
As comemorações dos 15 anos da Sala P.F. Gastal terão neste fim de semana um de seus pontos altos. Desta sexta-feira a domingo, serão realizadas três sessões para lá de especiais.
Às 20h de sexta, o novíssimo média-metragem de Andrea Tonacci, Já Visto Jamais Visto, terá sessão comentada pela produtora e montadora Cristina Amaral. O diretor, italiano radicado no Brasil, fez fama por títulos cultuados como Bang Bang (1971) e, mais recentemente, assinou um dos clássicos contemporâneos da onda que aproximou o documentário da ficção - Serras da Desordem (2006).
Já Visto Jamais Visto, que tem 54 minutos, propõe um diálogo entre as memórias do autor e as imagens que ele filmou e guardou ao longo de sua atividade cinematográfica, numa reflexão sobre imagens que permaneceram à margem da memória - e de memórias à beira do esquecimento.
No sábado, às 20h, tem o clássico marginal Orgia ou O Homem que deu Cria (1970), de João Silvério Trevisan. Único longa de Trevisan, Orgia acompanha a formação de um grupo de pessoas que busca seu país. De forma carnavalesca, com personagens alegóricos, ligado às lições tropicalistas, a trama aborda tanto a reorientação ideológica do Cinema Novo em sua aproximação com o Estado autoritário quanto o ambiente de asfixia (censura, repressão) e breve euforia (milagre econômico, Copa do Mundo) que dominava o Brasil da época.
A exibição será em 35mm e contará com a presença do diretor, que conversará com o público após a sessão.
A maratona cinéfila do fim de semana no Gasômetro termina no domingo, às 19h, com um coquetel comemorativo e uma sessão surpresa. As únicas pistas adiantadas pelos programadores da sala é de que se trata de um cultuado longa brasileiro.