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A curta vida de Anne Frank, morta em um campo de concentração nazista aos 15 anos, ressoa cada vez mais forte em todo o mundo – inclusive no Brasil. No ano que vem, a editora Record pretende lançar no país duas publicações que envolvem o famoso diário da menina alemã, que viveu entre 1929 e 1945 (leia mais abaixo. Já em Porto Alegre, mais um trabalho inspirado na vida de Anne pode ser conhecido pelo público com a peça O anexo secreto, que tem apresentação nesta quarta-feira, às 20h, na Sala Álvaro Moreyra (Erico Verissimo, 307).
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Baseado no diário que Anne mantinha enquanto permaneceu oculta dos nazistas em um esconderijo, o espetáculo gaúcho usa figurinos realistas da década de 1940, mas também busca inspiração no cinema mudo e no expressionismo alemão para compor a iluminação e o cenário.
A peça foi criada em 2015 como trabalho de conclusão em Teatro na UFRGS pela então estudante Natália Xis. Na semana passada, o espetáculo estreou fora da universidade, contemplado pelo edital Novas Caras da prefeitura de Porto Alegre, e segue em cartaz até 29 de junho, sempre às quartas-feiras. A entrada é franca, com distribuição de senhas uma hora antes da apresentação.
O texto foi criado por meio de improvisações dos atores, estimulados pelos diretores Juliano Rabello e Fernanda Moreno.
– Ter uma mulher como protagonista foi algo levado em conta na hora de escolher o tema da peça. Afinal, a nossa história também é feita de mulheres fortes – conta Natália Xis, que interpreta a protagonista.
Para a atriz, os escritos de Anne Frank não configuram apenas um testemunho do passado, mas também um exemplo para o presente:
– A peça trata de várias questões, mas as principais são o preconceito e a questão da identidade. O combate contra o desrespeito sobre as diferenças vem se tornando cada vez mais forte, mas ainda há muito que se fazer. A partir desse fato histórico, queremos pensar o nosso hoje. Somos produtos de um passado.
Anne Frank em livros: títulos que devem chegar às livrarias brasileiras em 2017:
Obras completas
Pela primeira vez no Brasil, o Diário de Anne Frank ganhará em 2017 uma edição com todas as suas versões – e com traduções direto do holandês. O volume reunirá o texto que ficou conhecido mundialmente, editado pelo pai da menina e pela escritora Mirjam Pressler, o diário original e uma versão editada pela própria Anne, além de fotos, reproduções de documentos e artigo de historiadores. A publicação é da editora Record.
"Diário de Anne Frank" em HQ
Mais um projeto da Record para 2017 é a edição de uma versão em quadrinhos do Diário de Anne Frank. O responsável pelas ilustrações é o artista gráfico ucraniano David Polonsky, um dos autores da graphic novel Valsa com Bashir, cuja versão cinematográfica – que tem direção de arte de Polonsky – ganhou o Globo de Ouro em 2009 como melhor filme estrangeiro e foi indicado ao Oscar na mesma categoria.