
O Museu do Trabalho, no começo da Rua dos Andradas, vai se tornar uma grande feira neste final de semana. Nos estandes, estará uma seleção de gravuras, zines, livros de artista, histórias em quadrinhos e até mesmo adesivos e camisetas.
Mais do que oportunizar que o público veja e leve para casa a produção de artistas gráficos locais e de outros Estados, a Parada Gráfica busca ser um ponto de apoio para incentivar a carreira de jovens autores.
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- O Museu do Trabalho acaba agregando muita gente nova por conta das oficinas e exposições que promove. Isso se reflete na Parada Gráfica, pois muitos deles acabam se agregando à feira - explica Fábio Zimbres, um dos organizadores.
A terceira edição do evento começa nesta sextta-feira, às 19h, no Solar Coruja, com a abertura de uma exposição do coletivo A Máfia Líquida, de São Leopoldo. A Parada segue até domingo, com feira e oficinas na sede do Museu do Trabalho. Todas as atividades têm entrada franca.
Nos estandes do evento, estarão mais de cem expositores, entre artistas independentes e pequenas editoras. O número reflete o rápido crescimento do encontro: em 2013, eram apenas 20 expositores. Hoje, cerca de um terço dos artistas vêm de outros Estados, e também há muitos participantes do interior do Rio Grande do Sul.
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- Fazemos um esforço para abrigar todos os interessados em expor, mas há uma limitação de espaço. Então, na hora de fazermos a seleção, buscamos dar um foco nas publicações, privilegiando artistas que tragam livros, zines e quadrinhos originais, embora haja espaço para adesivos, agendas e camisetas - conta Zimbres.
O público vai encontrar trabalhos com preços variados. Haverá desde zines em pequeno formato a R$ 2 até gravuras com valor em torno de R$ 300. A variedade de técnicas de impressão também é grande, com xilografias, serigrafias, cartazes feitos a partir do uso de carimbos e livros com impressão digital de alta qualidade, entre outras técnicas e processos.
- É importante que os artistas tenham acesso ao público, e atualmente as feiras independentes estão conseguindo viabilizar isso em diferentes partes do país. Além disso, é um modo de as editoras garantirem a circulação de muitas de suas publicações - avalia Zimbres.
Programe-se:
Atividades no Museu do Trabalho (Andradas, 230):
-Feira de publicações independentes e gravuras
Encontro com mais de cem expositores, entre editoras e artistas. Sábado e domingo, das 14h às 19h.
Mesa de Conversa
-Bate-papo com Augusto Botelho, um dos organizadores da Feira Dente, de Brasília, e Bia Bittencourt, idealizadora e curadora da Feira Plana, de São Paulo. Os convidados debaterão a importância das feiras na cena de publicações independentes do Brasil. A mediação é do artista gráfico Orlando Pedroso. Sábado, às 19h.
Oficinas
-Desenho Compulsivo, com Gabriel Góes, integrante do coletivo Sindicato, de Brasília. Exercício de fluência e naturalidade no desenho a partir de uma produção em quantidade. Sábado, às 14h30min.
-Ponta-Seca, com Marcelo Lunardi, responsável pela oficina de gravura em metal do Museu do Trabalho. Experiência na gravação e impressão de uma matriz de gravura. Sábado, às 14h30min.
-Serigrafia Alternativa, com o artista visual Itapa Rodrigues. Versão da serigrafia industrial, mas voltada para o fazer artístico. Sábado, às 14h30min.
-Gravura em Vidro, com o artista alemão Ottjörg A.C. Gravação em matriz de vidro e impressão de gravura. Domingo, às 14h30min.
-Estamparia com Carimbo para Crianças, com Luciana Pinto, designer visual. Exercício de desenho e confecção de carimbo para impressão manual. Domingo, às 14h30min.
Atividade no Solar Coruja (Riachuelo, 525):
-A Máfia Líquida
Exposição do coletivo A Máfia Líquida, de São Leopoldo, que promove festas e faz trabalhos como cartazes, fanzines e intervenções. Abertura nesta sexta-feira, às 19h. Visitação de quinta-feira a sábado, das 18h às 23h. Até 29/8.
Atividades gratuitas. Para as oficinas, é preciso fazer inscrição pelo email inscricaoparada@museudotrabalho.org.