
Tosca, de Puccini, será a ópera mais ambiciosa entre as apresentadas pela Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) nos últimos anos, na opinião do maestro argentino Enrique Ricci, que vai reger quatro récitas, de hoje a domingo, no Theatro São Pedro.
Em 2013, a orquestra apresentou Fidelio, de Beethoven, regida por Carlos Spierer. No ano anterior, foi Cavalleria Rusticana, de Mascagni, sob comando do próprio Ricci, dando início ao projeto da Ospa de executar, anualmente, uma ópera em formato de concerto - ou seja, sem a encenação teatral característica do gênero. Sobre a grandiosidade da obra, Ricci compara:
- Não se esqueça de que Tosca estreou em 1900, quando já havia mais possibilidades estéticas, estilísticas e teatrais do que na época de Fidelio (de 1805).
Ao lado de La Bohème, Madama Butterfly e Turandot, Tosca é uma das óperas mais populares do compositor italiano Giacomo Puccini (1858 - 1924), que terá seus 90 anos de morte lembrados em 29 de novembro. Dela saíram árias que se tornaram célebres no repertório lírico, como Recondita Armonia, E Lucevan le Stelle e Vissi dArte. Os papéis principais da versão da Ospa caberão às sopranos Marina Considera e Rosimari Oliveira, que interpretarão a cantora Tosca em dias alternados, assim como os tenores Juremir Vieira e Richard Bauer, que viverão o amante Cavaradossi, e os barítonos Rodolfo Giugliani e Leonardo Páscoa, como o vilão Scarpia.
Mais do que em outras óperas, a música de Tosca está intimamente ligada à trama e aos cenários - a história se passa em pontos históricos de Roma, como a igreja de SantAndrea della Valle, o Palazzo Farnese e o Castel SantAngelo. Será que o público compreenderá a obra sem a remissão a esses elementos neste formato sem encenação? O maestro conclui que sim:
- Acredito que é importante que o público receba uma mensagem artística de qualidade, bem tocada e bem cantada. A música de Tosca é maravilhosa.
Amor, tragédia e morte
Escrito por Giuseppe Giacosa e Luigi Illica, o libreto de Tosca conta a trágica história de amor entre a cantora Floria Tosca e o pintor Mario Cavaradossi contra o Barão Scarpia, chefe de polícia.
Tudo começa quando o rebelde Cesare Angelotti foge do Castel SantAngelo, onde foi preso por Scarpia, e conta com a ajuda de Cavaradossi para se esconder. Desconfiado, Scarpia tortura Cavaradossi até que Tosca - apaixonada pelo pintor - revela o esconderijo. Scarpia condena Cavaradossi à execução, mas aceita voltar atrás caso Tosca se entregue a seus desejos.
Tosca concorda, mas esfaqueia Scarpia assim que ele assina um salvo-conduto para ela e Cavaradossi. Uma execução falsa havia sido armada para Cavaradossi, que acaba morto de verdade. Procurada pela morte de Scarpia, Tosca se suicida.
Assista a um trecho do ensaio da ópera Tosca, com a soprano Marina Considera:
TOSCA
> Desta quinta-feira (28/8) a sábado (30/8), às 20h, e domingo (31/8), às 18h. Duração estimada: 2h40min (incluindo dois intervalos de 20 minutos). Classificação: livre
> Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/nº), fone (51) 3227-5100, em Porto Alegre.
> Ingressos: R$ 20 (galerias), R$ 40 (camarote lateral), R$ 50 (camarote central) e R$ 70 (plateia). Desconto de 20% para sócio do Clube do Assinante. À venda na bilheteria do teatro hoje e amanhã, das 13h às 21h; sábado, das 15h às 21h; e domingo, das 15h às 18h.
> A ópera: Tosca, de Giacomo Puccini (1858 - 1924), será apresentada pela Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e pelo Coro Sinfônico da Ospa, em forma de concerto (sem encenação), com legendas em português.
Os solistas serão Marina Considera (soprano, hoje e sábado), Rosimari Oliveira (soprano, amanhã e domingo), Juremir Vieira (tenor, hoje e sábado), Richard Bauer (tenor, amanhã e domingo), Rodolfo Giugliani (barítono, hoje e sábado), Leonardo Páscoa (barítono, amanhã e domingo), Flávio Leite (tenor), Carlos Rodriguez (barítono), Carlos Serapião (baixo-barítono), Daniel Germano (baixo), Suelen Scholl Matter (soprano) e Carlos Hübner (baixo). A regência será do argentino Enrique Ricci.