
Renato Portaluppi não merecia uma reestreia com derrota. Noventa minutos no limite da área técnica, ele treinou ali mesmo o time que estava em campo. Não foi o melhor Grêmio que poderia colher, mas obteve uma revelação, a de Maxi Rodríguez, o uruguaio que deu o lançamento para Barcos quebrar 70 dias sem gols, buscar o empate e deixar o time na quinta colocação do Brasileirão.
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Não foi à toa que Renato se agitou demais à beira do gramado enquanto um jogo pastoso se desenrolava sem emoção. Em nenhuma vez o técnico deixou a área que lhe é reservada. Passou instruções, gritou dentro do casacão do clube e não deve ter gostado do que viu em campo. Viu, de início, Zezinho ameaçar com um chute bem perto do canto de Dida, logo aos três minutos. Mas o Grêmio tomou conta do jogo com o tempo, apesar dos passes errados.
Com o meio assentado como Renato havia treinado na primeira semana, o desenho do losango, com um detalhe: Adriano, Souza, Guilherme Biteco e Zé Roberto ficaram muito distantes de Barcos e Vargas. Havia clarões no meio, apesar dos gestos desesperados do técnico tentando consertar a situação. Souza apareceu como ponteiro pela direita e, aos 25 minutos, cruzou em condições de Barcos tornear e quase marcar no canto do goleiro Weverton.
Mas os erros de passe eram frequentes. O mesmo Souza permitiu que Ederson concluísse um chute forte que Dida espalmou e a zaga colocou para escanteio. Quando respondeu, no ataque, Zé Roberto marcou um gol anulado em impedimento. Mas esse lance revelou uma articulação. Vargas recebeu no meio e avançou pela direita, viu o deslocamento de Barcos do outro lado e fez o passe na medida entre os zagueiros. O centroavante não conseguiu dar sequência à jogada, mas a bola sobrou para Zé Roberto, sozinho, na pequena área, diante do goleiro. Até então, era o maior momento de emoção de uma partida de raras emoções.
No retorno ao segundo tempo, o jogo lento e mal acabado se manteve até a entrada de Paulo Baier, quase 39 anos, no lugar de Zezinho, de 21. Mas foi o Grêmio quem colocou velocidade e abriu o jogo. Em escanteio, aos 19 minutos, Souza desviou de cabeça no travessão de Weverton. Em seguida, Barcos perdeu gol ao ser parado na hora da conclusão.
Também o Atlético saiu para frente. Em dois lances, ameaçou até que Pedro Botelho, em entrada pelo lado esquerdo desferiu um chute cruzado que venceu Dida. Eram 31 minutos, justo quando o Grêmio resolvia jogar. Um minuto antes do gol, Maxi Rodríguez (no lugar de Biteco) e Kleber (no de Vargas) já estavam à beira do gramado para as substituições.
A substituição revelou Maxi Rodriguez. Aos 37 minutos, o uruguaio lançou Barcos, que avançou sobre a zaga e concluiu com chute em diagonal que deu fim a um período de 70 dias sem marcar.
FICHA TÉCNICA:
ATLÉTICO-PR - 1
Weverton; Leo, Manoel, Luiz Alberto e Pedro Botelho; Bruno Silva, João Paulo, Felipe (Marcão, 40'/2º), Everton (Jonas, 47'/2º) e Zezinho (Paulo Baier, 17/2º); Ederson. Técnico: Ricardo Drubscky
GRÊMIO - 1
Dida; Moisés, Werley, Bressan e Alex Telles; Adriano, Souza (Cris, 45'/2º), Guilherme Biteco (Maxi Rodríguez, 32/2º) e Zé Roberto; Vargas (Kleber, 32/2º) e Barcos. Técnico: Renato Portaluppi
Gols: Pedro Botelho (A), aos 31min do segundo tempo; Barcos (G), aos 37min do segundo tempo.
Cartões amarelos: Moisés (G); Everton, Bruno Silva (A)
Arbitragem: Wilton Pereira Sampaio, auxiliado por Fabricio Vilarinho da Silva e Marco Antônio de Mello Moreira (trio de Goiás).
Público: 8.401 (total)
Renda: R$ 142.865,00
Local: Estádio Vila Capanema, em Curitiba.