
Carlos Villagrán pede um favor a esta repórter ao final de uma curta entrevista - ele dorme cedo, então a conversa teve de ser arranjada para antes das oito da noite. Não sem alguma surpresa (afinal, nunca sonhei em ter o Kiko, do Chaves, me pedindo favores durante o expediente), respondo com um "claro, diga".
- Seja feliz - diz ele.
Foi com esse propósito firme, o de continuar fazendo sorrir, que Villagrán abandonou a aposentadoria que anunciou ao final de 2013. Atualmente em turnê pelo Brasil, que inclui passagem por Porto Alegre e Novo Hamburgo, ele falou a Zero Hora, por telefone, direto de São Paulo. Leia:
Zero Hora - Por que o senhor decidiu abandonar a aposentadoria e voltar aos palcos?
Carlos Villagrán - No caminho da vida, encontrei muitas pessoas. Foi um político mexicano, a quem disse que tinha me despedido de Kiko, que me disse que eu não deveria me despedir, que o público deveria me despedir. "Se você pode continuar fazendo as pessoas rindo, você tem que seguir, é o público que manda", ele disse. Ouvi com muito carinho. Depois disso, me ofereceram trabalho e eu aceitei com muito prazer. Acredito que fazer rir é um dom oferecido por deus.
ZH - O que há de novo na atual turnê?
Villagrán - Temos a oportunidade de apresentar o senhor que dublou Seu Madruga no português. Coincidentemente, ele é muito parecido com o personagem, até eu me surpreendi. Então fazemos Kiko e Seu Madruga, uma variante muito bonita para o público que quer ver o Kiko fazendo nada. Todo mundo sabe que o Kiko é tonto, é meio burro, não sabe fazer nada, e ele tem muita graça simplesmente fazendo nada. A gente se diverte muito.
ZH - Novamente, você volta a Porto Alegre. O artigo sobre você na Wikipedia diz que, das últimas vezes que você esteve aqui, começou a torcer pelo Internacional. É verdade?
Villagrán - Pelo Internacional? Não! Sou do Grêmio, sim.
ZH - Há uma história famosa de um senhor aqui no Estado que se dizia o "criador do Kiko" e excursionava com um circo. Você conhece essa história? Tomou alguma providência?
Villagrán - Sim, conheço. Mas também, no Equador, no Peru, em todo o lugar, há pessoas de todo o tipo que dizem ser os criadores do Kiko. São pessoas sem vergonha, descaradas, que dizem que criaram meu personagem, mas não sei de onde tiraram essa história. Sou eu que tenho a capacidade de falar com as bochechas infladas. Quase ninguém no mundo faz isso. E de chorar "rrrr-rrrr!", também. Então, é uma mentira deslavada.
Show do Kiko
Sábado, 18 de outubro, às 15h30min
No Teatro do Bourbon Country (Avenida Túlio de Rose, 80/301)
Ingressos entre R$ 100 e R$ 150
Ponto de Venda Sem Taxa de Conveniência: Bilheteria do Teatro do Bourbon Country
Av. Túlio de Rose, 80 / 2°andar
Horário de Funcionamento: de Segunda a Sab. das 14:00 às 22:00 e Dom. e feriados das 14h às 20h.
Domingo, 19 de outubro, às 16h
No Teatro da Feevale (ERS-239, 2755)
Ingressos entre R$ 80 e R$ 150
A lista com os pontos de venda aqui