Meu DNA é programado para torcer pelo Grêmio incondicionalmente. Mas, encerrado o jogo contra o Veranópolis, aquele que fez o Felipão abandonar a casamata, metaforicamente o imitei e pensei: que bom pro futuro do Grêmio ter perdido em vez de cair na lorota de valorizar uma vitória de Pirro. Por quê? Porque o Veranópolis e outros times do nosso torneio regional são "fora de série" - não estão nem na Série D!
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Sou paciente. Até acreditei num ataque formado por Moreno e Barcos, o centroavante espetacular que parte da nossa torcida criticava por sair muito da área. Ora, se sai muito da área... Depois, entendi que os dois teriam os contratos finalizados em 2015, sendo conveniente evitar o "Caso Jonas" - que saiu de graça. Mais: vejo peladas do Gauchão e identifico qualidades nos cruzamentos do Galhardo e futuro na garotada que vem vindo. Também vibro com o milagre que a Lava-Jato nos proporciona de comprar, a preço de liquidação (e justo!), a gestão da Arena - o mais espetacular estádio em que já entrei, e olha que fui a muitos, aqui e no Exterior.
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Enfim, sou compreensivo, positivo e, juro, votei em Romildo Bolzan, porque vejo Fábio Koff como um fiador capaz de nos fazer acreditar que algo está sendo feito para o nosso bem, mesmo que não entendamos.
Dito isso tudo, vou agora ao motivo deste texto, que complementa a ideia do primeiro parágrafo: se continuarmos nesse rumo, nem sequer nos classificaremos para a segunda fase da Copa do Brasil. E, falando em "segunda", é pra lá que iremos, pra segunda divisão, onde há times melhores que os do trepidante Gauchão. Se cairmos fora da Copa do Brasil, nos restará a Sul-Americana, torneio disputado por clubes que ficaram entre a sétima e a 12ª colocação do Brasileiro. Vale alguma grana e a classificação para a Pré-Libertadores de 2016. Só! Não são o Gauchão nem a Sul-Americana que me farão levar as crianças até a Goethe para saberem como é bom ganhar um título. Só vou até a Goethe pelo Brasileiro, pela Copa do Brasil ou pela Libertadores. Não engano meus filhos.
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Sendo assim, vamos lá, aproveitem a chapuletada aplicada pelo Veranópolis e acordem. Economizar é legal. Mas nada é mais danoso financeiramente do que cair para a Série B, o claro destino que nos espera se continuarmos no incompreensível caminho trilhado até agora. É o famoso barato que sai caro.