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Após as bárbaras invasões de holandeses e de australianos - que fizeram a alegria dos bares da Cidade Baixa, com o consumo de cinco caipirinhas e de 10 cervejas per capita e algo em torno de R$ 250 no cartão de consumação -, chegou a vez dos argentinos mostrarem sua disposição à mesa.
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No Boteco Cotiporã, na Rua Lima e Silva, o coração do bairro boêmio, o estoque foi renovado, e a segurança estará mais atenta.
- Acredito que os argentinos vão se comportar, mas, como a própria Fifa considera Argentina e Nigéria o jogo com o maior número de torcedores sem ingresso desta Copa, ficaremos de olho. Quando o Grêmio jogou com o San Lorenzo, pela Libertadores, houve alguma confusão no entorno, mas não em nosso bar - diz Adilar Pires, sócio do Cotiporã.
E completa:
- Tomara que eles permaneçam até cinco horas nas mesas, como fizeram os holandeses e australianos, e que também sejam generosos nas gorjetas.
Com uma economia em crise, o "dame dos" está morto para a maioria dos argentinos em tempos de Copa no Brasil. Daí, a explicação para que tantos venham sem ingressos. Ainda assim, a churrascaria Galpão Crioulo, no Parque Harmonia, reforçou o estoque.
- Estamos prontos para os argentinos. Na sexta-feira, servimos oito deles. E a turma mandou bem. Acredito que teremos um grande público argentino nos próximos dias na churrascaria - afirma Rodrigo Ongaratto, sócio do empreendimento.
Ainda que Pedro Diogo Fonseca, presidente da Banda da Saldanha, não acredite que os hermanos possam superar as 15 horas de festas dos australianos na quadra do grupo de samba, ele aposta em grande presença argentina na churrascada. No dia dos australianos, 3 mil litros de cerveja, 60 quilos de carne e 1,2 mil cachorros-quentes foram consumidos com a mesma ferocidade do chute de Cahill no Beira-Rio.
- Queremos repetir com os hermanos a festa que fizemos para o pessoal da Austrália. Os australianos estiveram aqui durante toda a madrugada de sábado. Voltaram às 6h15min de domingo e ficaram no churrasco até a hora do jogo. Depois da partida, retornaram e fizemos salchipão com cerveja até as 21h - diz Fonseca.
O bar El Farol, no bairro Rio Branco, uma das referências da comunidade argentina em Porto Alegre, já está preparado para receber parte "de la invasión": quatro bandeiras da Argentina nas paredes, cerveja Quilmes no freezer e uma TV pela qual os torcedores poderão acompanhar a transmissão por um canal argentino.
- A expectativa é de que o bar fique lotado. Em outras partidas da Copa, muitas pessoas tiveram de ficar na calçada. Agora, o movimento deverá ser ainda maior - acredita Leandro Sanchez, sobrinho do proprietário.