
A equipe do Tá no Ar: A TV na TV sabe que está "bem na fita" na Globo. O programa, que estreia a quarta temporada na próxima terça-feira, depois do Big Brother Brasil, é sucesso de crítica e figura sempre entre os assuntos mais comentados das redes sociais quando é exibido. Talvez por isso os autores Marcius Melhem e Marcelo Adnet e o diretor Maurício Farias não queiram mexer muito no formato – que se destaca pelas doses de irreverência e transgressão.
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Além dos quadros Balada Vip, Jardim Urgente, Militante Revoltado e Te Prendi na TV, a abertura do programa ganhou a interpretação do músico Lulu Santos para a canção Televisão, e haverá participações especiais de nomes como a atriz Regina Duarte, a cantora Sandy e a apresentadora Angélica. Uma enquete, denominada Quem É a Celebridade Misteriosa?, movimentará os 11 episódios, assim como um reality show da hilária família Karlakhian.
– A gente explora a TV, então tudo que se destaca ou que chama a nossa atenção serve de inspiração – diz Marcius Melhem.
O desejo por um trabalho cada vez mais autoral segue em alta. E não há, por parte da equipe, medo de exceder limites.
– Tudo o que criamos para a primeira temporada foi exibido exatamente como fizemos. A partir dali, percebemos que abrimos uma estrada interessante para explorar – garante Maurício Farias.
No vídeo de apresentação divulgado à imprensa, há um esquete sobre as ocupações escolares, por exemplo.
– Não se trata de defender aluno ou polícia, a questão é que acreditamos que o estudante precisa ser ouvido – resume Adnet. – As pessoas estão cada vez mais reativas às opiniões dos outros. Há uma criminalização da arte, que vê o artista como vagabundo e acha que não precisamos de cultura, e, sim, de mais armas, tiros e mortes de bandidos – desabafa, sem perder a chance de fazer piada com a situação:
– Só estou aqui porque estou apoiando uma revolução comunista e ganhando muito dinheiro para implantar no Brasil o bolivarianismo. O governo de Cuba me paga; não é a Globo. A emissora, aliás, é ligada a Cuba e ao PSOL. O brasileiro finalmente está entendendo que a Globo é um braço do PSOL. E eu faço parte disso, me alimento da (Lei) Rouanet.
O elenco é o mesmo desde a primeira temporada. Cada episódio tem de 30 a 40 cenas diferentes, com todos se revezando. Além de Marcius Melhem e Marcelo Adnet, estão na lista Danton Mello, Luana Martau, Carol Portes, Georgiana Goes, Marcio Vito, Maurício Rizzo, Renata Gaspar, Veronica Debom e Welder Rodrigues.Melhem e Adnet acumulam as funções de atores e redatores finais.
As famosas paródias que fizeram bastante sucesso na internet também se mantêm com destaque. Em uma delas, ainda sem data prevista para ir ao ar, Adnet se caracteriza como Caetano Veloso e canta uma versão de Qualquer Coisa, em que critica a ditadura militar com frases como "Mexe no refrão e corta coisa" e "Se hoje a gente apanha, nem assim a gente para, ninguém para nem se acanha".
– A gente faz um clipe para acabar cada programa. Como alguns são de pot-pourri, escrevemos umas 20 letras por temporada – explica Adnet.