Carlos Rollsing
Houve um tempo em que o Grêmio era conhecido por encontrar soluções locais para o comando técnico. Algumas culminaram em estupendo sucesso: os ídolos Felipão e Valdir Espinosa, Mano Menezes e Tite, que agora nos vira às costas com a alegação de que "não voltará a trabalhar em 2014".
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Outras experiências semelhantes ocasionaram retumbante fracasso, em muitos casos por influência do contexto de dificuldades do clube. Erros e acertos são do jogo. Inaceitável é errar sempre. Apostar e correr riscos é necessário.
No atual cenário de decadência dos milionários técnicos brasileiros, o Grêmio tentou buscar algo diferente com a contratação de Enderson Moreira, um "estudioso" da nova geração. Não deu certo. O ex-técnico gremista não reproduziu na prática o futebol moderno pregado na teoria.
Chegou o momento de o Grêmio inovar - à semelhança do Palmeiras - na busca de soluções para a casamata. Afora Tite, não há técnicos brasileiros capazes de empolgar ou de assumir com a certeza de bom trabalho.
É só mais do mesmo: profissionais que rodam o país, pingando de um grande clube para o outro, sem conseguir deixar uma marca expressiva. Também há um punhado de treinadores de passado vencedor, mas atualmente ultrapassados.
Como os medalhões não agradam mais, a antiga escola gaúcha não apresenta nenhum técnico emergente e o "estudioso" sucumbiu, não vejo outra solução exceto a contratação de um estrangeiro. Um argentino que viria para lotar o aeroporto Salgado Filho. Alejandro Sabella fez um grande trabalho na Copa.
O que mais me chamou a atenção foi a solidez do sistema defensivo da seleção da Argentina, disparadamente o setor do time com menos talento. Tata Martino é outra opção empolgante. Tem currículo.
Alguns dizem que o ideal seria um treinador estrangeiro chegar no início do ano. Até pode ser verdade, dentro do cenário perfeito, mas isso fica no campo da teoria: todos acreditavam que, após a Copa, o Grêmio voaria com os reforços e o período de treinos. Voltou pior. Com a globalização, a língua e os métodos de trabalho deixaram de ser uma barreira.
Fico me perguntando se as mudanças deveriam se restringir ao cargo de treinador. São inúmeros os erros cometidos pelo departamento de futebol do Grêmio. Agora, pela segunda vez, deixaram para demitir um treinador após a parada do Brasileirão. Com a sequência de maus resultados, Rui Costa e Marcos Chitolina já deveriam ter deixado os cargos.
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