O Diário de um Mago foi o primeiro grande sucesso do escritor.
Foto: Márcio de Souza/Divulgação
A escolha do tema adultério surgiu de conversas pela internet. Como se deu isso?
Eu vi um filme sobre o Relatório Kinsey, que foi publicado nos anos 1950, sobre o comportamento sexual das pessoas. E o interessante deste relatório é que as pessoas leram e pensaram: "Eu não estou sozinho". A pessoa que se masturbava e achava que era só ela, as pessoas que tinham certas preferências e achavam que eram diferentes ficaram aliviadas. Eu fiquei muito impressionado, o relatório é da época dos meus pais, e pensei qual tema seria importante abordar hoje em dia em um post no meu blog. Primeiro, pensei em depressão e fui para a internet saber o que as pessoas pensavam sobre aquele assunto, mas percebi que as que estavam realmente deprimidas não responderam. Então, abri uma página no meu blog e tive mais de mil respostas. Pude ver que as pessoas aliavam um estado de depressão à infelicidade amorosa. Aí, comecei a entrar em fóruns, ver como as pessoas se comportavam, e o fato é que eu fui, anonimamente, vendo que as pessoas se deprimiam muito com a infidelidade amorosa. O tema me seduziu. Deixou de ser um post e virou um livro.
Paulo Coelho e Raul Seixas, "o amigo e inimigo íntimo"
Foto: Reprodução
Pesquisa recente do Latinobarómetro mostra que o catolicismo está em queda na América Latina em geral e no Brasil em especial. O senhor tem uma explicação para isso?
Realmente acredito que o catolicismo esteja em queda, e as igrejas evangélicas em alta. O catolicismo se afastou muito no lado do mistério e se transformou em uma coisa mais técnica, mais burocrática. Espero que haja uma reversão com o papa Francisco.
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