista de um deles é possível entender o desafio que é limpar uma cidade de 1,4 milhão de habitantes.

– A gente enfrenta sol, chuva, o que for. É puxado, mas temos de deixar a cidade limpa – conta o coletor Wagner Gonçalves, 30 anos.

O ângulo de visão de Gonçalves revela o grau de preparo físico necessário para catar os sacos de lixo, correr atrás do caminhão, lançá-los no interior do veículo, correr até o ponto de coleta seguinte e repetir o processo por horas e horas.

Em meio a essa rotina frenética, os coletores precisam ainda cuidar o fluxo de automóveis para não serem atropelados, evitar cacos de vidro descartados irregularmente – entre 25% e 30% do lixo doméstico contém itens recicláveis como madeira, metal e vidro – e se precaver de cães soltos. Na coleta acompanhada por ZH, tiveram de recolher cadeiras plásticas, colchão de casal, impressora e restos de um computador.

— A gente vê de tudo — resume Gonçalves.

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