A bola já rola no Brasileirão 2015 sob uma perspectiva de maior equilíbrio na briga pelo título em relação às duas edições anteriores.

O bicampeão Cruzeiro, que assumiu a liderança ainda no primeiro turno em 2013 e 2014 – nesse último na sexta rodada –, segue forte, mas passou por grande reformulação. A competição vai até 6 de dezembro e não para durante a Copa América, entre 11 de junho e 4 de julho. No período, ocorrerão sete rodadas. Nove times cederão jogadores para as seleções, entre eles a dupla Gre-Nal. Veja o Guia do Brasileirão de ZH e fique por dentro dos 20 times.

O Atlético-MG tenta quebrar o maior período sem conquistas de Brasileirão entre os times que já venceram a competição: 34 anos. Para isso, o técnico Levir Culpi conta com a força ofensiva da equipe que tem no argentino Lucas Pratto, substituto de Diego Tardelli, o seu homem-gol. Outro hermano fundamental para o esquema atleticano funcionar é o ex-colorado Dátolo. Com o camisa 10 inspirado, a velocidade de Carlos e Luan pelas pontas e o oportunismo de Pratto, o ataque do Atlético-MG é uma dor de cabeça para qualquer defesa.

MARCOS

GUILHERME

Marcelo Oliveira- BD

O Atlético-PR aposta novamente na fórmula de formar uma equipe sem grandes investimentos, recheada de jogadores oriundos das categorias de base, como o talentoso meia-atacante Marcos Guilherme. A exceção à regra é o atacante Walter, que chegou ao time paranaense em abril para suprir a saída de Marcelo Cirino, atualmente no Flamengo. Na casamata, Milton Mendes, ex-Ferroviária-SP, é o terceiro treinador no ano – Claudinei Oliveira e Enderson Moreira passaram pelo clube antes.

Cristiano Estrela- BD

AVAÍ

Após um fraco desempenho no Catarinense, no qual disputou o quadrangular do rebaixamento, o Avaí buscou muitos reforços para o técnico Gilson Kleina – contratado em março – reformular o grupo. O objetivo principal é permanecer na Série A, para onde retornou após três anos na B. Vários ex-jogadores do Grêmio estão na Ressacada, como os volantes Eduardo Costa e Adriano, o meia e ídolo Marquinhos e o centroavante André Lima. Assim como outros emergentes, o ponto fraco do Avaí é a falta de peças de reposição aos titulares.

Chapecoense- Divulgação

CHAPECOENSE

No segundo ano na primeira divisão, a Chapecoense mantém o projeto de mesclar jogadores de menor expressão com alguns com rodagem no futebol brasileiro. Principal jogador na campanha do ano passado, o meia Camilo permaneceu e será uma das peças essenciais do esquema do técnico Vinícius Eutrópio, assim como o zagueiro e capitão Rafael Lima. Se perdeu o centroavante Leandro Pereira para o Palmeiras, contratou Roger, ex-Sport e Ponte Preta, que chegou da Coreia do Sul para ser um dos artilheiros do Catarinense.

Daniel Augusto Jr - Divulgação

Tite volta a comandar o Corinthians em um Brasileirão depois de deixar o comando em 2013, quando o time terminou no 10º lugar. Atuando no 4-1-4-1, com uma intensidade de jogo do futebol europeu, a equipe teve grandes atuações no Paulista e na Libertadores, e chega como uma das favoritas ao título. Com titulares como Guerrero, Jadson, Renato Augusto, Elias e Sheik, e reservas como Vagner Love, Edu Dracena, Malcom e Danilo, o Corinthians tem um dos melhores grupos da competição. Em julho, no entanto, pode perder o peruano Guerrero, artilheiro da equipe em 2014, em fim de contrato.

Coritiba - Divulgação

CORITIBA

Sem muitos recursos, o Coritiba aposta nas categorias de base e em jogadores "baratos" para suprir a saída da espinha dorsal da equipe do ano passado. O time perdeu o goleiro Vanderlei, os meias Robinho e Alex e os atacantes Geraldo e Joel. Como a goleada sofrida para o Operário na final do Paranaense mostrou, a diretoria precisará ir atrás de reforços. Wellington Paulista, ex-Inter, o atacante Negueba e o volante João Paulo, ex-Atlético-PR, não foram suficientes. O centroavante Rafhael Lucas, 22 anos, marcou 12 gols no Paranaense, e será uma das esperanças da equipe para o Brasileirão.

CRUZEIRO

O time bicampeão brasileiro não existe mais. Com as saídas de Lucas Silva, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, o técnico Marcelo Oliveira tem tido trabalho para equilibrar a equipe de 2015. Reforços como o volante Willians, o uruguaio De Arrascaeta e Leandro Damião, que substituiu Marcelo Moreno, estão em boa fase, mas, juntos, ainda não dão ao time a eficiência de outrora. Apesar da queda de qualidade do grupo, o Cruzeiro segue como um dos candidatos ao título.

Cristiano Estrela - BD

Após a boa campanha de recuperação no ano passado, Argel permaneceu no Figueirense. Além da manutenção da comissão técnica, oito titulares continuam na equipe vice-campeã catarinense. Se mantiver a formula do sucesso de 2014, com um forte sistema defensivo para explorar contra-ataques velozes com os atacantes Clayton e Mazola, a luta do Figueirense pela permanência na elite será menos árdua.

Gilvan de Souza - Divulgação

FLAMENGO

Se em 2014 Luxemburgo livrou o Flamengo do rebaixamento, neste ano ganhou reforços suficientes para ser um candidato ao título. Quatro deles serão titulares: os laterais Pará e Armero, o volante Jonas e, o principal, Marcelo Cirino. Alecsandro continua marcando seus gols. Foi o artilheiro do time no Carioca, competição na qual o Rubro-Negro caiu nas semifinais. Luxemburgo, no entanto, tem testado um time mais veloz, com Marcelo Cirino como referência ofensiva, e os meias-atacantes Gabriel e Everton pelas pontas.

FLUMINENSE

Sem o apoio financeiro da Unimed, o Fluminense precisou negociar alguns dos seus principais nomes, como Conca e Cícero. Assim, os cariocas se voltaram para as categorias de base e encontraram boas promessas como o meia Gerson, 17 anos, e o meia-atacante Kenedy, 20, ambos já titulares. Artilheiro do Brasileirão passado, Fred manteve o ritmo neste ano e acabou como goleador do Carioca – o Flu foi eliminado nas semifinais. A defesa é o ponto fraco.

Marcelo Oliveira -BD

GOIÁS

Apesar do assédio, o Goiás conseguiu manter o seu principal jogador no Brasileirão 2014: o atacante Erik, 20 anos, considerado a revelação do campeonato. O garoto foi um dos destaques na campanha do título goiano deste ano, com cinco gols. Hélio dos Anjos, rebaixado com o Caxias, voltou ao clube e levou uma legião de destaques do Gauchão: o lateral-esquerdo Rafael Forster (Brasil-Pel), o zagueiro Fred (Novo Hamburgo), o volante Patrick (Caxias) e o atacante Wesley (Cruzeiro).

Carlos Macedo -BD

GRÊMIO

Com a política de redução dos investimentos no futebol, o Grêmio terá muitos jovens jogadores como opção para o grupo. No time titular de Felipão, que espera a chegada de reforços, a base do Gauchão deverá ser mantida. A defesa, que já foi a menos vazada no último Brasileirão ao ceder apenas 24 gols, ainda é o ponto forte. Se o técnico conseguir solucionar as dificuldades ofensivas, sua equipe pode brigar por um lugar no topo da tabela.

Ricardo Duarte -BD

INTERNACIONAL

A Libertadores continuará sendo o foco principal do Inter. Mas, como mostrou na campanha do título do Gauchão, Diego Aguirre conseguiu montar um grupo capaz de dividir sua atenção em duas competições. Com a mescla de jovens e cascudos, o uruguaio conseguiu dar equilíbrio ao time, cada vez mais veloz. Se mantiver o nível dos últimos jogos da fase de grupos da competição sul-americana e das finais do Estadual, será um dos favoritos na briga pelo título.

Leo Munhoz -BD

JOINVILLE

Após 28 anos de ausência da Série A, o Joinville conquistou um lugar na primeira divisão do Campeonato Brasileiro e chega com a credencial de campeão da Série B e do Campeonato Catarinense – o título está sub judice. Depois de se destacar no Estadual pelo Inter de Lages, Marcelinho Paraíba chegou com status de craque para o time de Hemerson Maria, à frente da equipe desde dezembro de 2013. Permanecer na elite é a meta.

Cesar Greco -Fotoarena

PALMEIRAS

Após se livrar do rebaixamento na última rodada em 2014 – graças à icompetência dos rivais –, o Palmeiras abriu os cofres, impulsionado pela grande arrecadação do novo estádio e pelo aumento no número de sócios. Vinte jogadores e o técnico Oswaldo de Oliveira foram contratados. Destaque para Arouca, Zé Roberto, Cleiton Xavier e Dudu. Uma reformulação geral que exige tempo para entrosamento. Na campanha do vice-campeonato paulista, o time teve atuações irregulares.

RENATO CAJÁ

Ponte Preta - Divulgação

Demitido no início da campanha do Brasileirão de 2013, ano em que a Ponte Preta foi rebaixada, o técnico Guto Ferreira voltou em julho do ano passado para recolocar o time na Série A. Os campineiros fizeram um bom Paulistão. Caíram apenas nas quartas de final contra o Corinthians, em partida que foram prejudicados pela arbitragem. Guto terá uma boa dupla de ataque, com o experiente e goleador Borges e o velocista Rildo.

Ricardo Saibun- Divulgação

SANTOS

O Santos aderiu a uma nova realidade financeira para 2015. Após perder Arouca, Leandro Damião, Thiago Ribeiro, Edu Dracena, Mena e o goleiro Aranha logo na largada do ano – a maioria por dever salários ou direitos de imagem –, a equipe paulista apostou na mescla de veteranos como Elano, Renato e Ricardo Oliveira com jovens como Geuvânio, Lucas Otávio e Gabriel. Deu certo no Paulistão, mas terá grupo para manter a regularidade em uma competição de 38 rodadas?

SÃO PAULO

Vice-campeão do Brasileirão no ano passado, o São Paulo esperava, mesmo sem Kaká, manter o ritmo no início da temporada. Piorou. E o desempenho inconstante no Paulista e na Libertadores agregado aos problemas de saúde fizeram Muricy Ramalho deixar o clube. A diretoria quer um técnico estrangeiro, tentou Alejandro Sabella, mas, sem retorno, desistiu do argentino. Enquanto procura uma nova opção , o presidente efetivou o auxiliar Milton Cruz, que tenta fazer Ganso e companhia serem competitivos. O São Paulo ainda pode perder o líder Rogério Ceni, que deve se aposentar depois da Libertadores.

Com as quedas de Bahia a Vitória no ano passado, o Sport é o único representante do Nordeste neste Brasileirão. O início do ano não foi bom para os pernambucanos, eliminados nas semifinais da Copa do Nordeste e no Campeonato Pernambucano. Diego Souza, ex-Grêmio, continua sendo o destaque da equipe do técnico Eduardo Baptista, filho de Nelsinho. Para auxiliar o meia, o Sport trouxe o centroavante Hernane "Brocador", vice-artilheiro do Brasileirão 2013 com a camisa do Flamengo.

Terceiro colocado na Série B, o Vasco retornou à elite em um período de transição. Em 1º de dezembro, Eurico Miranda voltou à presidência. Com o intuito de "resgatar o respeito do Vasco", o dirigente lidera uma reformulação que começou com as saídas de Joel Santana e mais de 15 jogadores. Com o técnico Doriva, campeão paulista com o Ituano, chegaram o meia Julio Dos Santos, ex-Grêmio, e os atacantes Dagoberto e Gilberto, ex-Inter, os principais reforços. Apesar das limitações do grupo, em pouco tempo Doriva montou um time competitivo, capaz de conquistar o título do Carioca.