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Já escrevi neste espaço que o Grêmio tem time para brigar pela Libertadores. Não significa que seja favorito, especialmente diante das dificuldades do clube na busca por reforços. O título continental é possível, mas não pode motivar cobranças exageradas se não vier. É preciso entender que o time deu, no ano passado, os primeiros passos na construção de uma estrutura competitiva, e demanda tempo para amadurecer por completo.
Nos últimos anos, o Grêmio teve oportunidades para estabelecer um trabalho de longo prazo. Nunca as aproveitou. Faltou entender que uma equipe se monta com ajustes finos no elenco a cada semestre até que atinja o máximo de seu potencial.
Com Roger como um comandante (até aqui) incontestável e a situação financeira difícil, o clube parece saber, agora, que o processo é lento e gradual. A paciência com o time deve valer não só para o rendimento em campo, mas também para questões importantes em competições como a Libertadores, como, por exemplo, a forma com que os jogadores encaram situações adversas em partidas decisivas.
O Grêmio de 2016 pode entrar para a história como o time que desentalou o grito de campeão da garganta do torcedor, mas também pode ser o time que chegou perto, não conseguiu, e ajudou a construir a base para conquistas futuras. O que não pode é ser a equipe que foi destruída, em nome do desespero pelo fim da seca de títulos, no primeiro momento em que fracassou.
* ZH Esportes