Os resultados de campo são cruéis. Se eles não aparecem, tudo mais que é feito se perde, é menosprezado ou ganha um destaque secundário no coração do torcedor.
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Vejamos o exemplo do marketing do Grêmio. Não acompanho tão bem os clubes de fora do Estado, a ponto de ser definitivo, mas desconfio que o trabalho do diretor Beto Carvalho e de sua equipe instalada na Arena já pode ser considerado case nacional ou até mesmo internacional.
O Grêmio extrapolou as quatro linhas do campo, saiu até mesmo de seu novíssimo estádio e está espalhando sua marca de forma criativa e heterodoxa. Primeiro, surgiu a hamburgueria, uma franquia na Rua da Praia cujo nome, 1903, foi escolhido com a ajuda do torcedor. Quem passa pela Praça da Alfândega certamente já deu, pelo menos, uma espiada para dentro da lancheria para conferir a novidade.
O que se vê são clientes, muitas vezes uniformizados, juntando a fome com a vontade de ajudar o clube. É isso que qualquer empresa deseja: engajamento. Que o cliente, além de consumir seus produtos, defenda a marca, se integre à sua estratégia e difunda suas qualidades para amigos e parentes.
O conceito está nítido na hamburgueria e na irmã caçula, a Paleteria 1903, aberta sábado nos dois terminais do aeroporto Salgado Filho. Na questão das paletas, mais uma característica louvável: agilidade. O Grêmio abre seus estandes durante o verão em que os produtos mexicanos são tendência de consumo numa porta de entrada para milhares de turistas no Estado.
Ações externas, sim, sem descuidar das coisas do campo. Como ocorreu na quinta-feira, no lançamento da nova camisa, precedida por teasers da Umbro que criaram expectativa no torcedor. Um bom público assistiu ao desfile e, claro, lotou a GrêmioMania da Arena após o evento.
A parceria com a Umbro ainda permitirá a transposição, para o FM, na frequência 90.3 (outra referência ao ano de fundação), da Rádio do Grêmio, anteriormente restrita à web. Outro golaço.
O marketing está consolidado, mas não quer dizer que seja suficiente para o torcedor. As ações são torpedeadas nas redes sociais - pela flauta colorada, é evidente, mas principalmente por gremistas - por aquela sentença arrasadora:
- Não queremos camisa nova, paletas nem hambúrgueres. Queremos títulos.
Os resultados, como eu disse lá no início, são cruéis. Mas os torcedores, muitas vezes, também são.
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