Porto Alegre recebe neste final de semana a mais recente faceta de Clarice Falcão: cantora. A atriz de novela, roteirista de seriado, escritora de peças e humorista do programa Porta dos Fundos apresenta Monomania no Teatro do Bourbon Country. E terá casa cheia no domingo.
O trabalho é a estreia profissional de Clarice na música. E que estreia: sem apoio de gravadora ou estratégia de marketing agressiva, sem tocar no rádio ou na TV, a cantora tem lotado todos os shows da turnê, que começou em maio, em São Paulo, e está rodando pelo Brasil, quase sempre com ocupação máxima - para o show deste domingo, em Porto Alegre, os ingressos estão esgotados há dias.
De casas pequenas ("Acho que quem estava na primeira fila no Beco, em SP, conseguia ver minha calcinha") a grandes auditórios ("No Ibirapuera, o público estava a uns 40 metros, e eu perdia de vista"), parece não haver espaço suficiente para o número crescente de fãs que querem ouvir as canções de amor cheias de humor cítrico que recheiam o disco.
- Gosto de misturar gêneros. Minhas comédias preferidas têm um pouco de drama, e meus dramas favoritos são engraçados, então gosto dessa brincadeira de não dar o tom logo de cara. O meu humor aparece pelo contraste, não é "Ah, vou colocar uma piada no meio da música" - explica.
No show deste domingo, Clarice vem com banda completa e apresenta, além das 13 faixas de Monomania, algumas surpresinhas - que podem ou não incluir a música do comercial de uma rede de supermercados.
O fato de ter emprestado voz e rosto para uma propaganda ainda não lhe rendeu críticas (como recentemente enfrentou Tom Zé), mas ela diz que está preparada.
- Acho engraçado isso de as pessoas pedirem para liberar o CD de graça e depois tacarem pedra porque você está ganhando dinheiro de outra forma. Poxa, artista também é trabalhador, não vive de luz. E se a propaganda condiz com a minha proposta, qual o problema? - questiona.
