
Um dos musicais de maior sucesso na história da Broadway, Alô, Dolly! chega a Porto Alegre em versão brasileira dirigida por Miguel Falabella, que também estrela o espetáculo, ao lado de Marília Pêra.
As sessões serão desta quinta (1º/8) a sábado (3/8), às 21h, e domingo (4/8), às 17h, no Teatro do Sesi.
Baseada na peça A Casamenteira, do escritor e dramaturgo americano Thornton Wilder (1897 -1975), a comédia musical escrita por Michael Stewart, com música e letras de Jerry Herman, é ambientada em 1890, no estado de Nova York. A trama coloca em cena a viúva e casamenteira Dolly Levi (interpretada por Marília), que recebe a missão de encontrar uma esposa da cidade grande para o comerciante de Yonkers Horácio Vandergelder (Falabella). Ele é apresentado a Irene Molloy (a santa-mariense Alessandra Verney), mas acaba enrolado pelos estratagemas de Dolly, que a certa altura decide conquistar o mal-humorado Vandergelder.
Tudo isso ocorre em meio a outros encontros e desencontros. Fazendo justiça a seu ofício, Dolly ajuda Ambrósio Kemper (Thiago Machado) a namorar Ermengarda (Brenda Nadler), sobrinha de Vandergelder. Já Cornélio Hackl (Frederico Reuter) é um empregado de Horácio que se apaixona por Irene.
Esta versão do musical chega com ares de grande produção. Conta com 29 atores e uma orquestra com 16 músicos, sob direção musical de Carlos Bauzys. Os figurinos são assinados por Fause Haten. A coreografia é de Fernanda Chamma; o cenário, de Renato Theobaldo e Roberto Rolnik; e a iluminação, de Paulo Cesar Medeiros.
Uma das grandes atrizes da história da dramaturgia brasileira, Marília Pêra, 70 anos, é a estrela do espetáculo. A experiência não diminui o frio na barriga, garante ela, em entrevista por telefone do Rio:
- Pelo contrário. Quando eu era jovenzinha, tinha certeza de que conseguiria fazer tudo, não tinha o menor senso de limitação (risos). Agora, fico sempre assim: "Meu Deus, me ajuda". Mas não fico nervosa de paralisar. Fico excitada, pensando: "Que bom que estou em cena, que alegria que estou em um espetáculo de sucesso".
Aos 18 anos, Marília participou, como bailarina, de uma versão do musical Minha Querida Lady. Depois, realizou teste para atriz da primeira versão brasileira de Alô, Dolly!, mas não passou. Agora, volta à baila como protagonista. É a primeira vez que contracena no palco com Falabella. São atores de temperamentos distintos: ele, afeito ao improviso; ela, mais reservada.
- Sempre tento ir no ritmo do espetáculo. Mas, quando o Miguel faz muitas brincadeiras em cena, eu também mando um caco (improviso) em cima dele, algumas coisas inesperadas. Ele fica rindo, nem consegue falar. Mas o improviso é mais comum da parte dele, que é o diretor - explica Marília, que também estará em cena com o filho Ricardo Pêra, no papel do maître de um restaurante.
A atriz comemora a cultura dos musicais que tem sido criada no país:
- Acho que os produtores que realizam um musical desse tamanho são meio loucos. Tem muita gente envolvida. Mas, de alguma forma, eles dão oportunidade de trabalho para um número grande de pessoas.
Primeira montagem foi em 1964
Por ocasião da estreia de Alô, Dolly! na Broadway, em 1964, o crítico Howard Taubman, do New York Times, saudou as boas novas: "Hello Dolly! (...) tem qualidades de novidade e imaginação raras em meio a nossos musicais feitos por máquinas". Era a primeiríssima versão, estrelada por Carol Channing e David Burns, que ganhou 10 prêmios Tony, a grande láurea do teatro americano, entre eles o de melhor musical e atriz.
Dois anos depois, no Brasil, foi a vez da montagem que contava com Bibi Ferreira e Paulo Fortes nos papéis principais. Era o início das versões de musicais americanos no país. Em 1969, apareceu a adaptação cinematográfica dirigida por Gene Kelly. Barbra Streisand era Dolly Levi, e Walter Matthau, o rabugento Horace Vandergelder. Toda essa herança serviu de referência para a montagem dirigida por Miguel Falabella, que aparece em meio à consolidação de uma tradição musical no país.
ALÔ, DOLLY!
> Texto Michael Stewart, direção de Miguel Falabella.
> Com Marília Pêra e Miguel Falabella.
> De quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 17h. Duração: 2h30min (com intervalo). Classificação: 12 anos.
> Teatro do Sesi (Assis Brasil, 8.787), fone (51) 3347-8787, em Porto Alegre.
> Onde estacionar: No local, a R$ 15
> Ingressos: R$ 110 (mezanino), R$ 150 (plateia alta) e R$ 170 (plateia baixa). Desconto de 50% para titular do Clube do Assinante nos primeiros 400 ingressos (somente pela telentrega e na sessão de estreia) e de 10% nos demais.