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Fernando Corrêa
fernando.correa@zerohora.com.br
Se hoje a Fresno é uma banda planetária, há 12 anos seu universo não ia muito além da Zona Norte de Porto Alegre.
Nasceu no grêmio estudantil de um colégio ao lado da Sogipa, o Pastor Dohms, o grupo que coleciona prêmios de popularidade em âmbito nacional - como o Video Music Brasil, da MTV, e o Prêmio Multishow -, que lota shows em quase todo o país (já tocou em 18 Estados e no Distrito Federal) e que é uma das mais aguardadas atrações do Planeta Atlântida, dias 3 e 4 de fevereiro, na Sede Campestre da Saba.
Foi em 16 de junho de 2000 que a banda fez seu primeiro show, ainda com outro nome, outro estilo e outra formação - os únicos remanescentes da então Democratas, que tocava covers de Charlie Brown Jr., Raimundos, Los Hermanos, Blink 182 e Peninha (Sozinho, onipresente àquela época por conta da versão gravada por Caetano Veloso), são o vocalista Lucas Silveira e o guitarrista Gustavo Mantovani, o Vavo. O baixista Rodrigo Tavares entrou em 2006, e o baterista Rodrigo Ruschel, o Bell, em 2008. Apelidado naqueles tempos de Paraíba, numa referência torta ao fato de ter nascido no Ceará, Lucas, 28 anos, lembra bem:
- Frequentei um monte de colégios no primeiro grau. Fui para o Pastor Dohms no primeiro ano (do Ensino Médio) e lá conheci os amigos que realmente cultivei até hoje. Foi quando conheci o Vavo, o Cuper (Pedro Cupertino, ex-baterista), o Lezo (Bruno Teixeira, ex-baixista) e o Nêgo (Leandro Pereira, ex-vocalista), e foi quando comecei a tocar violão. No segundo ano, já queria formar uma banda.
Membros do Grêmio Estudantil, os garotos deram um jeito de reativar o festival de bandas do Pastor Dohms. Não se mostraram tão democráticos quanto o nome da banda sugeria.
- Como éramos do Grêmio, nos colocamos para tocar no melhor horário - revela Lucas.
A primeira vez ao vivo da Democratas está registrada em vídeos no YouTube (procure por "Fresno democratas"). O palco foi a paróquia do Pastor Dohms - até o quarto show, tocaram só no colégio: na paróquia, no salão nobre, no ginásio. Segundo a professora de Biologia Nástia Aires, 46 anos, a turma dos garotos era muito querida. Sobre Lucas e Vavo, especificamente, ela lembra que o primeiro era mais irreverente, e o segundo, mais quieto - e os dois, típicos adolescentes:
- Estudiosos, mas com malandragem.
Em 2001, a descoberta de uma banda nordestina de mesmo nome levou os guris a renomearem-se: Fresno. Não era uma referência explícita à homônima cidade californiana, mas porque soava bem. Nêgo deixou a banda, e Lucas assumiu o microfone. A partir daí, a coisa passou a ficar mais séria. Em poucos anos, já morando em São Paulo, a Fresno colecionaria shows de grande porte - como quatro edições do Planeta Atlântida e uma apresentação memorável no Parque da Redenção, em 2007, que inspirou o título de seu quinto álbum de estúdio.
Leia a reportagem completa, com o locais da Capital que marcaram a trajetória da Fresno e a vida da banda em São Paulo, na versão impressa do Segundo Caderno desta quarta-feira.