Cultura e Lazer

Tributo

Legião Urbana XXX Anos lota Pepsi On Stage

Espetáculo comoveu fãs de Renato Russo. Leia resenha

Alexandre Lucchese

Dada e Bonfá no show de Porto Alegre

Senhoras de meia-idade com faixas na cabeça, meninos e meninas com espinhas na cara e homens grisalhos portando barrigas e copos de cerveja. Era vasto o público que lotou o Pepsi On Stage nesta sexta-feira para assistir ao show Legião Urbana XXX Anos, na qual os remanescentes de uma das mais icônicas bandas de rock brasileira tocavam seus sucessos.

Vocalista André Frateschi

O projeto, liderado pelos ex-integrantes da Legião Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, prometia repertório conhecido, mas energia renovada. Não decepcionou. As 5 mil pessoas não viram nada de novo, mas puderam reviver ou experimentar pela primeira vez uma catarse coletiva cantando e pulando ao som das letras de Renato Russo.

Projeto "Legião Urbana XXX Anos" é promessa de catarse coletiva

Com meia hora de atraso, os músicos subiram ao palco ao lado do ator e cantor André Frateschi, vocalista principal, e uma competente banda de apoio. O grupo começou executando em ordem todo o disco Legião Urbana, de 1984, com sucessos como Será e Ainda é Cedo. Depois de uma breve pausa – não mais que cinco minutos – a banda voltou ao palco para cantar outros sucessos, alguns deles ao lado de convidados especiais.

Frateschi, Dado e Bonfá se revezaram em algumas canções, mas é a potencia vocal e presença de palco do primeiro que levantou o público. Mesmo longe do microfone, era possível ouvir a voz de Frateschi, que sacolejava todo o tempo ao som da bateria e das guitarras, um tanto desajeitado, é verdade, mas com visível emoção.

Público cantou junto as letras de Renato Russo

Dado Villa-Lobos recupera história da Legião Urbana em autobiografia

Se o grupo não decepcionou, não é possível dizer o mesmo dos convidados. Apesar de ser uma talentosa figurinista, a cantora carioca Marina Franco não impressionou com sua voz de pouca personalidade ao cantar Dezesseis. Já o cearense Jonnata Doll conseguiu chamar atenção por uma interpretação visceral de Fábrica, daqueles de deixar rouco quem tenta imitar. Mas o nível voltou a baixar com Paula Toller, que cantou Antes das Seis em uma versão com química entre ela e a banda, além de O Mundo Anda Tão Complicado. Esta última não costuma fazer parte dos shows, como deu para perceber: o instrumental virou um nheco-nheco digno de churrascaria. Nem assim a plateia desanimou, cantando junto em todas as canções.

Entre os pontos altos, esteve uma versão pesada de Índios e Faroeste Caboclo, cantada em uníssono até o fim por garotos imberbes, senhores calvos, meninas de camiseta pretas e outros perfis de fãs que estiveram na casa. Foram cerca de duas horas de um show intenso e que, mesmo com alguns pontos baixos, ficará na memória da plateia por muito tempo.


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