Gustavo Brigatti
Certa manhã, Luiza Lian acordou de sonhos intranquilos. Mas, diferentemente do personagem de Kafka em A Metamorfose, não tinha virado uma barata indolente. Pelo contrário: pegou toda a inquietude que lhe tirava o sono e gravou Oyá Tempo, disco/performance/manisfesto que agora tira o meu sono.
É preciso entender, primeiro, que Oyá Tempo não se equilibra nos alicerces convencionais da indústria musical. Seu formato de álbum serve, antes de tudo, como tela para as angustias que dominam a poética de Luiza, cantora paulistana e artista visual que integrou a banda de jazz Noite Torta e lançou seu primeiro trabalho solo em 2015.
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– A intenção era não chegar a lugar nenhum – explica Luiza. – Comecei a trabalhar e estava achando tudo muito esquisito, na verdade (risos), porque não tinha ideia de gravar um novo disco, mas as coisas foram acontecendo. Foi entrando poesia, as bases foram sendo criadas, mais gente apareceu, e de repente tínhamos um EP e, então, um álbum completo...
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