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Argel Fucks disse:
– Se Deus quiser e Deus quer, a gente arruma a casa e passa o trator por cima dos caras.
Vazada de uma conversa entre amigos no WhatsApp, a frase de Argel Fucks ganhou espaço na mídia gaúcha na manhã de sexta-feira passada. Ganhou eco nacional em minutos. O Gre-Nal 410 passaria a ser conhecido como o Gre-Nal do trator.
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Os jogadores gremistas foram atingido pela voz do técnico colorado quando acordaram mais tarde na mesma manhã. Eles começaram a trocar mensagens entre eles. Estranharam. Ficaram tocados, indignados e o trator de Argel começou a entrar silenciosamente no vestiário da Arena. A indignação ganhou corpo. Jogadores de futebol são sensíveis quando colegas, treinadores e dirigentes falam o que eles não querem ouvir.
A dança de Sasha, valsa dos 15 anos sem título do Grêmio, como classificaram as redes sociais, incomodou os gremistas em maio passado na decisão do Gauchão. O troco estava perto.
Os dirigentes também ficaram impactados pela frase do treinador. Ao contrário de todos, Roger Machado não ligou. Tratou tudo como folclore.
No treino no CT Luiz Carvalho, na tarde da mesma sexta-feira, o assunto era um só: a frase de Argel. No dia seguinte, na concentração, o trator de Argel era mais uma vez assunto preferido, número 1 nos comentários. Roger garante que não usou o tema nas preleções pré-jogo. Nem precisou.
Os jogadores se encarregaram de utilizar a frase do treinador colorado como motivação especial. Mas não foi a motivação que ganhou o clássico. Foi o futebol. O desabafo dos atletas gremistas aos microfones depois do Gre-Nal, da vitória de 1 a 0, a primeira no Beira-Rio pós-Copa do Mundo de 2014, mostra como uma frase fora do lugar pode mexer com uma partida de futebol. Os resultados são sempre imprevisíveis.
O futebol não vive só de esquemas táticos. O folclore, às vezes, é imbatível. Faz bem ao torcedor e ao esporte. É saudável, não gera violência. Só a saborosa piada de torcedor.
*ZHESPORTES