Procurei pelo apito. O erro tinha sido meu. A professora Gricelda me deixara com as crianças todas em ordem. Tendo àquela época recém começado no magistério, já tarde na vida, e trabalhado somente com adolescentes e adultos, eu não sabia que os pequenos não entediam perguntas retóricas. Falando de um poema sobre um marinheiro, achei que cabia recorrer às experiências dos alunos para explicá-lo. Assim me dirigi ingênuo à classe: "E aí, gurizada, quem nunca viu aquele marzão e pensou o que tinha do outro lado?".
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