Gustavo Brigatti
No final de março, fui para o Rio de Janeiro a convite da organização do Rock in Rio. Chegando lá, encontro repórteres de jornais de outros Estados. O objetivo era fortalecer a imagem do festival para além do Rio. Em determinado momento da viagem, um dos colegas vira pra mim e dá a morta:
– Ih, rapaz, que rock o que. O negócio é Carnaval.
Enrugo a testa sinalizando interesse. Ele continua, dizendo que, na Capital do seu Estado, o reinado de Momo é indiscutível. O Carnaval, ele me conta, tomou de assalto o imaginário popular, extrapolando calendário e locais tradicionais.
Leia também
O aceno etéreo para o tempo de Luiza Lian
A distopia cinematográfica de Kiko Dinucci
Caro Antônio é uma banda que você precisa conhecer agora (mesmo)
Concordo com o colega. Nunca vi tanta gente interessada em Carnaval como nos últimos anos. Este ano, em particular, foi chocante: amigos das antigas, gente que parecia dormir de coturno e coletinho cheio de patches do Agnostic Front e Bad Religion, vestiram bermuda tactel e foram pular atrás de trio elétrico ou coisa que o valha. Dedinho pra cima e tudo. É sério.