Está terminando o ano em que Shakespeare estaria fazendo 450 anos de vida não fosse esse bendito acontecimento que todos nós vamos ter que enfrentar um dia chamado Morte. Por que bendito? Porque, não fosse a finitude, esta vida seria um tédio, um tédio eterno, sem objetivos, sem surpresas, sem novidades, sem criatividade, sem imaginação, sem possibilidades. Já pensaram o que seria acordar, tomar café, ler o jornal e tudo mais que fazemos o dia inteiro, todos os dias, durante 450 anos? E se permanecesse a legislação que regulamenta as aposentadorias, tudo seria ainda muito pior. Fazer, criar, inventar, consertar, produzir, concordar, discordar e depois voltar a discordar, concordar, produzir, consertar, inventar, criar e fazer tudo de novo, eternamente, sempre. Ainda bem que um dia morreremos, realizados e felizes.