
Capricho na produção foi o que não faltou na estreia de O Canto da Sereia, na noite de terça-feira. Com a bela fotografia de Walter Carvalho aliada a uma direção de arte que prezou pelos detalhes, a microssérie impressionou pelo visual. Entretanto, a história, pouco empolgante, deixou a desejar.
A rapidez dos acontecimentos, entre eles a morte da cantora e os flashbacks sobre seu passado obscuro, necessária para agilizar a trama, que tem apenas quatro capítulos, provocou pouca emoção em quem a assistia. Os planos fechados lembraram os mesmos enquadramentos das novelas, que valorizam os rostos dos personagens, em vez de destacar os ambientes, um dos trunfos da atração.
Na pele de Sereia, Isis Valverde teve uma atuação correta. A atriz soube mostrar a tensão de uma mulher ciente de que algo ruim estava prestes a acontecer. A mineira também equilibrou bem os sentimentos contraditórios de uma artista que precisa parecer feliz o tempo todo para os fãs e para a mídia, enquanto vive uma situação conturbada com seu entourage.
O corpo de Isis, que aparece nua ao sair do banho e depois em uma sequência sensual, em um devaneio do segurança Augustão (Marcos Palmeira), que se imagina em um ménage à trois com a cantora e a empresária dela, Mara (Camila Morgado), surtiu efeito na audiência.
Divertidos mesmo foram os comentários nas redes sociais enquanto o programa era exibido. Internautas diziam que o Divino, bairro fictício de Avenida Brasil, havia sido transportado para Salvador, onde se passa a série, por causa da presença de atores que trabalharam na novela, como Marcos Caruso, Fabíula Nascimento e a própria Isis, que encarnou a periguete Suellen.