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O mito de Medeia ganha uma nova adaptação nesta quinta-feira em Porto Alegre. Madeamaterial estreia no Instituto Goethe e segue em cartaz até domingo, sempre às 21h, trazendo para o público um drama conhecido desde a Grécia Clássica, mas trabalhado pelas companhias GRUPOJOGO e a vai!ciadeteatro para também refletir questões contemporâneas.
A história da mulher que mata os próprios filhos para se vingar do companheiro infiel foi o tema de um dos grandes êxitos recentes dos palcos gaúchos, Medeia Vozes, do grupo Ói Nóis Aqui Traveiz, que arrebatou oito prêmios Açorianos em 2013. Diferentemente da peça do Ói Nóis, construída a partir de uma releitura do mito feita pela alemã Christa Wolf, Medeameterial parte do texto Margem Abandonada Medeamaterial Paisagem com Argonautas, de Heiner Müller.
Em vídeo, assista a trechos do espetáculo:
O dramaturgo alemão, morto em dezembro de 1995, foi o motivo da aproximação do GRUPOJOGO e da vai!ciadeteatro, que montaram em abril o Laboratório de Criação #HEINERMÜLLER, com leituras, performances, oficinas e debates.
- Mesmo 20 anos depois de sua morte, Heiner Müller consegue ser um autor muito contemporâneo, com textos que ainda repercutem muito, pois falam de atrocidades presentes na sociedade atual - avalia o diretor da peça, Alexandre Dill, do GRUPOJOGO.
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Dill já havia encenado o texto em 2011, no papel de Jasão, personagem vivido agora por Vinícius Meneguzzi, da vai!ciadeteatro. Para encarnar Medeia, a atriz Fernanda Petit foi convidada. No palco, estão apenas os dois atores.
- Trata-se de um texto pós-dramático, ou seja, é uma reflexão que se passa depois que a tragédia de Medeia já aconteceu, em um plano diferente do real. Fizemos a opção de trazer o universo dos atores para o palco. O ator se expõe, não se apresenta como um personagem, e sim como ele mesmo, um artista que empresta sua própria experiência para viver um papel - explica Dill.
Na montagem, Jasão é retratado como um homem obstinado pelo poder, enquanto Medeia tem a justiça como sua principal busca.
- Na nossa montagem, queremos deixar em evidência o papel da mulher na sociedade atual, muitas vezes encarada como um instrumento de poder masculino. Trata-se de uma Medeia mais frágil, que se submete ao poder dos homens. É uma busca por entender por que uma mãe pode abandonar seus filhos e chegar às últimas consequências deste ato - conta o diretor do espetáculo.
De quinta-feira a domingo, diariamente, às 21h.
Duração: 45 minutos.
O espetáculo: releitura do mito de Medeia, inspirado na obra do dramaturgo alemão Heiner Müller e encenada em parceria pelas companhias GRUPOJOGO e vai!ciadeteatro.
Auditório do Instituto Goethe (Rua 24 de Outubro, 112), fone (51) 2118-7800.
Ingressos: R$ 30, à venda no local. Desconto de 50% para Clube do Assinante ZH, estudantes e idosos.