Vanessa Scalei
Nem tinha estreado e Sexo e as Negas já provocava polêmica. Acusada de racismo por grupos ligados a mulheres negras, a série de Miguel Falabella teve seu primeiro episódio exibido na terça-feira (RBS TV, 23h30min), e foi difícil assistir sem pensar no assunto.
O que se viu foi um bocado de estereótipos, clichês e sexo, muito sexo. Mas vale pelo debate. Na estreia, a série falou sobre mobilidade urbana e como quem vive no subúrbio sofre com o transporte coletivo, pelo viés das amigas Soraia (Maria Bia), Zulma (Karin Hills), Lia (Lilian Valeska) e Tilde (Corina Sabbas).
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A produção não vai além do lugar - comum e dos clichês - as protagonistas são mostradas como a mulher negra sensual e objeto de desejo, moradora do subúrbio e em emprego considerado "secundário", como camareira e cozinheira. Mas é simplista achar que os estereótipos lançados por Falabella estejam ali apenas para reforçá-los.
Há crítica no programa, as garotas enfrentam machismo, racismo e preconceito social. Com o recurso da ironia, o objetivo é fazer o público pensar. É isso que o autor defende. Inspirada em Sex and the City, a trama foi fiel à abordagem da mulher livre para viver sua sexualidade. Por outro lado, pode-se contestar que outros pontos da série famosa tenham sido deixados de lado, como a ambição por uma carreira de sucesso (o que ainda pode aparecer).
Afinal, a mulher não vive 24 horas pensando em sexo ou em homens. No fim, a polêmica serviu para que o debate sobre a imagem da mulher negra na sociedade esteja sendo feito. Esse é um ponto positivo. Sem esquecer que é uma obra de ficção a serviço do entretenimento.
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