
O final de ano melancólico plantou na Arena um clima de gigantesca preocupação entre os conselheiros gremistas do andar de cima, os mesmos que fazem e refazem presidentes.
O desconforto estava desenhado no rosto de quem foi aplaudir Romildo Bolzan Júnior no seu discurso de posse na noite quente e abafada de quarta-feira. Vídeos, fotos e relatos provam.
Nem a presença do histórico Fábio Koff conseguia oferecer conforto aos presentes. A incerteza não tem apenas 48 horas de idade. É bem mais antiga.
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O Grêmio é um poço sem fundo de preocupações. Ninguém sabe quem será o líder do futebol da nova gestão ou imagina quais serão os próximos passos da OAS, acorrentada na Operação Lava-Jato, nas negociações com os dirigentes gremistas sobre o futuro e o controle do novo estádio. Raros entendem como o clube conseguirá arrecadar dinheiro para se sustentar em 2015, que promete ser uma das temporadas mais difíceis de toda a centenária história do Grêmio, pagar as milionárias contas e investir outros milhões no futebol. Nem como será o comportamento do novo presidente, um homem que não tem a vivência do clube, apesar de ser um político articulado e experiente. Koff ungiu Romildo muito por seu dom de negociador e agregador do que qualquer outra coisa.
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Há um temor que cresce, ganha corpo, aos poucos. Mesmo experiente, com larga vivência europeia, Felipão pode confundir todo o novo processo tricolor. Sem a referência de Fábio Koff e com liberdade total para falar, opinar e decidir, Felipão pode se transformar no primeiro-ministro do Grêmio. Mandar em tudo, entrar na base, comandar o futebol, gerenciar todo o clube.
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Na entrevista coletiva, depois do jogo com o Flamengo, na Arena, o técnico falou como se fosse o número 1 do clube, o líder, a voz mais poderosa. Falou por ele e por todos. Ditou.
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A posição de Felipão é mesmo estranha. Ao mesmo tempo em que é a maior esperança da torcida (e dos dirigentes) para encontrar trilhos urbanos seguros em caminhos íngremes e liderar o time, pode não conhecer o seu verdadeiro roteiro no imprevisível 2015. Um deles é treinar o time e esquecer os fantasmas que o cercam na arbitragem. Assombrações não existem. Católico, ele sabe que não.
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Os anos passam e o clube fica cada vez mais desequilibrado financeiramente. As soluções, por sua vez, mostram-se mais raras. Pudera. São quase 20 movimentos políticos com ideais genais sobre como mandar um grande clube.
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