5.A Cruz e a Espada

Eles foram, voltaram, brigaram, passaram por um momento de reconstrução e, agora, reaparecem em nova turnê - o RPM, que toca na noite desta quarta-feira no Araújo Vianna (às 21h, com ingressos de R$ 50 a R$ 150 - saiba mais aqui), passou por sua cota de picuinhas antes de lançar Elektra, disco que também dá nome ao show.
(Bem) mais maduros e prospectando novos públicos - o lançamento do disco de inéditas foi exemplo, sendo apresentado em programas de auditório (para capturar a atenção de fãs antigos) e, ao mesmo tempo, com faixas divulgadas no website da banda (para alcançar espectro mais amplo e novo) -, o RPM passou por cima de "gente ruim, como há em todos os meios" para consolidar essa última volta, diz o descontraído frontman Paulo Ricardo... e nunca estiveram "tão bem".
Leia a entrevista, concedida por e-mail:
Zero Hora - Vocês fizeram e desfizeram a parceria mais de uma vez. E você já disse que foi o especial Por toda a minha vida, da Globo, que uniu a banda novamente. Teve algum momento em especial que tocou você? E quem teve a iniciativa de juntar todo mundo? Como foi?
Paulo Ricardo - O processo todo de reviver aquilo através de longas entrevistas foi nos dando uma nova perspectiva, mas o grande momento foi assistir ao programa no ar, como qualquer pessoa. Foi muito forte nos ver ali, daquela maneira. Mas não houve uma "iniciativa de juntar todo mundo". Um dia o Schiavon me chamou pra almoçar e a coisa foi acontecendo naturalmente.
ZH - A relação de vocês está fluindo bem? Houve algum obstáculo decisivo superado para essa volta?
Paulo Ricardo - Houve sim. Gente ruim, como há em todos os meios. Mas só nos tornaram mais fortes e mais unidos. Os cães ladram e a caravana passa. Nunca estivemos tão bem.
ZH - Como vocês conciliam agradar o público do RPM anos 1980 e prospectar novos fãs na era do download?
Paulo Ricardo - Não há esse tipo de elucubração. Claro que estamos atentos às novas tecnologias e a seus desdobramentos, mas isso não afeta a essência do que fazemos. Basicamente, ainda compomos da mesma forma, e depois pensamos num show o mais impactante possível para mostrar aquelas canções ao vivo. O grande desafio é permanecer relevante e inquieto com o passar dos anos.
ZH - Como está sendo trabalhar com o Ulysses Cruz (diretor artístico do show, responsável pelo Criança Esperança desde 2009)? O que podemos esperar de cenografia para os shows no Estado?
Paulo Ricardo - Nos identificamos com o lado teatral e megalômano do Ulysses. Mas os shows são uma coisa viva, em constante mutação. Hoje, o espetáculo está mais relaxado, à vontade.
ZH - E para o show aqui no Araújo, o que os fãs devem esperar em termos de repertório?
Paulo Ricardo - Um pouco de todas as fases e parte de um Luau MTV, acústico, que nunca fizemos em shows. Ali, tocamos de Pink Floyd a Echo & The Bunnymen.
ZH - Falando nisso, tem alguma música que vocês não toquem? Porque, sei lá, encheu a paciência? Ou a relação de vocês com os grandes sucessos é de carinho incondicional?
Paulo Ricardo - Os grandes sucessos têm vida própria. E, como seres mitológicos, podem nos devorar se não os fizermos (risos).
Para lembrar os hits
Cante junto e se prepare para o show
1. Loiras Geladas
2. Alvorada Voraz
3. Olhar 43
4. Rádio Pirata