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Quando a noite está perfeita, ela sai "com as amiga louca". "Sociedade em choque", a moça veio para incomodar.
Estamos falando de Karol Conka, a rapper curitibana de cabelos rosa pink que faz nesta quarta-feira, no Opinião, o seu primeiro grande show em Porto Alegre. O encontro com os fãs da Capital promete ser uma grande celebração: 2016 foi o ano da Mamacita, como a artista é conhecida.
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Motivos para comemorar não faltam. Desde março deste ano, quando se apresentou no OBRA Club, muita coisa rolou na vida da cantora. Vamos à lista: estampou capas de revista; foi adotada por grandes marcas; ganhou milhares de seguidores na internet; apresentou-se na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, no Maracanã, para uma audiência televisiva de 28 milhões de brasileiros, segundo o Ibope; e, por fim, vai virar apresentadora de televisão, assumindo o posto de Ivete Sangalo no programa Superbonita, no canal GNT.
– Entendi que era para ser entrevistada. Quando a diretora do programa falou que eu ia substituir a Ivete, disse: "Gente, vocês estão loucos. Têm certeza disso?". Falei que não sou muito certa da cabeça. Realmente não esperava – conta a cantora de 29 anos em entrevista a ZH. – O que mudou de lá para cá foi a percepção da minha carreira. Estou muito satisfeita com a repercussão que tenho agora. Veio no tempo certo. Encaro tudo com muito pé no chão. É uma grande responsabilidade o título de tombadora (algo como poderosa) que venho carregando. Tenho total noção de que é um momento importante e sei que lutei muito para estar onde estou. Para mim, não chega a ser nenhuma novidade – acrescenta.
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APÓS SUCESSO, RAPPER PASSOU A SE EXPOR MENOS
Principal voz do hip hop feminino do país, com destaque para suas letras sobre empoderamento feminino, Karol teve de segurar um pouco a onda após tamanha exposição. O assédio aumentou tanto que a rapper diz não sair mais sozinha de casa. E, antes de dar aquele "enter" para publicar as suas tiradas nas redes sociais, respira e reflete bastante.
– Penso mais no que vou postar e falar. Não tenho vergonha de nada. Tem pessoas que não estão preparadas para esse tipo de comportamento. Como uma forma de bom senso, dou uma maneirada – explica Karol, que reserva para os fãs sua faceta mais escrachada. – Deixo esse lado mais espontâneo para o show, para quem gosta de mim de verdade.
No set list da apresentação de quarta-feira estarão as melhores canções de Batuk freak (2013), seu disco de estreia, e faixas que bombam nas pistas, como Tombei, É o poder e Maracutaia. Garantidas estão ainda 100% feminista, parceria com MC Carol, além de um cover de Amy Winehouse.
– Faço só no meu show, para o meu público louco – diverte-se.
Além de Amy, outras referências musicais de Karol Conka são Etta James, Lauryn Hill, Rihanna, Beyoncé e Elis Regina.
– (Na infância) Eu corria para ver quando a Elis estava na televisão. Minha mãe e minha tia gostavam muito dela. Achava o jeito de ela interpretar tão fantástico... Quando soube que a Elis tinha filhos, achei aquilo magnífico. Falei: gente, é possível ser cantora, ter filhos e viver uma vida louca.
KAROL CONKA
Quarta-feira (30/11), às 22h. Abertura da casa: 20h30min.
Classificação: 16 anos.
Opinião (Rua José do Patrocínio, 834, fone 51 3211-2838).
Ingressos: de R$ 55 (promocional, com a doação de 1kg de alimento não perecível) a R$ 140.
Pontos de venda: Youcom Bourbon Wallig (somente em dinheiro); lojas Youcom do shopping Praia de Belas, Iguatemi, Bourbon Ipiranga, Barra Shopping Sul, Bourbon Novo Hamburgo e Canoas Shopping e Multisom da Andradas, 1.001 e Bourbon São Leopoldo (com taxa de R$ 5, apenas em dinheiro); online: minhaentrada.com.br/opiniao.
O PAPO RETO DE KAROL CONKA
TOMBEI
"Se quiser conferir, vem cá, pra ver se aguenta
Miro muito bem, enquanto você tenta
Enquanto Mamacita fala, vagabundo senta
Mamacita fala, vagabundo senta."
MARACUTAIA
"Algumas na pista suplicando por um membro
Ele ajeita a gola da camisa e cai pra dentro
Consumação zerada, mas continua bebendo
Pra ele é tudo ou nada e qualquer coisa tá valendo."
É O PODER
"Sociedade em choque, eu vim pra incomodar
Aqui o santo é forte, é melhor se acostumar
Quem foi que disse que isso aqui não era pra mim
Se equivocou
Fui eu quem criei, vivi, escolhi, me descobri
E agora aqui estou."