
A invasão de turistas argentinos que vieram assistir ao jogo da sua seleção contra a Nigéria aumentou a circulação de pessoas em Porto Alegre, mas isso não representou mais congestionamentos. O que se viu durante a manhã nas principais vias de ligação entre a Zona Sul e a região central de Porto Alegre foi uma movimentação mais tranquila em relação ao último jogo da Copa do Mundo realizado durante a semana na Capital.
Em 18 de junho, dia da partida entre Holanda e Austrália, o fechamento da Avenida Padre Cacique, que dá acesso ao Estádio Beira-Rio, provocou trânsito lento nessas rotas, especialmente na Avenida Tronco.
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Segundo o gerente de fiscalização da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) de Porto Alegre, Paulo Gumercindo Machado, a experiência anterior fez o órgão retardar em uma hora o fechamento da Padre Cacique no sentido bairro-centro (hoje a via foi bloqueada às 8h para veículos particulares e 10h para o transporte coletivo. No dia 18, o bloqueio foi feito às 7h) ajudou a fluir mais o trânsito. O tempo dos semáforos também foi alterado para garantir maior fluidez.
Mas não foi só o trabalho da EPTC que ajudou. A decisão da prefeitura de Porto Alegre e do governo estadual de declarar ponto facultativo integral fez o fluxo em direção à região central, ponto de grande concentração de órgãos públicos, diminuir consideravelmente.
Servidora pública na Procuradoria-geral do Estado, Daniela Gatiboni, 41 anos, mora na Rua José Francisco Duarte Júnior, também no Menino Deus, e costuma ir de carro ao trabalho, na Avenida Borges de Medeiros. Daniela também foi liberada do serviço por causa dos bloqueios na Borges.
- Achei que hoje o trânsito ia ser caótico - disse.
Das 86 escolas particulares da Capital, 31 tiveram feriado e outras 10 fizeram recesso no turno da partida. Além disso, algumas empresas do setor privado também seguiram o exemplo.
Um caso é o da moradora do bairro Menino Deus, Juliana Bortoluzzi. Funcionária de uma loja de móveis, ela foi dispensada do trabalho e saiu para passear com o papagaio Princesa. Juliana mora na Rua Augusto Melecchi, no bairro Menino Deus, e seu trajeto seria afetado pelas restrições na região do Praia de Belas. Nos recentes protestos na Capital, ela sentiu dificuldades para tomar o ônibus e chegar na hora no emprego.
Como bônus, esse pessoal pôde dormir um pouco mais, como fez a enfermeira Marcia Godoy, 51 anos. Pelas 10h, ela ainda se espreguiçava, mas pretendia acompanhar mais de perto a Copa. As três moradoras do Menino Deus pretendem conferir a festa dos argentinos no entorno do Beira-Rio antes do jogo.

Para o retorno à Zona Sul de Porto Alegre após a partida, a recomendação da EPTC segue sendo a Terceira Perimetral.
* ZERO HORA