PROJAC
Inaugurado em outubro de 1995, a Central Globo de Produção, o Projac, é um complexo de estúdios e produção. Localizado em em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, tem área total de 1,6 milhão de metros quadrados. São 10 estúdios, que ocupam 8 mil metros quadrados, cidades cenográficas, fábrica de cenários, acervo de figurinos, núcleo de efeitos especiais e vários outros departamentos que compõem a indústria de entretenimento da Globo.
Cerca de 9 mil pessoas trabalham no Projac, entre funcionários da emissora e prestadores de serviço. Cinco micro-ônibus e 200 carrinhos elétricos fazem o transporte interno no local. Outro dado grandioso da Central Globo de Produção: na fabricação de cenário, são usados por ano mais de 9 mil metros cúbicos de madeira e cerca de 70 toneladas de pregos.
CHACRINHA
Com um figurino extravagante e bordões que entraram para a história da TV, Abelardo Barbosa (1917 _ 1988) teve duas passagens pela TV Globo. A primeira em 1967, quando foi contratado para apresentar dois programas: a "Discoteca do Chacrinha", às quartas-feiras, e "A Hora da Buzina", rebatizado em 1970 como "Buzina do Chacrinha", aos domingos. Ficou até 1972, quando voltou para a Tupi.
Sua segunda passagem pelo canal foi em 1982, desta vez para apresentar, nas tardes de sábado, seu maior sucesso, o "Cassino do Chacrinha". Mistura de programa de auditório com atrações musicais e show de calouros, o Cassino permaneceu na grade de programação da Globo até a morte do apresentador, em 1988. As assistentes de palco de Chacrinha, as Chacretes, entre elas Rita Cadillac, também fizeram muito sucesso.
XUXA
Após passagem pela Manchete, Maria da Graça Xuxa Meneghel assinou contrato com a Globo em 1986 para estrelar o “Xou da Xuxa”. O programa, exibido nas manhãs de segunda a sexta até 1992, misturava brincadeiras, música, números circenses e desenhos animados. A Rainha dos Baixinhos ainda fez outros dois programas de muito sucesso: “Xuxa Park” (1994 a 2001), que tinha a mesma premissa do “Xou”, e “Planeta Xuxa” (1997 a 2002), que apresentava números musicais e alguns quadros, como “Intimidade”, em que ela conversava com famosos.
Nos anos 2000, voltou a investir em programas infantis e lançou o projeto “Xuxa Só para Baixinhos”, que até 2008 teve sete edições. Com essa iniciativa, surgiu o “Xuxa no Mundo da Imaginação”, exibido entre 2002 e 2004. Em 2005, estreou o “TV Xuxa”, inicialmente com a premissa do “Xou” e, mais tarde, seguindo a linha do “Planeta”. Em 2014, a apresentadora tirou licença para tratar um problema no pé. Em 2015, Xuxa deixou a Globo e assinou com a Record.
SÍTIO DO PICA-PAU AMARELO
Baseada na obra homônima de Monteiro Lobato, a série teve duas versões de sucesso na Globo. A primeira estreou em 1977 e ficou no ar até 1986. Entre seus redatores estava o jovem Benedito Ruy Barbosa, que depois se tornaria um grande autor de novelas. Cada história sobre a boneca Emília, interpretada por Dirce Migliaccio (1933 _ 2009), era contada em 20 capítulos. No elenco, estavam Zilka Sallaberry (Dona Benta), Jacyra Sampaio (Tia Nastácia) e André Valli (Visconde de Sabugosa). Em 1979, foi considerado pela Unesco como um dos melhores programas infantis do mundo.
A segunda versão estreou em 2001. Uma das novidades era a personagem Emília ser interpretada por uma criança, a atriz Isabelle Drummond. Novamente sucesso, foi exibida até 2007. No elenco, estavam Nicette Bruno (Dona Benta), Dhu Moraes (Tia Nastácia) e Ary Fontoura (Coronel Teodorico). Para atualizar as histórias, alguns elementos foram inseridos na trama, como a internet e o forno de micro-ondas.
JORNAL NACIONAL
O "Jornal Nacional" foi o primeiro telejornal do país a ser transmitido em rede nacional. Estreou em 1° de setembro de 1969 para competir com o "Repórter Esso", da TV Tupi. A apresentação era feita pela dupla Hilton Gomes e Cid Moreira. Duas inovações do novo telejornal que nascia: as notícias mais importantes estavam no começo e o tradicional "Boa Noite", que Cid Moreira iria repetir mais de 8 mil vezes nos 27 anos seguintes.
Em 1972, Sergio Chapelin entrou para a bancada. Ele e Cid formariam uma das duplas mais conhecida do telejornalismo brasileiro. Ficaram à frente do "JN" até 1996, quando foram substituídos por William Bonner e Lilian Witte Fibe, que permaneceu no posto até 1998. Neste ano, outra dupla que se tornaria famosa estreava: Fátima Bernardes se juntava a Bonner. A parceria durou 14 anos, até 2011, quando Fátima deixou a bancada e, em seu lugar, entrou Patrícia Poeta. A jornalista gaúcha ficou por três anos, até novembro de 2014, quando Renata Vasconcellos assumiu.
A GRANDE FAMÍLIA
A primeira “A Grande Família” foi ao ar entre 1972 e 1975. No início, era inspirada na produção americana All In The Family. Em 1973, foi reformulada e a família foi morar no subúrbio. Com roteiro que falava da classe média, o programa virou um sucesso. A família era composta por Lineu (Jorge Dória), um veterinário que tinha que dar conta das finanças da casa; Nenê (Eloísa Mafalda), a supermãe; Bebel (Djeane Machado, depois Maria Cristina Nunes), única filha do casal e mulher de Agostinho (Paulo Araújo), um folgado garçom; os filhos Júnior (Osmar Prado), um estudante de esquerda; e Tuco (Luiz Armando Queiroz), um hippie irresponsável. O integrante mais velho era seu Floriano (Brandão Filho), o avô aposentado.
A segunda versão estreou em 2001 e teve 14 temporadas. A família Silva, desta vez, foi interpretada por Marco Nanini (Lineu), Marieta Severo (Nenê), Guta Stresser (Bebel), Lúcio Mauro Filho (Tuco), Pedro Cardoso (Agostinho) e Rogério Cardoso (Seu Floriano).
ROBERTO CARLOS ESPECIAL
Uma tradição da Globo nos finais de ano, o especial de Natal de Roberto Carlos foi ao ar pela primeira vez em 24 de dezembro de 1974. Desde então tem sido exibido todos os anos. A única exceção foi em 1999, pois em novembro daquele ano o Rei havia perdido a mulher Maria Rita, morta em decorrência de um câncer. Com convidados especiais, o Rei apresenta o melhor do seu repertório no show.
O primeiro especial de fim de ano do cantor, em 1974, mostrou Roberto Carlos e sua família em uma ceia de Natal. Além do programa anual, ele também estrelou os especiais “Roberto Carlos In Concert” (1988), “Pavarotti e Roberto Carlos” (1998), “Bossa Nova 50 Anos” (2008), “Elas Cantam Roberto Carlos” (2009), “Especial Roberto Carlos 50 Anos” (2009), “Emoções Sertanejas” (2010) e “Roberto Carlos em Jerusalém” (2011).
O BEM-AMADO
Escrita por Dias Gomes, foi a primeira novela a ser exibida em cores na TV brasileira. Foi ao ar de janeiro a outubro de 1973. Sátira política, a trama retratava a vida dos habitantes de Sucupira, cidade fictícia do litoral baiano administrada pelo prefeito Odorico Paraguaçu, papel magistral de Paulo Gracindo (1911 _ 1995). O político tinha como meta inaugurar um cemitério, porém ninguém morria. Sem conseguir um defunto, Odorico contrata o bandido Zeca Diabo, vivido por Lima Duarte _ em seu primeiro papel como ator na Globo _, que no final acaba matando o prefeito e, assim, inaugurando o cemitério. Algumas interpretações marcaram época, como a de Emiliano Queiroz (Dirceu Borboleta).
"O Bem-Amado" foi a primeira novela da TV Globo a ser exportada, abrindo o mercado estrangeiro para os produtos nacionais. Até então, apenas textos eram comercializados. Em 1980, a trama foi transformada em seriado. O prefeito Odorico, que havia morrido, ressuscitou para cinco temporadas de sucesso.
GABRIELA
Adaptação de Walter George Durst para a obra “Gabriela, Cravo e Canela”, de Jorge Amado, que foi ao ar de abril a outubro de 1975. A trama se passava em Ilhéus (BA) e tinha como conflito principal a disputa entre o coronel Ramiro Bastos (Paulo Gracindo), chefe político da região, e Mundinho Falcão (José Wilker), jovem exportador de cacau que chega à cidade com ideias inovadoras. O jovem rapaz acabava se apaixonando por Jerusa (Nívea Maria), neta de seu inimigo. Em um contexto religioso exposto pela história, surge a jovem e sensual Gabriela, interpretada por Sônia Braga, que vai trabalhar no bar do turco Nacib (Armando Bogus), com quem inicia uma história de amor. A moça atrai a atenção de muitos homens da cidade.
Em 2012, em homenagem ao centenário de Jorge Amado, a produção ganhou um remake compacto, exibido no horário das 23h, tendo como protagonistas Juliana Paes (Gabriela), Humberto Martins (Nacib), Mateus Solano (Mundinho Falcão) e Antonio Fagundes (Ramiro Bastos).
FANTÁSTICO
A revista eletrônica dominical, que mistura jornalismo, dramaturgia, humor, música e entretenimento, estreou em 5 de agosto de 1973, com apresentação de Sergio Chapelin. Suas aberturas tornaram-se um capítulo à parte. As primeiras, em preto e branco, eram com dançarinos em coreografias com movimentos circenses. A partir dos anos 1980, com coordenação de Hans Donner, cenários futuristas e figurinos arrojados deram ares de superprodução.
Nos primeiros anos, o "Fantástico" reservava um espaço privilegiado para números musicais. Passaram pelo palco do programa artistas como Secos & Molhados, Maysa, Raul Seixas, Caetano e Gil, Elis Regina, Clara Nunes, além de nomes internacionais, como U2.
William Bonner, Fátima Bernardes, Sandra Annemberg, Carolina Ferraz, Valéria Monteiro, Doris Giesse, Helena Ranaldi e Glória Maria foram alguns dos apresentadores. De 1984 a 1989, um dos quadros marcantes foi "A Garota do Fantástico", um concurso de beleza. Várias participantes tornaram-se famosas anos depois, como Paula Burlamaqui e Luciana Vendramini.
REGINA DUARTE
A atriz foi de namoradinha do Brasil a ícone da liberação feminina no final dos anos 1970 sempre com papeis de muita popularidade. No início da carreira, fez personagens marcados por serem doces, meigos e ingênuos. Sua estreia na Globo foi em "Véu de Noiva" (1969), novela de Janete Clair, que deu início ao par romântico com Cláudio Marzo, que se repetiria em "Irmãos Coragem" (1970) e "Minha Doce Namorada" (1971). A consagração de Regina veio em "Selva de Pedra" (1972), também de Janete, onde contracenava com Francisco Cuoco.
Decidida a romper com a imagem de mocinha dócil e comportada, em 1979 aceitou o convite de Daniel Filho para protagonizar o seriado "Malu Mulher", que falou sobre temas como divórcio, sexo, homossexualismo, violência doméstica. Viveu o auge da carreira entre 1985 e 1990, com três papéis marcantes: a viúva Porcina, de "Roque Santeiro" (1985), a idealista e batalhadora Raquel Accioli, de "Vale Tudo" (1988), e a emergente Maria do Carmo, de "Rainha da Sucata" (1990).
JÔ SOARES
O humorista e apresentador fez sucesso inicialmente em programas de humor. Só depois, com sua transferência para o SBT, em 1987, enveredou para o talk show. Seu primeiro trabalho na Globo, ao lado de nomes como Renato Corte Real e Max Nunes, foi "Faça Humor, Não Faça Guerra" (1970 a 1973), conhecido como o primeiro humorístico moderno do país, com piadas rápidas e cortes secos. Passou depois pelo "Satiricom" (1973 a 1975) e "O Planeta dos Homens" (1976 a 1982). Criou personagens como o Dr. Sardinha (inspirado em Delfim Netto, então ministro da Agricultura).
Em "Viva o Gordo (1981 a 1987), viveu tipos o Capitão Gay, super-herói que usava um uniforme, e o Zé da Galera, que ligava para o técnico da Seleção Brasileira e pedia "Bota ponta, Telê!".
No SBT, apresentou o Jô Soares Onze e Meia, talk show no qual entrevistou de anônimos a grandes personalidades, como Bill Gates. Em 2000, voltou à Globo e estreou o "Programa do Jô", atração na mesma linha da que tinha no SBT.
Cid Moreira e Sérgio Chapelin
Em 1972, teve início uma parceria que marcou a história do telejornalismo brasileiro. Naquele ano, Sérgio Chapelin estreava na principal bancada do país e juntava-se a Cid Moreira no "Jornal Nacional". Em um primeiro momento, permaneceram juntos por 11 anos consecutivos, até que Sérgio deixou a Globo e migrou para o SBT, em 1983. Ele retornou à emissora carioca em 1984, como apresentador do "Fantástico". Em 1989, Chapelin voltou à bancada do "JN" e retomou a parceria com Cid. Os dois permaneceram juntos até 1996, quando foram substituídos por William Bonner e Lilian Witte Fibe no telejornal.
Chapelin também teve passagens pelo "Globo Repórter", onde está até hoje. Cid Moreira ficou por 27 anos no "JN" e teve passagens pelo "Fantástico".
CHICO ANYSIO
Um dos maiores humoristas do país, Chico Anysio (1931 _ 2012) teve muitos programas na Globo e criou dezenas de personagens marcantes da TV brasileira, como Professor Raimundo, Alberto Roberto, Bento Carneiro, Salomé e Painho _ na carreira toda, Chico criou mais de 200 tipos. Começou na televisão nos anos 1950, quando fez o programa "Professor Raimundo", na TV Rio. Chegou à Globo em 1969, onde dirigiu, escreveu e interpretou programas como "Chico City" (1973), "Chico Total" (a primeira versão em 1981 e a segunda, em 1996) e "Chico Anysio Show" (1982 a 1990).
Seu primeiro personagem, o Professor Raimundo, ganhou programa próprio com duas versões na Globo: entre 1990 e 1995, e depois em 2001. "A Escolinha do Professor Raimundo" abria espaço para vários talentos da velha guarda e revelava jovens promessas do humor brasileiro. Também atuou em novelas como "Que Rei Sou Eu?" (1989), "Terra Nostra" (1999), "Pé na Jaca" (2007) e "Caminho das Índias" (2009).
ODETE ROITMAN
Na véspera do Natal de 1988, o personagem que consagrou Beatriz Segall levou três tiros à queima roupa e morreu. Nos 13 dias seguintes, o país praticamente virou monotemático em torno da pergunta: "Quem matou Odete Roitman?".
A vilã de “Vale Tudo”, novela de Gilberto Braga, tornou-se um dos personagens mais emblemáticos da TV brasileira. A empresária, dona da companhia aérea TCA, manipulava a vida dos filhos, o jovem empresário Afonso (Cássio Gabus Mendes) e a artista plástica alcoólatra Heleninha (Renata Sorrah), tratava mal os empregados e se achava superior a todo mundo.
O assassino era um personagem que ninguém esperava: Leila (Cassia Kis Magro), mulher do mau-caráter Marco Aurélio (Reginaldo Faria), diretor da TCA. Leila atirou em Odete pensando se tratar de Maria de Fátima (Gloria Pires), que se tornara amante de seu marido.
CARMINHA
Foram necessários 24 anos para uma vilã superar Odete Roitman na memória afetiva dos brasileiros. E assim como a personagem de “Vale Tudo” marcou a trajetória de Beatriz Segall, Carminha, de “Avenida Brasil” (2012), será sempre o grande trabalho de Adriana Esteves. Fria e ambiciosa, a personagem não pensou duas vezes para mandar a enteada Rita (vivida por Mel Maia na infância e posteriormente por Débora Falabella) para um lixão quando ficou viúva do marido. Tudo para conseguir se casar com Tufão (Murilo Benício), um famoso jogador de futebol. Por anos, manteve um caso com Max (Marcello Novaes), o verdadeiro pai dos seus filhos, Jorginho (Bernardo Simões/Cauã Reymond) e Ágata (Ana Karolina).
No decorrer da trama criada por João Emanuel Carneiro, enfrentou o plano de vingança da ex-enteada, que passou a se chamar Nina. Carminha protagonizou cenas marcantes, como quando enterrou sua rival viva.
A novela foi um marco, resgatando a tradição das boas histórias das novelas das nove.
ROQUE SANTEIRO
Censurada em 1975 antes mesmo da estreia, a novela criada por Dias Gomes e Aguinaldo Silva levou 10 anos para ser regravada e exibida. Na ocasião, já haviam sido gravados 36 capítulos, com Betty Faria, Lima Duarte e Francisco Cuoco de protagonistas. Com a censura, a Globo teve apenas três meses para criar uma substituta, no caso uma versão compacta de "Selva de Pedra", de 1972.
"Roque Santeiro" estreou em 24 de junho de 1985, tendo como protagonistas Regina Duarte (Porcina), José Wilker (Roque) e Lima Duarte (Sinhozinho Malta). A trama era uma sátira sobre os mitos, a necessidade de mantê-los e a fonte de renda que podem acabar virando. A história se passava na fictícia cidade de Asa Branca, que vivia em função de um falso mito: Roque Santeiro, um milagreiro que teria morrido como mártir, defendendo a cidade de um bandido. Porém, Roque não estava morto e quando reapareceu dividiu a cidade entre os que defendiam a verdade e os que queriam manter o falso milagre, pois precisavam dele para viver.
A trilha sonora da novela foi sucesso no país, com músicas como "Sem Pecado e Sem Juízo" (Baby Consuelo), "De Volta pro Aconchego" (Elba Ramalho) e "Dona" (Roupa Nova).
GLOBELEZA
Em 1990, Hans Donner criou uma chamada para o Carnaval da Globo com um modelo seminua sambando e o slogan "A Globo faz escola no Carnaval deita e rola". A chamada só ganhou o nome de Globeleza no ano seguinte, quando foi apresentada a música "Samba da Globo", composta por Jorge Aragão e Franco Lattari e cantada por Quinho. Apenas em 1993, Valéria aparece sozinha na vinheta e ganha o título de Globeleza.
Valéria Valenssa reinou por 12 anos, com destaque para 2003, quando apareceu sambando aos oito meses de gravidez. 2005 foi o último ano de Valéria como Globeleza. Nesse ano, ela dividiu a vinheta com a dançarina Gianne Carvalho. Em 2006, Aline Prado assumiu o posto de símbolo do Carnaval da emissora. Em 2013, o "Fantástico" fez um concurso que elegeu, por votação popular, a nova Globeleza. Nayara Justino, de Volta Redonda, Rio de Janeiro, venceu e estrelou a vinheta de 2014. Erika Moura foi a Globeleza de 2015.
FAUSTÃO
Há 26 anos, as tardes de domingo da Globo têm um dono: Fausto Silva. O "Domingão do Faustão" estreou na Globo em 1989. O apresentador chegou à emissora depois de fazer muito sucesso no programa "Perdidos na Noite", transmitido entre 1985 e 1988 pela Band. Desde o início, um grupo de dançarinas executa coreografias no fundo do palco. Na estreia, o "Domingão do Faustão" reunia números musicais, entrevistas, quadros de variedades, como brincadeiras e jogos, contando com a participação da plateia e de muitos artistas do elenco do canal.
Um dos quadros mais populares é o "Dança dos Famosos", no ar desde 2005, e que coloca artistas e atletas para aprender vários ritmos de dança e a competir entre si. Christiane Torloni e Paolla Oliveira já venceram a competição. O "Domingão" ainda premia o trabalho de artistas e jornalistas da Globo com o Melhores do Ano, que teve sua primeira edição em 1995.
CRIANÇA ESPERANÇA
Lançada em 1986, no programa comemorativo aos 20 anos de “Os Trapalhões”, a campanha é uma iniciativa em prol dos direitos das crianças e dos adolescentes. Anualmente, sob o comando de Renato Aragão, o elenco da Globo e muitos outros artistas se reúnem em um grande show, transmitido para todo o país, que busca arrecadar recursos que são repassados ao Fundo das Nações Unida para a Infância (Unicef). Entre apresentações musicais, o espetáculo aborda temas relativos ao bem-estar de crianças e adolescentes.
OS TRAPALHÕES
Depois do enorme sucesso na TV Tupi, o quarteto cômico "Os Trapalhões" _ Didi (Renato Aragão), Dedé (Manfried Santana), Mussum (Antônio Carlos Bernardes Gomes) e Zacarias (Mauro Gonçalves) _ foi contratado pela TV Globo no início de 1977. Primeiramente dois especiais foram exibidos em janeiro e fevereiro. Em março de 1977, estreou "Os Trapalhões", programa dominical que permaneceu no ar até 1995. Apresentava esquetes e números musicais.
Didi era um cearense ao mesmo tempo simplório e malandro, excêntrico e desastrado, quase um encontro do personagem vagabundo de Chaplin com Oscarito. Dedé personificava o amigo boa-pinta e autoconfiante, que se achava muito mais bonito e inteligente do que realmente era. Um contraponto ao estilo falso ingênuo de Didi. Mussum era o malandro do grupo. Carioca nascido no morro da Mangueira, adorava uma cachaça, que chamava de "mé". Já Zacarias encarnava o personagem meigo e matuto, com uma voz infantilizada que fazia sucesso entre as crianças.
TV PIRATA
Com um elenco formado por atores, era um humorístico que satirizava a TV brasileira. Estreou em junho de 1988 e ficou no ar ininterruptamente até 1990. Depois voltou a ter uma temporada exibida em 1992. “TV Pirata” reunia, entre outros, escritores consagrados como Luis Fernando Verissimo; dramaturgos como Mauro Rasi e Pedro Cardoso; e os humoristas do Casseta, Hubert, Reinaldo, Bussunda, Claudio Manoel, Helio de La Peña, Beto Silva e Marcelo Madureira.
A sátira da televisão era o pretexto para que “TV Pirata” falasse da realidade brasileira e de temas como violência urbana e infantil, crime organizado e a situação nos presídios. Entre os quadros mais famosos estavam o “TV Macho”, uma paródia do programa “TV Mulher”, e o “As Presidiárias”, no qual Cláudia Raia interpretava Tonhão, a prisioneira que tentava seduzir as colegas de cela.
No elenco estavam Marco Nanini, Louise Cardoso, Ney Latorraca, Débora Bloch, Diogo Vilela, Claudia Raia, Guilherme Karan, Cristina Pereira, Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães.
BIG BROTHER BRASIL
A Globo adquiriu os direitos do programa criado pela produtora holandesa Endemol em 1999. O nome "Big Brother" é inspirado no livro 1984, do escritor inglês George Orwell, no qual câmeras acompanhavam todos os movimentos de uma cidade fictícia. A proposta é reunir anônimos em uma casa onde todos os ambientes têm câmeras que monitoram tudo 24 horas por dia durante três meses. Os participantes são submetidos a provas e a cada semana um é eliminado por voto popular. A estreia em 2002 foi sucesso de audiência logo de cara. Kléber Bambam, um sujeito musculoso, mas com ar ingênuo, foi o primeiro vencedor. Já passaram pelo programa o deputado federal Jean Wyllys, a apresentadora Sabrina Sato e a atriz e modelo Grazi Massafera.
Desde então, o programa teve 15 edições e é o reality show mais longevo da TV brasileira.
PROGRAMA SILVIO SANTOS
Por 11 anos, antes de ter seu próprio canal de TV, Silvio Santos fez muito sucesso com seu programa de auditório na Globo. Entre maio de 1965 e julho de 1976, comandou um show de variedades que misturava show de calouros, competições e apresentações musicais. Conhecido pela distribuição de prêmios, tinha como destaque a realização de jogos com o auditório e os telespectadores. Um deles, “Só Compra Quem Tem”, distribuía um automóvel zero km. Outro, “Arrisca Tudo”, dava ao candidato um prêmio em dinheiro, que, na época, podia chegar a um milhão de cruzeiros.
Havia também os quadros que buscavam emocionar, como “Namoro no Escuro”, para pessoas encontrarem um par romântico. Outro quadro de muito sucesso foi “Boa Noite, Cinderela”, no qual crianças tinham seus desejos realizados por uma noite.
Ao final de seu contrato com a Globo, Silvio Santos passou a apresentar seu programa pela TVS, emissora recém-fundada por ele e que mais tarde se tornaria o SBT.
CASSETA & PLANETA, URGENTE!
Com o slogan: "Humorismo-verdade, jornalismo-mentira", o programa estreou em 1992 e permaneceu no ar até 2010. O humorístico era redigido e estrelado por Hubert, Claudio Manoel, Bussunda, Helio de La Peña, Reinaldo, Marcelo Madureira e Beto Silva. Já haviam participado de programas da Globo, escrevendo esquetes para o “Fantástico”, a “TV Pirata” e o “Dóris Para Maiores”. A proposta era a retratar os fatos da atualidade parodiando o jornalismo convencional.
Da experiência com “Dóris”, o programa aproveitou a ideia de uma apresentadora — a jornalista Kátia Maranhão e, depois, Maria Paula — que introduzia quadros e esquetes. Até 1998 era um programa mensal, mas naquele ano tornou-se semanal, com duração de 25 minutos. A equipe de redatores ganhou a colaboração do escritor Luis Fernando Verissimo, do roteirista Alexandre Machado.
Um dos grandes sucessos do programa, as Organizações Tabajara, debochava dos anúncios publicitários estrangeiros, exibidos no Brasil com dublagem.
GALVÃO BUENO
Desde 1981 na Globo, Galvão Bueno é um dos maiores narradores esportivos da televisão brasileira. Criou bordões que estão no imaginário popular como "vai que é sua, Taffarel" e "bem amigos da Rede Globo". Admirado e criticado na mesma proporção, é um entusiasta do esporte nacional. Com um estilo vibrante e inquieto, protagonizou cenas emblemáticas, como a da final da Copa do Mundo de 1994 em que pulava abraçado a Pelé e gritava: "É tetra, é tetra, é tetra!". Sua narração também embalou a trajetória dos ídolos Nelson Piquet e Ayrton Senna na Fórmula-1.
Em 1996, Galvão passou a integrar também a equipe do “Jornal Nacional” e a fazer matérias e editoriais sobre esporte para o telejornal. Em março de 2009, o jornalista estreou o quadro “Na Estrada com Galvão”, do “Esporte Espetacular”, em que o narrador entrevistou grandes nomes do futebol. Apresentou o programa “Espaço Aberto”, na Globo News, de 1999 a 2001. Em 2003, estreou o “Bem, Amigos!”, no canal SporTV.
ESCRAVA ISAURA
Trama escrita por Gilberto Braga com base na obra homônima de Bernardo Guimarães. Exibida entre 1976 e 1977, retratava a luta abolicionista no Brasil tendo como fio condutor a paixão doentia de um senhor, Leôncio (Rubens de Falco), por sua escrava branca Isaura (Lucélia Santos, que estreava na TV).
É uma das novelas brasileiras mais exibidas em outros países, entre eles Alemanha, África do Sul, China, Coreia, Dinamarca, Indonésia, Islândia, Israel, Líbano, Nova Zelândia, Rússia e Sri Lanka. A atriz Lucélia Santos visitou quase todos eles e recebeu diversos prêmios, como o Latino de Ouro, concedido pela Emissora Caracas de Rádio e Televisão, na Venezuela.
GLORIA PIRES
Atual vilã da novela das nove, a Beatriz de "Babilônia", a atriz começou na Globo ainda criança, em "Selva de Pedra" (1972), aos oito anos. Tem no currículo personagens marcantes da teledramaturgia brasileira, como a Maria de Fátima, da novela "Vale Tudo" (1988), as gêmeas Ruth e Raquel, de "Mulheres de Areia" (1993), ou a Ana Terra, da minissérie "O Tempo e o Vento" (1985), Gloria Pires tem mais de 40 anos de Globo.
Em "Memorial de Maria Moura" (1994), viu a filha Cleo Pires viver seu papel na juventude. No remake de "Guerra dos Sexos" (2012), contracenou com a outra filha, Antônia Moraes.
PEDRO BIAL
Jornalista consagrado que atuou em importantes coberturas internacionais, como a queda do Muro de Berlim, em 1989, enveredou para o lado do entretenimento quando aceitou ser o apresentador do reality show “Big Brother Brasil”, em 2002. Atualmente, divide-se entre o “BBB” e o “Na Moral”, programa de debates.
Começou a trabalhar na Globo em 1981, por meio de um curso de formação em telejornalismo. Entre 1984 e 1988, trabalhou como repórter exclusivo do “Globo Repórter”. Em agosto de 1988, assumiu o posto de correspondente internacional em Londres. Durante os oito anos em que trabalhou no escritório da Globo na capital inglesa, cobriu acontecimentos importantes como a reunificação da Alemanha (1990), as guerras do Golfo (1991) e da Bósnia (1992) e o fim da União Soviética (1991).
TONY RAMOS
Em 1977, trocou a Tupi pela Globo para viver o jovem ator Paulo Amaral em “Espelho Mágico”, de Lauro César Muniz. Em julho daquele ano, passou a apresentar, ao lado da atriz Christiane Torloni, o programa “Globo de Ouro”. Em dezembro, começou a trabalhar em “O Astro”, novela de Janete Clair que consolidou a sua popularidade. Seu personagem era Márcio, filho do industrial Salomão Hayala (Dionísio Azevedo) e par romântico de Lili, vivida por Elizabeth Savalla. Os dois voltariam a contracenar dois anos depois, em outra novela de Janete, “Pai Herói” (1979), trama que chegou a ter 90% de audiência. Tony conquistou de vez o público e a crítica com “Baila Comigo” (1981), de Manoel Carlos, quando viveu o desafio de representar simultaneamente os gêmeos João Victor e Quinzinho.
Um de seus personagens mais marcantes foi o jagunço Riobaldo na minissérie “Grande Sertão: Veredas” (1985), baseada na obra homônima de Guimarães Rosa. Em “Belíssima” (2006), viveu um dos personagens mais marcantes dos últimos anos, o grego Nikos Petrakis.
DIAS GOMES
O renomado dramaturgo Dias Gomes (1922 — 1999) começou a trabalhar na Globo em 1969. Casado com a também autora de novelas, Janete Clair, escreveu sua primeira trama na emissora sob o pseudônimo de Stela Calderón. Em 1973, Dias Gomes escreveu a primeira novela exibida em cores no Brasil, “O Bem-Amado”. Repleta de personagens inesquecíveis vividos por Paulo Gracindo, Lima Duarte, Dirce Migliaccio, Emiliano Queiroz e Ida Gomes, a novela deu origem a um seriado que permaneceu no ar por cinco anos.
Apesar das bem-sucedidas tramas, em 1975, o autor teve problemas com a censura, que culminaram no veto a “Roque Santeiro. Frustrado com o episódio, Dias Gomes aproveitou parte de seus personagens em “Saramandaia”, exibida em 1976, introduzindo na teledramaturgia brasileira o realismo fantástico característico da literatura latino-americana. Dias Gomes ainda criou as minisséries “O Pagador de Promessas” (1988), “As Noivas de Copacabana (1992) e “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1998); e a série “Carga Pesada” (1979).
JANETE CLAIR
Mulher de Dias Gomes, Janete Clair (1925 _ 1983) também foi um dos grandes nomes da teledramaturgia nacional. Sua primeira novela de sucesso foi "Véu de Noiva", de 1969, que marcou a estreia de Regina Duarte. A trama tinha diálogos curtos e coloquiais. A consagração da autora veio em 1970 com "Irmãos Coragem", seu trabalho mais longo _ 328 capítulos _ e responsável pelo início da liderança da Globo na audiência do horário nobre. De quebra, conquistou o público masculino, com a mistura da linguagem do western americano com os elementos clássicos do folhetim televisivo. Outro grande sucesso dela foi "Selva de Pedra" (1972), que contava a conturbada história de amor de Cristiano Vilhena e Simone Marques, vividos por Francisco Cuoco e Regina. Aproveitando o mesmo elenco escalado para a censurada "Roque Santeiro" _ Lima Duarte, Francisco Cuoco, Betty Faria, entre outros _, Janete escreveu "Pecado Capital" (1975), considerado por muitos um dos seus melhores trabalhos. Pela primeira vez, ela acrescentou ao seu estilo um pouco de realismo social e discutiu valores humanos.
Estúpido Cupido
A trama de Mario Prata, exibida entre 1976 e 1977, foi a última produzida em preto e branco pela Globo — apenas os dois últimos capítulos foram em cores. A história, ambientada no início da década de 60, mostrava a mudança de comportamento da juventude, que começava a curtir rock, a usar jeans e a se exibir em lambretas e motocicletas pelas ruas. Nesse contexto, a normalista Maria Tereza (Françoise Forton) sonhava morar na Capital e ser eleita miss Brasil, mas entrava em conflito com o namorado, João (Ricardo Blat). A chamada juventude transviada era representada principalmente pelo personagem Mederiquis (Ney Latorraca), um playboy, fã de Elvis Presley e líder da banda de rock Personélitis Bóis.
Na trilha sonora da novela, hits da época como “Banho de Lua” e “Estúpido Cupido” (Celly Campello, que fez uma participação na trama) e “Tutti-Frutti” (Little Richard).
TARCÍSIO E GLÓRIA
Tarcísio Meira e Glória Menezes formam um dos casais mais conhecidos da TV. O primeiro trabalho dos dois juntos foi "25499 Ocupado", da TV Excelsior. Durante o trabalho, iniciaram um romance e se casaram. O casal foi para a Globo em 1967, para estrelar "Sangue e Areia", de Janete Clair. O trabalho marcou o início de uma longa parceria de Tarcísio e Glória com Janete. Entre os vários trabalhos que fizeram estão "Irmãos Coragem" (1970), na qual ele viveu o mocinho João Coragem e ela interpretou Lara, uma mulher atormentada por três personalidades distintas. O sucesso do casal se repetiu em "O Homem que Deve Morrer" (1971) e "O Semideus" (1974), também de Janete, e "Cavalo de Aço" (1973), de Walther Negrão.
Com Janete, Glória interpretou uma de suas heroínas mais populares, a Ana Preta de "Pai Herói" (1979).
Em 1985, Tarcísio fez um dos principais personagens da carreira: Capitão Rodrigo Cambará, na minissérie "O Tempo e o Vento". Em 1988, o casal produziu e estrelou o seriado "Tarcísio & Glória".
William Bonner e Fátima Bernardes
Assim como Tarcísio e Glória estão para a teledramaturgia, William Bonner e Fátima Bernardes estão para o telejornalismo. Os jornalistas formaram por quase 14 anos a dupla de apresentadores do principal telejornal do país, o “Jornal Nacional”. A parceria profissional teve início em 1998, quando Fátima assumiu o lugar deixado por Lilian Witte Fibe na bancada. Bonner já era o âncora do “JN” desde 1996.
A carreira dele na Globo começou em 1986, ao ser contratado para apresentar o “SPTV — 2ª Edição”. Antes do JN, ele passou por “Fantástico”, “Jornal da Globo” e “Jornal Hoje”. Ela começou na Globo em 1986 como estagiária, virando repórter em 1987. Em 1989, passou a apresentadora do “Jornal da Globo”, ao lado de Bonner. Em 1992, foi para o “Fantástico” e, em 1996, para o “Jornal Hoje”, onde ficou até chegar ao “JN”. Desde 2012 é apresentadora do “Encontro com Fátima Bernardes”, um programa de variedades exibidos nas manhãs de segunda a sexta.
Luciano Huck e Angélica
A área do entretenimento também tem seu casal 20: Angélica e Luciano. Eles comandam as tardes de sábado da Globo. Os dois se casaram em 2004, após participarem juntos do filme "Um Sonho de Verão".
Com 15 anos, Angélica herdou o posto que era de Xuxa na Manchete, apresentando o "Clube da Criança". Na emissora, lançou seu grande hit: "Vou de Táxi" (1988). Após passagem pelo SBT, foi contratada pela Globo em 1996 para comandar o infantil "Angel Mix", mistura de programa de auditório com dramaturgia. Dentro dele era exibida a novelinha Caça Talentos, na qual ela vivia a fada Bela. Em 2001, Angélica deixou de ser apresentadora infantil para comandar o "Video Game", um quadro do "Video Show". Entre 2002 e 2005, apresentou o reality show musical "Fama". Em 2006, ganhou o "Estrelas.
A carreira de Luciano estourou em 1997 quando comandava o "H", na Band. Voltado para o público jovem, o programa fez muito sucesso e o credenciou três anos depois a ser chamado pela Globo para apresentar o "Caldeirão do Huck", que está há 15 anos no ar.
Anos Dourados/Anos Rebeldes
Malu Mader protagonizou duas obras clássicas criadas por Gilberto Braga para discutir política e comportamento. Primeiro ela foi a romântica Lurdinha em “Anos Dourados”, minissérie exibida em 1986. A história retratava os valores morais da classe média carioca nos anos 1950 e a rigidez das regras de conduta na formação dos jovens, discutindo temas como repressão sexual, aborto e masturbação.
Seis anos depois, Malu deu vida à Maria Lúcia em “Anos Rebeldes” (1992). A minissérie tinha como pano de fundo o Rio de Janeiro no conturbado período de 1964 a 1979 e mostrava o romance entre dois jovens com projetos de vida diferentes. Avessa à militância política, Maria Lúcia se apaixonava por João Alfredo (Cássio Gabus Mendes), jovem com atuação no movimento estudantil. Um dos destaques da trama era a personagem Heloísa, interpretada por Cláudia Abreu. Filha de um poderoso banqueiro que financiou o golpe militar, a estudante rompia com a família e se envolvia na luta armada. Em uma das cenas mais fortes da minissérie, Heloísa foi morta a tiros pela polícia.
O TEMPO E O VENTO
Adaptação da obra de Erico Verissimo, a minissérie de Doc Comparato foi sucesso em 1985. O tema central é a formação do Rio Grande do Sul por meio das diversas gerações da família Terra Cambará. Sob os olhos de Bibiana (Louise Cardoso/Lilian Lemmertz/Lélia Abramo), é traçado um retrato das origens, do desenvolvimento e da consolidação do Estado, permeado por histórias de amores, amizades, conquistas e esperança. Com um elenco renomado, "O Tempo e o Vento" destacou o trabalho de Gloria Pires como Ana Terra e Tarcísio Meira como Capitão Rodrigo.
A obra de Erico Verissimo ganhou uma segunda versão em 2014. Desta vez, com roteiro de Letícia Wierzchowski e Tabajara Ruas e dirigida por Jayme Monjardim. Em apenas três capítulos e três fases, a trama focou na história de amor entre Bibiana (Marjorie Estiano) e Capitão Rodrigo (Thiago Lacerda). Fernanda Montenegro deu vida a Bibiana na fase centenária.
BALÃO MÁGICO
Entre 1983 e 1986, uma turminha sapeca fez sucesso e marcou uma geração de crianças. O programa surgiu após o boom do grupo musical de mesmo nome, formado por Simony, Mike e Tob, que lançou álbum em 1982. O programa infantil tinha cerca de uma hora de duração e apresentava desenhos que se tornariam clássicos, como “Os Flintstones”, “Smurfs” e “He-Man” . No início, era comandado somente por Simony, com seis anos na época, que tinha a ajuda de Fofão, um misto de homem, cachorro e ser intergaláctico, interpretado pelo artista plástico Orival Pessini. Só depois Tob e Mike entraram na atração. Também se juntaram ao grupo Cascatinha, personagem de Castrinho, e o boneco o boneco Halleyfante, interpretado por Ferrugem. Em 1985, Jairzinho entrou para a atração. Além do programa diário, eles ainda protagonizaram o especial “A Turma do Balão Mágico em Amigos do Peito”, em 1984, que contou com a participação de Roberto Carlos e Fábio Jr.
SESSÃO DA TARDE
Quantas tardes de ócio você aproveitou para descontrair assistindo a um filmezinho leve pela TV? Uma das faixas de maiores sucessos da Globo, a "Sessão da Tarde" está no ar desde 1974 e na memória afetiva de muitas gerações. Alguns filmes exibidos tornaram-se clássicos, como "Curtindo a Vida Adoidado" (1986), "A Lagoa Azul" (1980), "Os Goonies" (1985) e "Matilda" (1996). Em geral, são apresentados filmes de comédia, aventura e romance.
Em 2013, a faixa esteve ameaçada de ser extinta, mas a bronca dos telespectadores foi grande. No ano seguinte, a Globo resolveu inverter o horário da "Sessão da Tarde" com o do "Vale A Pena Ver de Novo", e os filmes começaram a ser exibidos um pouco mais cedo, após o Vídeo Show.
BONI
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, mais conhecido como Boni, é um dos grandes responsáveis pelo formato básico que a programação da Globo tem hoje, com a grade do horário nobre formada por três novelas, o “Jornal Nacional” entre a segunda e a terceira, e uma atração especial a seguir. Ele ingressou na emissora em 1967, a convite de Walter Clark, então diretor do canal. Quando chegou, a ambição de Boni era criar uma rede nacional de televisão, ideia viabilizada em 1969 com a estreia do “JN”, o primeiro telejornal em rede do país. Até 1995 era o “todo poderoso” e comandava todas as áreas de programação da Globo.
Foi Boni quem apostou em uma teledramaturgia mais realista, retratando o cotidiano brasileiro contemporâneo e foi o responsável pela entrada de Daniel Filho, Dias Gomes e Janete Clair na emissora. Esteve diretamente envolvido na criação de vários programas, como “Fantástico” (1973), “Você Decide” (1992) e o seriado “Mulher” (1998). Em 2001, ele deixou a emissora.
GLÓRIA MARIA
Uma repórter aventureira, que já escalou o Himalaia e sobrevoou de helicóptero a cratera de um vulcão. Com ela, não tem desafio que não possa ser vencido. Glória Maria é um dos principais nomes do jornalismo da Globo. Estreou na emissora em 1971, passou por “Jornal Hoje”, “Bom Dia Rio” e “RJTV”. Foi a primeira repórter a aparecer ao vivo no “Jornal Nacional”. Também a primeira repórter a entrar no ar, ao vivo, na primeira matéria a cores do “JN” em 1977. A partir de 1986, a jornalista integrou a equipe do “Fantástico”, do qual foi apresentadora de 1998 a 2007. No programa, ficou conhecida pelas matérias especiais, viagens a lugares exóticos e por entrevistar celebridades como Michael Jackson, Harrison Ford, Nicole Kidman, Leonardo Di Caprio e Madonna. Viajou por mais de cem países para fazer suas matérias.
Em 2007, pediu afastamento da Globo para um período de dois anos sabáticos. Viajou pelo mundo e adotou duas filhas. Voltou em 2010 e juntou-se à equipe do “Globo Repórter”, onde está até hoje.
MALHAÇÃO
Em 24 de abril, “Malhação” completou 20 anos no ar. A novela dirigida ao público adolescente já enfrentou momentos de altos e baixos, mas é outro produto da Globo que marcou gerações. Estreou em 1995 com o objetivo de abordar questões do universo jovem, como o início da vida sexual, o relacionamento com pais e amigos e as dúvidas em relação ao futuro profissional. Desde o início, apostou na troca de experiências entre atores veteranos e jovens talentos como uma marca registrada. Na primeira temporada, que tinha uma academia de ginástica como cenário — daí o nome — tinha no elenco Danton Mello, André Marques, Fernanda Rodrigues, John Herbert, Mario Gomes, Nair Belo, Nuno Leal Maia e Silvia Pfeifer.
Ao longo de duas décadas, criou personagens que figuram no imaginário popular até hoje, como os impagáveis Mocotó (André Marques) e Cabeção (Sérgio Hondjakoff).
Na trama atual, a novela se passa em uma antiga fábrica, onde ficam uma escola de artes e uma academia de lutas.
PROFISSÃO REPÓRTER
Caco Barcellos inovou ao apresentar um programa que mostra os bastidores da notícia. O experiente repórter comanda uma equipe de jovens jornalistas que mostra os vários ângulos de uma mesma notícia. A atração está na sua oitava temporada e continua sendo sucesso, mesmo exibida em um horário considerado tarde, perto da meia-noite.
O "Profissão Repórter" nasceu como um quadro do "Fantástico", em 2006. A ideia vingou e se tornou um programa independente a partir de 2008. O primeiro episódio retratou o drama dos pacientes que lutam contra o tempo na fila de transplantes do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo. A equipe acompanhou os trâmites necessários para a realização da cirurgia, desde a permissão da doação até a implantação do órgão no receptor.
O "Profissão Repórter" já ganhou vários prêmios e foi indicado a um Emmy.
VALE TUDO
Gilberto Braga apostou em uma novela com temática bem contemporânea para fisgar o público em 1988. Em um momento de redemocratização, o autor escolheu falar sobre corrupção, para denunciar a inversão de valores no Brasil no final dos anos 1980. A base da trama estava centrada no antagonismo honestidade/desonestidade personificadas por Raquel Accioli (Regina Duarte) e Maria de Fátima (Gloria Pires), mãe e filha. Logo nos primeiros capítulos, Fátima vende a única propriedade da família, no Paraná, e foge com o dinheiro para o Rio de Janeiro com o objetivo de se tornar modelo. Enquanto a mãe batalha para sobreviver honestamente vendendo sanduíches na praia, a filha dá o golpe do baú no jovem milionário Afonso Roitman (Cássio Gabus Mendes), filho da vilã Odete Roitman (Beatriz Segall).
A trama mexeu com o telespectador, o desfecho de quem seria o assassino de Odete fez o país praticamente parar na reta final da novela, que ainda teve cenas memoráveis, como a do personagem Marco Aurélio (Reginaldo Faria), que, depois de aplicar um grande golpe financeiro, foge do país, dando uma banana para o Brasil.
SELVA DE PEDRA
Janete Clair fez mais uma de suas mágicas ao transformar “Selva de Pedra”, de 1972, na novela de maior audiência da história da TV — no Rio de Janeiro, segundo registro do Ibope na época, a trama atingiu 100% de share (número de televisores ligados no horário), no capítulo 152, em que a identidade de Rosana Reis/Simone foi revelada. Em cena, a sofrida história de amor entre Cristiano Vilhena (Francisco Cuoco), um rapaz acusado de um crime que não cometeu, e Simone, uma jovem escultura que dá abrigo ao moço e se apaixona por ele. Porém, a ambição de Cristiano acaba separando o casal, e ele se envolve com Fernanda (Dina Sfat). Com uma atuação impecável, Carlos Vereza deu vida ao mau-caráter Miro, que caiu nas graças do público e popularizou o bordão “amizadinha”.
A novela de Janete Clair foi o primeiro trabalho dos atores Kadu Moliterno e Gloria Pires — com apenas oito anos — na TV Globo.
Um compacto de “Selva de Pedra” foi exibido entre agosto e novembro de 1975, para substituir às pressas a primeira versão de “Roque Santeiro”, vetada pela censura.
Em 1986, foi ao ar um remake da novela, escrito por Regina Braga e Eloy Araújo. Tony Ramos e Fernanda Torres interpretaram o casal protagonista, Christiane Torloni viveu Fernanda, e Miguel Falabella foi o intérprete de Miro.
DEBATE COLLOR/LULA
Depois de 29 anos de ditadura, 1989 marcou a volta dos brasileiros às urnas para escolher um presidente. No segundo turno da eleição daquele ano, apenas dois debates entre os candidatos Fernando Collor de Mello (PRN) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram realizados. Os dois transmitidos ao vivo e na íntegra por uma cadeia formada pelos canais Globo, Bandeirantes, Manchete e SBT.
No dia seguinte ao segundo debate, realizado em 14 de dezembro, a Globo levou ao ar duas matérias sobre o assunto em seus principais telejornais, "Jornal Hoje" e "Jornal Nacional". As duas foram questionadas, e a Globo acusada de favorecer o candidato do PRN. A matéria do "JN", principalmente, tanto na seleção dos momentos exibidos como no tempo dado a cada candidato, já que Collor teve um minuto e meio a mais do que o adversário. O PT chegou a mover uma ação contra a emissora no Tribunal Superior Eleitoral pedindo que novos trechos do debate fossem exibidos no "JN". O recurso foi negado. Em frente à sede da Globo, no Rio de Janeiro, atores da própria emissora, junto com outros artistas e intelectuais, protestaram contra a edição.
Tempos depois, os editores do "JN" admitiram que usaram como critério de edição a mesma de matérias sobre futebol, na qual são selecionados os melhores momentos de cada time com o objetivo de mostrar quem foi melhor.
MALU MULHER
Mais um seriado das Séries Brasileiras, que incluía ainda "Carga Pesada" (1979) e "Plantão de Polícia" (1979), "Malu Mulher" inovou ao tratar de temas até então considerados tabus, como divórcio, orgasmo, aborto, virgindade, infidelidade e conflito de gerações, ainda em um período de ditadura. Para retratar a condição da mulher brasileira do final da década de 1970, o diretor Daniel Filho chamou Regina Duarte, até então a namoradinha do Brasil, que estava disposta a dar um novo rumo à carreira. Regina interpretou Malu, socióloga paulista, divorciada e mãe de uma menina de 12 anos, que luta para refazer a vida após a separação do marido, Pedro Henrique (Dennis Carvalho), conseguir um emprego e sustentar a casa.
Como consequência do grande sucesso de "Malu Mulher", a TV Globo lançou "Mulher 80" (1979), um especial musical que falava do papel das mulheres na Música Popular Brasileira, a partir de depoimentos e apresentações musicais de Maria Bethânia, Gal Costa, Fafá de Belém, Rita Lee, Elis Regina, Zezé Motta, Simone, Quarteto em Cy, Marina e Joanna.
A série, que ficou no ar por dois anos (1979 e 1980), foi vendida para 52 países.
GLOBO REPÓRTER
Programa semanal de grandes reportagens com foco em comportamento, aventura, ciência e natureza é um dos mais antigos da TV brasileira. Estreou em 1973, com apresentação de Sérgio Chapelin. Para produzir as matérias, o diretor Paulo Gil Soares chamou documentaristas como Eduardo Coutinho e Walter Lima Jr. A ordem foi ousar, com a câmera sendo os olhos do telespectador e nenhum repórter aparecendo na tela.
O "Globo Repórter" sofreu desde o início com as constantes intervenções dos censores, e vários programas não chegaram a ir ao ar, como o "Wilsinho da Galileia" (1978), de João Batista de Andrade, sobre um assaltante morto pela polícia aos 18 anos.
Em 1982, o programa passou por mudanças, e o narrador estático que conduzia o programa foi substituído pelo repórter, que assumia junto com o câmera a condição de testemunha do fato.
Enquanto ainda fazia parte da equipe do "Globo Repórter", Eduardo Coutinho desenvolveu o que viria a ser o seu primeiro longa-documental, "Cabra Marcado para Morrer", lançado em 1984.
BEIJO GAY
Foi apenas um selinho, mas representou um marco na teledramaturgia nacional. A cena em que Félix (Mateus Solano) beija Niko (Thiago Fragoso) no capítulo final da novela “Amor à Vida”, de Walcyr Carrasco, representou a quebra de um tabu na novela das nove. Depois dessa novela, outras duas tramas já exibiram beijos entre casais homoafetivos: “Em Família” (2014), de Manuel Carlos, com as personagens Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller), e, recentemente, “Babilônia”, de Gilberto e João Ximenes Braga e Ricardo Linhares, com Estela (Nathalia Timberg) e Teresa (Fernanda Montenegro). Este último rendeu muita polêmica, boicote de evangélicos à novela e adaptações na trama para resgatar a audiência em queda.
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49 - 50
Em 26 de abril, a TV Globo comemora 50 anos. Zero Hora escolheu 50 momentos, personagens ou artistas que ajudaram a construir a história do canal e, de alguma forma, marcaram gerações de brasileiros.
Fotos: GLOBO
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