Cemitério Santa Casa
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Para além da Redenção, da Usina do Gasômetro e da Fundação Iberê Camargo, há uma Porto Alegre a desbravar. Confira cinco atrações que merecem a visita de quem estiver esticando o feriado na cidade - em especial, os porto-alegrenses.
Mais antigo local de sepultamentos ainda em atividade na Capital, o Cemitério Santa Casa (Oscar Pereira, 423) é um museu a céu aberto. Inaugurado em 1850, guarda em suas silenciosas alamedas monumentos de diferentes épocas que homenageiam personagens proeminentes da história brasileira. Grande parte das esculturas data do início do século 20 e é de artistas contratados pelo poder público em concurso para reverenciar os mortos. Figuram ali trabalhos de habilidosos artistas, como o pelotense Antônio Caringi (1905 - 1981), conhecido pelo monumento O Laçador, e o espanhol André Arjonas, especialista em mármore responsável por obras em diversos templos da Capital.
Em torno do corredor principal da área mais elevada do cemitério, chamam a atenção os suntuosos mausoléus de figuras como Julio de Castilhos (1860 - 1903), que governadou o Rio Grande do Sul no fim do século 19; José Gomes Pinheiro Machado (1851 - 1915), senador da República Velha responsável pelas eleições no país; e o cantor Teixeirinha (1927 - 1985).
Fique esperto: antes de sair de casa, visite primeiro o site cemiteriosantacasa.com.br, onde há roteiros de visitação conforme o interesse do visitante - político, histórico, artístico, entre outros.
Visitação: diariamente, das 8h às 12h e das 13h30min às 18h. Grupos acima de 15 pessoas podem agendar visita guiada pelo (51) 3213-7258.
De transporte público: Ônibus 256 - Intendente Azevedo, 256.1 - Intendente Azevedo/Nazareth, 260 - Belém Velho/Oscar Pereira e 216 - Restinga/Gloria. Lotação Glória.
Estacionamento gratuito no local
Pinacoteca Ruben Berta
Não bastasse ser uma atração o próprio casarão onde está instalada, a Pinacoteca Ruben Berta (Duque de Caxias, 973) abriga um relevante acervo de obras de arte, reunido pelo empresário Assis Chateaubriand e doado à prefeitura de Porto Alegre em 1971. A construção data de 1893 e passou por uma restauração antes de ser aberta ao público, em novembro. Há ainda um auditório onde são realizados concertos musicais.
Fique esperto: durante a reforma, foi descoberta, no pátio, uma cisterna que nem os últimos moradores da casa sabiam existir. A peça provavelmente data do final do século 19 e foi restaurada para captar a água da chuva.
Visitação: segunda a sexta, das 9h às 18h. Agendamento de visita guiada pelo fone (51) 3224-6740.
De transporte público: Ônibus C3 e C1 e lotação Rio Branco/Ipa e Rio Branco/Independência.
Não há estacionamento próprio.
Igreja das Dores
Construída ao longo de cem anos, a Igreja das Dores (Andradas, 597) tem sua história ligada a uma curiosa lenda. Conta-se que um escravo chamado Josino, cedido por seu dono para trabalhar na construção das torres, teria sido acusado de roubo e condenado à morte. Alegando inocência, ele rogou uma praga: seu senhor jamais veria a obra pronta. De fato, a construção se arrastou: a pedra fundamental foi colocada em 1807, mas somente em 1903 as torres e fachadas foram concluídas. Recentemente restaurada, a igreja apresenta relíquias artísticas. Nos corredores, podem ser vistas estátuas de roca: imagens sacras entalhadas em madeira, com proporções humanas, cabelos naturais e olhos de vidro. Além das esculturas vindas de Portugal e da Espanha, chama a atenção a pintura do teto.
Fique esperto: para evitar os 63 degraus da escadaria da Andradas (que ilustra a capa desta edição), há uma entrada nos fundos, na Riachuelo, 630.
Visitação: diariamente, das 8h às 20h - aos domingos, a igreja fecha entre as 12h e 13h. Grupos podem agendar visitas guiadas pelo telefone (51) 3228-7376. Missas aos sábados, às 18h, e aos domingos, às 8h30min, 10h e 18h30min.
De transporte público: Ônibus C1 e C3 e lotação Rio Branco/Ipa e Rio Branco/Independência - descer na Duque de Caxias, próximo à General Bento Martins, e caminhar uma quadra até a Riachuelo.
Há estacionamento pago na entrada da Riachuelo, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, a partir de R$ 7.
Solar dos Câmara
Uma das mais suntuosas construções de Porto Alegre, o Solar do Câmara é, desde 1993, um espaço aberto a visitantes. O casarão foi construído entre 1818 e 1824 pela família de José Feliciano Fernandes Pinheiro, o visconde de São Leopoldo. Do alto do casarão na Duque de Caxias, 968, ele via a movimentação do Guaíba na condição de inspetor da alfândega. Quem também viveu no local foi o general Câmara, personagem da Revolução Farroupilha cujo sobrenome passou a nomear o solar. Nos anos 1980, a Assembleia Legislativa adquiriu o prédio e promoveu uma reforma. Conservando características da arquitetura colonial e do estilo neoclássico, o casarão exibe pinturas do século 19. Na antiga senzala, funciona uma biblioteca. Quinzenalmente, são apresentados espetáculos gratuitos de música (confira em www.al.rs.gov.br/drpac). A entrada é pela Assembleia Legislativa (Praça Marechal Deodoro, s/nº).
Fique esperto: preste atenção no santuário para Nossa Senhora de Lourdes, ornado com um mosaico de cacos de pratos, xícaras e bules - presume-se que os antigos moradores tenham usado louças europeias que se quebraram a caminho do Brasil.
Visitação: segunda a sexta, das 9h às 18h. Agendamento de visita guiada pelo fone (51) 3210-1148.
De transporte público: Ônibus C3 e C1 e lotação Rio Branco/Ipa e Rio Branco/Independência.
Não há estacionamento próprio.
Praça Shiga
No encontro das movimentadas avenidas Cristóvão Colombo e Plínio Brasil Milano, há um respiro de traquilidade. É a Praça Shiga, oferecida pela Província de Shiga, Estado-irmão japonês do Rio Grande do Sul. No desenho da praça, idealizada pelo arquiteto e paisagista japonês Kunie Ito, há fonte de água, cascata e ponte de pedra, seguindo o tradicional estilo dos jardins japoneses. Tão impressionante quanto a paisagem são a limpeza e a conservação do espaço, com arbustos, gramados e árvores cuidadosamente aparados. Tudo isso faz da Praça Shiga um constante destino de fotógrafos.
Fique esperto: deixe o cachorro em casa, pois não é permitida a entrada de animais. Como não há muitos bancos, é recomendável levar cadeira de praia ou esteira.
Visitação: terça a domingo, das 8h às 12h e das 14h às 18h.
De transporte público: Ônibus 617 - Iguatemi, 620 - Iguatemi/Vila Jardim, 520 - Triangulo/24 de Outubro, 510 - Auxiliadora e 431 - Carlos (para 510 e 431, descer na Plínio Brasil Milano com a Eduardo Chartier e caminhar uma quadra). Lotações: Higenópolis/Hospital Militar e Guerino/Lindoia/Auxiliadora.
Na há estacionamento próprio.