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Esperava mais de 3%, a primeira produção brasileira da Netflix. Cercada de expectativa devido ao sucesso do piloto lançado em 2011 no YouTube, a série criada por Pedro Aguilera parte de uma ideia muito boa, mas se perdeu na execução. Ainda assim, ao se chegar ao final dos oito episódios, fica uma vontade de querer ver a continuação – que a empresa ainda não garantiu.
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A trama foca num Brasil pós-apocalíptico onde a sociedade acaba sendo dividida em duas camadas: os que vivem no Maralto, com conforto e bem-estar, e aqueles condenados ao Continente, onde as cidades são destruídas e a miséria e a violência imperam. Para ascender socialmente, os jovens têm apenas uma chance e aos 20 anos podem participar do Processo, uma seleção rigorosa, da qual apenas 3% serão bem-sucedidos. Discutir a meritocracia em um país distópico do futuro é interessante, até porque o público fica o tempo todo se questionando o quanto disso já não acontece hoje.
3% peca com caracterização, figurinos e efeitos especiais muito abaixo do padrão Netflix. Além disso, em alguns momentos o roteiro se perde e vários atores entregam atuações pouco convincentes ou caricatas. Ainda assim, destaca-se Vaneza de Oliveira, que faz da candidata Joana uma das melhores personagens da série. A gaúcha Mel Fronckowiak, que aparece em apenas um episódio desta primeira temporada, tem uma presença marcante – aliás, o roteiro deixa brechas sobre se Julia teve seu destino definitivamente traçado neste primeiro ano. Bianca Comparato é Bianca Comparato – atuação boa e linear. Já Rodolfo Valente, que faz Rafael, inicia mal, com alguns exageros, mas termina muito bem e convence. Nesse ponto, o roteiro é bom, pois entrega personagens multifacetados e algumas reviravoltas importantes. Só que demora a engrenar – não é daquelas séries que te prendem nos primeiros episódios.
Se a ideia é mostrar que o Brasil pode produzir tramas instigantes e inteligentes, 3% cumpriu em parte sua missão. Pode melhorar muito se tiver uma segunda temporada. É apenas o começo da Netflix por aqui.
Catálogo à la carte
Demorou, mas enfim a HBO começa a entregar o seu serviço de streaming HBO GO desvinculdado de assinaturas de TV a cabo. A partir do dia 7, começam a ser vendidas assinaturas para usuários da operadora Oi no Espírito Santo, em Mato Grosso do Sul, na Bahia e no Distrito Federal. Em breve, mas ainda sem data, outros Estados e operadoras de internet entram no calendário. A assinatura do HBO GO será comercializada por um preço de R$ 34,90 mensais.
Especial de Natal
Sucesso principalmente no Brasil, a série Sense8, da Netflix, ganhará um especial que entrará no catálogo do serviço no dia 23. Serão duas horas e uma junção dos dois primeiros episódios da segunda temporada, programada para estrear só em 2017. Neste domingo, o especial será apresentado na Comic Con Experience, em São Paulo. A série das irmãs Lilly e Lana Wachowski conta a história de oito pessoas de diferentes partes do mundo conectadas pela mente e pelas emoções.
MELHOR DA SEMANA
Depois de um começo morno, Nada será como antes tem se mostrado uma ótima série. Com Débora Falabella em grande papel, a produção merece atenção – Globo Play está aí para isso.
PIOR DA SEMANA
Fora Grazi Massafera e seu núcleo cômico, A lei do amor carece de emoções. A trama de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari está fraca e não conseguiu conquistar a confiança do público.