
Pela segunda vez na mesma semana, o Grêmio viveu o drama de uma decisão nos pênaltis. Só que, desta vez, a história teve final infeliz, com a derrota por 5 a 4. Na noite deste sábado, em Caxias do Sul, o time voltou a mostrar um futebol menor do que o exigido por sua torcida e, no tempo normal, ficou no 1 a 1 com o Juventude. Nos tiros livres, foi punido com as cobranças erradas de André Santos e Vargas.
A decisão foi quente, com poucas áreas restando vazias nas arquibancadas e cadeiras do Alfredo Jaconi. Houve quem tentasse, sem sucesso, entrar com ingressos falsos, que haviam sido repassados por cambistas. O Grêmio ocupou todo o seu espaço. Até mesmo os barrancos colados ao muro onde o estádio termina foram tomados por torcedores que vestiam azul. A torcida do Juventude também deu espetáculo, empolgada com boa campanha no segundo turno.
Uma amostra da aplicação do Grêmio foi dada a 10 minutos, quando Vargas abandonou o ataque e recuou até a divisória do gramado para dar combate a Zulu.
E era preciso mesmo uma ação coletiva da equipe para tentar conter a velocidade do Juventude. Bem organizado na defesa, o time de Lisca apostava nos contra-ataques para tentar surpreender. Aos 15 minutos, a receita quase funcionou. Zé Roberto foi desarmado no meio, Zulu fez passe para Diogo Oliveira, que chutou de longe, assustando Dida.
O Grêmio reclamou com razão da arbitragem, que anulou de forma equivocada um gol de Vargas, a 20 minutos, assinalando împedimento inexistente de André Santos.
Vargas, a propósito, lembrou um pouco o atacante fogoso que, no meio da semana, havia incomodado a Seleção Brasileira. Como queria Luxemburgo, usou de sua velocidade para abrir brechas na defesa do Juventude. Seu erro foi demorar um pouco nas conclusões.
Também funcionou, até os 30 minutos, uma jogada forte pela esquerda, em que André Santos acionava Zé Roberto, postado atrás dos zagueiros, para os cruzamentos. Só que nenhum deles foi aproveitado por Barcos.
Mais do que isso o Grêmio não fez. O Juventude cresceu em campo, aumentou a pressão pelos lados do campo e reclamou, sem razão, de pênalti de Pará sobre Alan.
Neste período do jogo, mais favorável ao dono da casa, o destaque foi a aplicação de Fernando na marcação. Cada participação sua era saudada pela torcida.
A velocidade do jogo aumentou no segundo tempo. Por vezes, Vargas trocava de lado, buscando espaços pela esquerda. A 10 minutos, lançado entre os zagueiros, o chileno chegou atrasado para a conclusão. Luxemburgo trocou o improdutivo Fábio Aurélio por Marco Antonio para aumentar o poder de criação. Um minuto depois, aos 18, Barcos, à frente da área, acertou um chute forte, que venceu Fernando. Mas nem houve tempo para comemoração. Aos 20, depois de cruzamento de Alan, o efetivo Diogo Oliveira cabeceou e empatou, com Dida apenas assistindo.
Se falhou no gol de Diogo Oliveira, Dida foi decisivo, a 29 minutos, ao salvar no canto esquerdo chute de Adailton, que havia entrado no lugar de Rogerinho.
Aflitas, as duas torcidas temiam pela iminência na decisão em pênaltis. O Grêmio assustou duas vezes, em chutes de Marco Antonio e de Barcos, depois de escorregão de Rafael Pereira.
GAUCHÃO, SEMIFINAL, 27/4/2013
JUVENTUDE
Fernando; Moisés, Rafael Pereira, Diogo e Robinho (Romano, 22'/2°); Fabrício, Jardel, Alan, Diogo Oliveira (Gustavo, 44'/2º) e Rogerinho (Adailton, 26'/2°); Zulu
Técnico: Lisca
GRÊMIO
Dida; Pará, Douglas Grolli, Bressan e André Santos; Fernando, Souza, Fábio Aurélio (Marco Antonio, 17'/2º) e Zé Roberto; Vargas e Barcos
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Gols: Barcos (G), a 18, e Diogo Oliveira (J), a 20 minutos do segundo tempo. Nos pênaltis: Alan, Zulu, Adaílton (errou), Diogo, Moisés e Gustavo (J); Zé Roberto, Fernando, Barcos, Pará, André Santos (errou) e Vargas (errou) (G). Cartões amarelos: Fernando, Bressan (G), Alan, Fabrício (J). Arbitragem: Fabrício Corrêa, auxiliado por Rafael Alves e Maurício Penna. Local: Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul.