Roger Lerina
A Primavera Árabe aos poucos está chegando aos cinemas do Ocidente. Recentemente, o filme Assim que Abro Meus Olhos (2015), de Leyla Bouzid, mostrou a efervescência da juventude da Tunísia às vésperas da eclosão do movimento que desencadeou uma onda de protestos em países da região a partir do final de 2010. Agora é a vez do Egito: entrou em cartaz na Capital no final da semana passada Clash (2016), eletrizante thriller ambientado em 2013, dois anos depois da deposição do regime autoritário do presidente Hosni Mubarak e logo em seguida à queda de seu sucessor, o islamita Mohamed Morsi. Indicado pelo Egito a uma vaga na disputa do Oscar de filme estrangeiro deste ano, o longa é dirigido pelo jovem Mohamed Diab, realizador de Cairo 678 (2010) – elogiado drama sobre a busca por justiça de três mulheres que sofreram assédio.