
Há alguns meses, nascia o zum-zum-zum de uma possível reunião das duas principais figuras do Guns N Roses, o vocalista Axl Rose e o guitarrista Slash. Depois de tantas farpas trocadas entre eles, era difícil que o encontro de fato ocorresse. Não se sabe se foram as cifras milionárias ou qualquer outra justificativa, mas os dois deverão voltar a pisar no mesmo palco durante os shows do grupo como headliner no festival norte-americano Coachella, um dos maiores do mundo, em abril deste ano.
Abre-se, com isso, o questionamento: o mercado de festivais chegou ao limite? É preciso gastar US$ 3 milhões, segundo informações da revista Billboard, para conseguir reunir uma banda que não faz nada de relevante há mais de 20 anos, com dois integrantes que não se suportam?
Axl Rose ironiza volta do Guns N' Roses: "Única coisa confirmada é meu amor por Taco Bell"
O Coachella, como outros festivais do mundo, tenta dar sua cartada para driblar a crise mundial. Ingressos, afinal, já não são vendidos aos montes, no Brasil ou fora do país. Apela-se para a nostalgia barata, de uma das últimas gerações de cultura de massa na música. Depois da internet, poucas foram as bandas que chegaram a níveis populares. Isso pode ser colocado na conta da pluralidade da rede - ou do fim do monopólio da MTV, rádios e gravadoras. Mas não existem mais os grandes sucessos. Dentre as bandas de rock mais recentes, os maiores nomes são Strokes e Arctic Monkeys, mas até eles já estão por aí há algum tempo - e viveram seus momentos de headliners em festivais.
Planeta Atlântida divulga novos pontos de venda de ingressos
O LCD Soundsystem, responsável por marcar uma geração de indies que gostavam de se soltar na pista de dança, também está de volta para o Coachella, mas o retorno parece mais legítimo: vem aí um novo disco e novas turnês. O caso é que o Guns é uma das últimas grandes bandas de rock - de uma época em que ainda havia espaço para essas megalomanias. Talvez isso seja suficiente para salvar o Coachella de um possível fracasso de vendas em 2016. Mas e em 2017? Quem salvará a lavoura?