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Wílder Medina, quem diria, prometeu e cumpriu. O polêmico centroavante do Santa Fe, que prometera "comer" o Grêmio, fez o gol que eliminou o time gaúcho da Libertadores, ontem à noite, no El Campin, em Bogotá. A derrota por 1 a 0 tira o Grêmio da competição que havia priorizado e o coloca diante de uma realidade de parcos recursos financeiros, que poderão provocar mudanças de grupo.
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Vencer o ambiente seria a primeira tarefa do Grêmio. A torcida do Santa Fe correspondeu ao apelo de seus jogadores, que definiram a partida como a mais importante do ano, e deu um espetáculo invejável. Estendeu imensas bandeiras, que cobriram toda a circunferência do estádio, espalhou pelo ar uma nuvem de fumaça vermelha e branca, soprou cornetas insistentemente e pulou tanto que fez o concreto tremer.
O primeiro tempo ficou longe do planejado pelo Grêmio. Sua postura, excessivamente recuada, deu ao Santa Fe, que usou três atacantes, maior posse de bola e volume ofensivo. Torres assustou a 5 minutos, em chute de fora da área, que Dida defendeu no canto esquerdo.
Na sequência, o Grêmio fez pela única vez em toda a primeira etapa o que tinha combinado nos treinos e apostou na velocidade de Vargas. Acionado por Elano, o chileno arrematou com força e obrigou o goleiro do Santa Fe a uma defesa complicada.
De resto, apenas os colombianos ousaram. A 14 minutos, Borja cabeceou nas mãos de Dida. Dois minutos depois, outra vez Borja pulou mais do que Werley e acertou a trave esquerda.
Acuado, o Grêmio se excedeu nas faltas, que resultaram em cartões amarelos para Zé Roberto, por um inexplicável chute no rosto de Torres, Bressan e Elano. A arbitragem errou ao não punir García por cotovelaço em Elano. Dida ainda voltaria a ser importante a 43 minutos, em chute de Cuero.
Um pouco mais ousado no segundo tempo, o Grêmio correu sério risco a 4 minutos, quando Medina deixou Werley para trás, mas concluiu fraco, nas mãos de Dida. Aos 15, Omar Pérez, astro do time, bateu falta por cima.
Extenuado, o Grêmio só resistia pela atuação impecável de Dida, que salvou cabeceio no canto a 20 minutos. Werley, Bressan, Fernando e Souza afastavam a bola da área do jeito que podiam, mas não havia quem a segurasse na frente. Esboços de reação surgiam somente com o lutador Vargas.
De resto, o time agonizava fisicamente pela altitude e não tinha energia para criar. Até que, a 34 minutos, o provocativo Medina invadiu a área com dribles sobre a dupla de zaga e fez 1 a 0, fazendo o El Campín de novo estremecer. Já nos acréscimos, Vargas, na frente da meta, sem goleiro, bateu muito alto, sepultando de vez o sonho do Grêmio.
LIBERTADORES, OITAVAS DE FINAL, 16/5/2013
SANTA FE 1
Vargas; Anchico, Valdés, Meza e García; Daniel Torres (Valencia, 32'/2º), Bedoya e Omar Pérez; Cuero (Molina, 15'/2º), Medina e Cristian Borja (Quinõnez, 42'/2º). Técnico: Wilson Gutiérrez
GRÊMIO 0
Dida; Pará, Bressan, Werley e André Santos; Fernando (Marco Antonio, 41'/2º), Souza
Elano (Kleber, 37'/2º) e Zé Roberto; Vargas e Barcos (Welliton, 40´/2º). Técnico: Roger Machado (interino)
Gol: Medina (SF), a 34 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Zé Roberto, Bressan, Elano, André Santos, Souza (G), Valdés, Anchico, Medina (SF)
Arbitragem: Roberto Silvera, auxiliado por Marcelo Costa e Maurício Espinoza (trio uruguaio)
Local: Estádio El Campin, em Bogotá