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O aditivo do contrato entre Grêmio e OAS está longe de ser assinado, embora o acordo tenha sido selado em 18 de junho. O impasse faz balançar a relação entre as duas partes, reduz o fluxo de caixa do clube, a ponto de comprometer o pagamento do direito de imagem dos jogadores, e volta a gerar rumores sobre uma investida da direção para comprar a Arena.
A troca de chaves esbarra em um obstáculo aparentemente insuperável. O Grêmio não aceita ceder o Olímpico em troca de uma Arena alienada aos bancos que liberaram o empréstimo de R$ 275 milhões para a sua construção. Fábio Koff quer dividir a decisão com o Conselho Deliberativo.
- Acho correta a posição do presidente. É uma decisão do clube, não apenas de uma gestão. Mas este pedido ainda não foi feito - informa Jorge Bastos, vice-presidente do Conselho. Ele acrescenta que uma sessão extraordinária será convocada tão logo a solicitação chegue.
As duas partes perdem com o impasse. Sem conseguir substituir as garantias bancárias para entregar a Arena desonerada, a OAS não pode assumir o Olímpico para, depois de implodi-lo, lançar seu empreendimento imobiliário e comercial. O Grêmio deixa de obter um percentual sobre a venda dos imóveis e não obtém da parceira os recursos para a conclusão do CT do Humaitá e da nova área administrativa na Arena. Hoje, o clube sobrevive da receita de Quadro Social, marketing, adiantamentos dos direitos de televisão e venda de atletas. Valores que se revelam insuficientes para manter em dia a folha de pagamento dos jogadores.
Conselheiros ligados a Koff dizem que a única saída para o clube é assumir a gestão da Arena e voltar a desfrutar das bilheterias. É o que alimenta o sonho da aquisição do estádio. Um negócio de pelo menos R$ 500 milhões, cujos recursos viriam de bancos e seguradoras estrangeiras. A estimativa é de que a conta seja paga com a venda dos naming rights da Arena e com uma arrecadação anual não inferior a R$ 40 milhões.
O vazamento da notícia sobre a compra incomoda a direção, temerosa do afastamento de parceiros que poderiam bancar o negócio.
- Mas este sempre foi um desejo nosso. Torná-lo realidade é outra história - afirma um dirigente.
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