
A Brigada Militar não vai receber os exoesqueletos prometidos pela Secretaria Extraordinária para Grandes Eventos (Sesge) e também não terá aqueles que, segundo a empresa responsável pela importação da vestimenta, foram licitados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul. Nesta sexta-feira, a SSP afirmou que não está prevista a compra do conjunto completo junto à vencedora do processo licitatório - apenas, de parte dele.
Na quinta-feira, a Sesge, ligada ao Ministério da Justiça, anunciou o cancelamento da compra dos exoesqueletos, sob a alegação que a entrega dos trajes não seria feita em função do atraso da empresa que venceu a licitação. Porém, a própria fornecedora informou que distribuiria 326 itens ao Estado por meio de outro processo licitatório. Mas, na SSP, a única licitação na qual consta como contemplado o Centro de Treinamento de Técnicas e Táticas Especiais e Sistemas Integrados de Segurança (CTTE-SIS) - o mesmo que seria o fornecedor do governo federal e com sede em Porto Alegre - diz respeito à aquisição de ombreiras para a BM, a peça superior do exoesqueleto. Ou seja: nada dos trajes especiais que lembram o ciborgue americano Robocop dos pés à cabeça.
O processo junto ao governo estadual ocorreu em abril deste ano e prevê a compra de 300 itens. O custo total é superior a R$ 160 mil, ao valor de R$ 535,83 cada ombreira. Contatado por Zero Hora, o proprietário da CTTE-SIS explicou a aquisição do material:
- A parte superior protege o cotovelo, os braços e as mãos, e a inferior cobre cintura, coxas, panturrilhas, joelhos e canelas. É que o Estado optou pela compra separada - diz Marcos Vinícius Souza de Souza.
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A SSP, por meio da assessoria de imprensa, não confirmou se há licitação aberta para a aquisição do restante do equipamento. O traje prometido pela Sesge a 15 municípios do país - incluindo Porto Alegre e as outras cidades-sede da Copa do Mundo, além de Aracaju (SE), Maceió (AL) e Vitória (ES), onde funcionaram centros de treinamento - deveria ter sido entregue antes do Mundial. Porém, a aquisição dos 3,7 mil itens foi suspensa após a CTTE-SIS descumprir o prazo de 20 de maio, prorrogado até 10 de junho.
A empresa garantiu que os equipamentos foram importados da China e que chegaram ao Brasil dentro do prazo previsto no contrato assinado, mas que o problema foi a demora na nacionalização da carga. A Sesge estuda a adoção de medidas administrativas devido ao atraso.