De um tempo para cá, Rafinha Bastos passou a dividir seu tempo profissional entre o humor que o fez famoso e o jornalismo, curso em que se formou, em Porto Alegre. Se os primeiros passos do gaúcho foram na internet, com sua antiga Página do Rafinha, e nos palcos, onde colaborou com o boom do stand-up no Brasil, os trabalhos com que ganhou repercussão recente foram programas de entrevista – Oito Minutos, no YouTube, e Agora é Tarde, atração que herdou de Danilo Gentili, na Band. Neste fim de semana, o humorista-jornalista estreia seu Rafinha Bastos Show, programa de entrevistas próprio transmitido pelo Multishow, todos os domingos, às 23h30min. E ao vivo, o que, segundo ele, é um dos atrativos do programa:
– Tudo pode acontecer. Não tem edição. Se o artista engasgar, vai para o ar. Se eu falar uma bobagem muito grande, o que não é raro, vai para o ar – diz, para completar com uma revelação: – Eu não vou mentir. Não assisto talk show. Inclusive, esta talvez seja a minha maneira de tentar descobrir a minha forma de fazer o formato. A verdade é que, no Brasil, é necessário que haja mais talk do que show. A referência do público ainda é o Jô Soares, então é preciso que haja muita conversa.
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O primeiro convidado do talk show ainda é uma surpresa e só vai ser descoberto pelo público neste domingo. Mas o apresentador garante que a ideia é levar entrevistados que tenham o que falar e que também saibam fazer rir. Para isso, Rafinha se envolve no processo e vai atrás de gente interessante para conversar:
– Sou um cara que se envolve do começo ao fim do processo. Chego a sentar na ilha de edição para montar os programas. Cansei de levar convidados para os meus programas que eu mesmo convidei, por telefone ou até mesmo pessoalmente. Existem convidados divertidos e convidados interessantes. O ideal é que o convidado cubra essas duas características, mas nem sempre acontece.
Rafinha está à frente de outras duas atrações que propôs ao Multishow: Tá Rindo do Quê? (a partir de 9 de maio), em que vai mostrar os bastidores do stand-up, ao lado do também humorista Marcelo Marrom, e Chamado Central, série cômica derivada de um projeto que criou no YouTube, ainda sem previsão de estreia.
– A liberdade que eu tenho na internet é absoluta. Eu mesmo edito os vídeos e posto do meu computador. Não tem como superar isso, mas a televisão tem seus atrativos e vantagens. Não tenho dúvida de que a TV fechada dá muito mais liberdade (do que a TV aberta), e é possível fazer televisão com ousadia, sim, sem muitas amarras. Esta experiência no Multishow está me mostrando isso.
