
O primeiro e único evento-teste do Comitê Organizador Local (COL) da Fifa no Beira-Rio, o estádio da Copa do Mundo em Porto Alegre, mudou um pouco a paisagem de Inter e Atlético-PR. Se a chegada dos torcedores ao estádio não contou com grandes problemas - até porque muitos atenderem ao pedido do clube e acessar ao complexo a pé ou por meio de transporte público, algumas surpresas esperavam pelos colorados já no pátio do estádio.
Entre as novidades, um exército de 400 stewards (misto de seguranças e orientadores, sob comando da Fifa, trajando casacos laranja e amarelo florescentes) aguardava pelos torcedores nos portões do Beira-Rio. Com detectores de metais, ao melhor estilo aeroporto, eles impediam o acesso de materiais metálicos. E os radinhos de pilha, uma instituição dos estádios gaúchos, foram proibidos. Celulares e smartphones estavam liberados. Os radinhos, não. O que causou a revolta de muitos torcedores que, ou jogavam fora o companheiro de jornadas, ou os levavam de volta para casa e carros.
- Isso é um absurdo - protestou o sócio colorado Afonso Carlos Aguilar, de 51 anos.
- É, mas hoje é jogo de Copa. E na Copa, radinho não pode - retrucou o steward, que não quis se identificar.
- Fui às Copas de 2006 e de 2010. Sempre de radinho - seguiu reclamando o torcedor, que acabou levando o rádio de volta para o carro.
Cerca de 200 voluntários também compunham o cenário de Copa do Mundo. Com jalecos amarelos, com um enorme "i" às costas, eles colocavam em prática pela primeira vez o que aprenderam em dois meses de cursos online.
Houve alguma dificuldade de acesso dos colorados em determinados portões. A chegada, por volta das 17h30min, foi intensa e alguns problemas ocorreram com atrasos nas bilheterias - mas isso não foi culpa da Copa.
Na parte externa do estádio, a Brigada Militar e a EPTC se destacavam entre a multidão. No total, 800 agentes de segurança realizaram a prévia dos jogos da Copa no Beira-Rio. Já na parte interna, havia uma floresta de homens e mulheres com os casacos laranja-amarelo. Espalhados pelas arquibancadas e dentro de campo, a fim de evitar invasões, os stewards davam o tom do que será uma partida pelo Mundial. Nos skyboxes do Beira-Rio, os snipers (atiradores de elite da Polícia) estavam posicionados, às escondidas. Será assim na Copa. Eles entrarão em ação em caso de necessidade extrema. O comando da Brigada Militar foi feito através de monitoramento por dezenas de câmeras, no estádio e fora dele, desde o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), ao lado da Rodoviária, como será na Copa. Pela manhã, a Polícia Federal havia feito uma varredura antibomba em todo o estádio, com equipamentos e cães.
No pátio do Beira-Rio, houve alguma dificuldade para a utilização do 3G e para realizar ligações via celular. Dentro do estádio, principalmente na área de imprensa, o wifi e o 3G funcionaram. A Copa se aproxima. E o Beira-Rio, cinco anos depois de ter sido definido como o estádio do Mundial em Porto Alegre, enfim teve o seu primeiro e único evento-teste. Que venha a Copa.
Filas para acessar ao estádio
Já passava dos 15 minutos de jogo entre Inter e Atlético-PR e as filas se mantinham em determinados portões, por falta de informações do Inter. Devido aos acesso gratuito para sócias, alguns setores lotaram e as pessoas tiveram que se deslocar para outros portões. A situação se normalizou a partir dos 20 minutos de partida. Houve houve problemas também com o check-in, alguns torcedores fizeram e não conseguiram passar nas catracas.
Confira galeria de fotos do evento-teste da Fifa: