
Rodriguinho mal completou um mês no Grêmio e já virou titular de Enderson Moreira. Mais que isso: tornou-se cobrador oficial de bola parada e recebeu elogios do técnico. Afinal, seu pé direito foi a origem do primeiro gol de Barcos contra a Chapecoense. Trunfo que pode ser útil também contra o Fluminense.
- Sempre tive a qualidade de bater bem na bola, treinei bastante nos outros clubes em que passei. É algo que pode resolver uma partida difícil a nosso favor - conta Rodriguinho, de 26 anos.
A técnica no trato com a redonda vem de longa data. Iniciou aos sete anos, quando passou a jogar futsal no colégio em Natal, no Rio Grande do Norte, onde nasceu. Levava tudo como um hobby até os 17 anos, quando um amigo lhe levou para fazer testes no ABC. Foi lá que Rodriguinho surgiu para o futebol.
Após se destacar nas categorias de base da equipe potiguar, chegou ao profissional em 2007. Permaneceu por três anos no clube e conquistou dois campeonatos estaduais. Seu estilo de jogo chamou a atenção de investidores, que o levaram ao Bragantino em 2010. Jogou dois paulistões e uma Série B, que serviram como trampolim ao América-MG, onde ganhou visibilidade.
- Em Minas Gerais, obtive a maior ascensão da minha carreira - destaca.
Foram três temporadas na equipe mineira, com 103 jogos e 25 gols. Mas seu melhor momento ocorreu em 2013, quando impulsionou a arrancada do América na Série B. Também infernizou a defesa do Inter nos confrontos pela Copa do Brasil, entrando de vez no radar dos principais clubes do país.
- Eu era artilheiro e capitão da equipe, estava numa ótima fase física e psicológica - relembra.
Rodriguinho chegou a ter sua venda anunciada pelo América ao Al-Jaish, do Catar, por 4,5 milhões de euros. Só que os sheiks não cumpriram o combinado e ao acordo foi cancelado. Aí apareceu o Corinthians, que ofereceu R$ 4 milhões e comprou 50% de seus direitos - os mineiros seguiram com 10% e os outros 40% são de investidores.
Mas Rodriguinho pouco conseguiu jogar lá. Participou de apenas oito jogos sob o comando de Tite. Este ano, com Mano Menezes, teve menos chance ainda. Passou por momentos de tensão dentro do Corinthians, que foi eliminado na primeira fase do Paulistão e também teve seu CT invadido por torcedores.
- Não tive a sequência de jogos que eu queria, é algo que pode acontecer com qualquer um. Foi um período conturbado, foram muitas dificuldades. Mas agora isso é passado - comenta.
Em vídeo, três perguntas para Rodriguinho:
Rápida adaptação no vestiário
E a má fase no Corinthians virou passado mesmo. No início de abril, o Grêmio venceu a concorrência com o Fluminense e anunciou a contratação de Rodriguinho por empréstimo até dezembro. O interesse se arrastava desde o início de 2013, quando já era monitorado pelo executivo de futebol Rui Costa.
Foi apresentado um dia após a derrota no Gre-Nal decisivo do Gauchão. Recepcionado no vestiário por Pará, Edinho e Barcos, teve rápida adaptação ao clube e aos novos colegas. A boa estreia contra o Atlético-MG o colocou como opção imediata de Enderson Moreira para o meio-campo. Só que a satisfação pela confiança do treinador logo virou frustração com a queda na Libertadores frente ao San Lorenzo.
- A eliminação nos deixou muito tristes. Classificar era o objetivo de todos, já que o clube anseia tanto por um título de expressão. Mas ainda temos o Brasileirão e a Copa do Brasil pela frente, não podemos baixar a cabeça - adverte.
Após passar um mês morando em um hotel, Rodriguinho pouco conseguiu conhecer Porto Alegre. Somente esta semana conseguiu alugar um apartamento. Mas não deseja entregar o imóvel em dezembro. Planeja ficar em definitivo na Capital. E sabe do que precisa para isto:
- No mínimo, temos que buscar vaga na Libertadores. Mas um título seria muito importante, é isso que faz a tua história ficar marcada. E isso é importante para que eu possa permanecer.