
Com 14 anos de carreira e dois discos lançados (e esgotados), Adriana Deffenti ainda experimenta o doce arrepio de se jogar nas mãos do público como se estivesse começando.
A cantora admite que está curiosa para se expor com quatro canções próprias - ela, que se considera uma compositora "lenta" - no show desta quinta-feira (18/10), às 21h, no Foyer do Theatro São Pedro, em Porto Alegre.
São elas: Controversa, Malabarismo Íntimo, Mais Uma e Menina do Jornal, esta presente no disco de estreia, Peças de Pessoas (2002). Primeiro espetáculo inédito desde 2009, Em Mãos terá a combinação de diferentes gêneros de música popular que caracterizam sua carreira. Estarão, lado a lado, pop rock (Refrão de Bolero, dos Engenheiros do Hawaii, e Mesmo que Mude, da Bidê ou Balde), samba (Minha Verdade, de Ivone Lara e Délcio Carvalho), jazz (Bewitched, Bothered and Bewildered, de Hart e Rodgers) e surpresas como Outono, de Ramiro Macedo, jovem compositor que foi aluno de canto de Adriana.
- Gosto de coisas muito diferentes entre si, e o repertório acaba assim - gargalha, para depois emendar, séria: - Muitas vezes me perco nisso, pois o mercado exige rótulos. Espero encontrar um produtor que diga: "Tu não vais cantar isso ou aquilo".
Acompanhada, no show, pelo pianista Luiz Mauro Filho, ela quer fugir do clichê da música "intimista". Em alguns momentos, os solos de piano serão substituídos por riffs, como são chamados os padrões melódicos usualmente executados pela guitarra na música pop e no rock. Há seis anos sem gravar (o último disco foi em 2006), Adriana considera o espetáculo como o primeiro ensaio para um novo registro, que poderá ser um álbum de estúdio ou ao vivo, acompanhado de DVD.
- Queria que o novo disco fosse um puta sucesso para garantir a verba de relançamento dos outros dois - revela.
E assim Adriana redescobre a voz, agora cada vez mais como autora.
- Não tenho sequer quantidade de músicas para dizer que meu estilo é esse ou aquele, mas não sou compositora de harmonias muito sofisticadas. As coisas estão bem redondas, bem pop.
Daí o título do show. Adriana, 36 anos, sente que está se entregando "em mãos".
- Finalmente resolvi falar.