
Filho e sobrinho de gente graúda da música popular brasileira, ele poderia ter se apoiado no sobrenome famoso. Mas, em vez disso, optou por estampar apenas o primeiro nome na capa do seu disco de estreia.
Após um ano e meio de trabalho, chega hoje às lojas Ian, primeiro álbum de Ian Ramil.
A vontade de seguir o próprio caminho, conta Ramil, é natural. Nada contra a família, claro, mas ele preferiu do jeito dele.
Para registrar o début, exilou- se em Buenos Aires durante alguns meses de 2012 com o produtor Matias Cella e um punhado de instrumentistas argentinos.
Mais meio ano de ajustes finos, e Ian ficou pronto - e deve surpreender quem já ouviu os quatro singles previamente liberados pelo músico gaúcho.
- Tem muita coisa no disco completo que não tem nos singles, como arranjos de sopros e metais - comenta Ramil.
Gravado ao vivo, Ian é essencialmente desplugado, calcado em violões e com guitarras e baixos elétricos pontuados aqui e ali.
Sua fonte de inspiração mais clara é Beatles - da citação de I Want You ( Shes So Heavy) em Nescafé aos arranjos de Seis Patinhos que lembram Lucy in the Sky with Diamonds - mas tem também Jorge Ben (lembrado em Entre o Cume e o Pé) e Los Hermanos pós- Bloco do Eu Sozinho ( em Transe).
Há ainda referência ao country americano ( Hamburger), baladas ( Over and Over), uma quase- bossa ( Rota) e até um ar de cabaré em Pelicano.
O que torna Ian e seu arquiteto propositalmente difíceis de catalogar.
- Eu chamo o que faço de música livre - declara Ramil.- Tenho minhas influências, claro, mas vou mais na intuição, deixo fluir.
Por isso, minha música não pertence a nenhuma escola, ela circula por onde quiser.
Depois de uma audição comentada na última semana, em Pelotas, Ramil começa o período de divulgação do álbum em maio, com shows na mesma cidade ( Spazio Auguri, no dia 24), Rio Grande ( Mundo Moinho, 25) e Porto Alegre ( Theatro São Pedro, 28).
SERVIÇO
IAN Ian Ramil Pop, Escápula Records, 13 faixas, R$ 25 ( CD), R$ 60 ( vinil) e digital gratuito com contribuição espontânea no site www.ianramil.com