Marcelo Perrone
Talento precoce, genial e megalômano, Orson Welles (1915 – 1985) deixou sua marca na história do cinema com os filmes que fez – entre eles as obras-primas Cidadão Kane (1941) e A Marca da Maldade (1958) –, os que sonhou em fazer e também os que deixou aos pedaços pelos caminhos tomados em sua conturbada trajetória. Alguns dos projetos abandonados pelo diretor norte-americano acabaram vindo parcialmente à luz graças ao esforço de admiradores abnegados que apresentaram, após a morte de Welles, títulos como É Tudo Verdade, documentário rodado no Brasil nos anos 1940, e Dom Quixote, sua caótica adaptação do clássico literário de Cervantes. Desses e de outros tantos títulos Welles teve de abrir mão em diferentes estágios de produção por conta de seu constante enfrentamento com produtores e da crônica falta de dinheiro. Essa foi sua sina após tornar-se um pária em Hollywood quando a fama de gênio deu lugar ao carimbo de indomável, encrenqueiro e gastador.
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