A obsessão do presidente Romildo Bolzan é tornar o Grêmio um clube superavitário. Após assumir a gestão ao final de 2014 em situação quase falimentar, como revelou em entrevista a ZH em dezembro, o dirigente vê sua política de austeridade financeira dar frutos.
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Em um café da manhã com a imprensa, realizado na manhã desta terça-feira no CT Luiz Carvalho, Bolzan revelou que projeta encerrar 2016 com o caixa azul - situação inédita na recente história do Grêmio. Além disso, o presidente falou sobre o controle da folha salarial do elenco de Roger Machado, as negociações para a compra da Arena e a situação do estádio Olímpico.
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Quadro social
"A torcida do Grêmio respondeu muito positivamente às políticas da direção, principalmente sobre nossas expectativas para 2016. Os sócios contribuíram para que a gente tivesse um nível de arrecadação muito superior no adiantamento de receitas (mensalidades). Neste ano, tivemos um faturamento parcial de R$ 6,9 milhões. Em janeiro, estamos com 43,4 mil associados em dia, ou seja, se tiver um dia de atraso, não é computado nesta estatística. No total, estamos com 63 mil sócios, considerando os que estão com mensalidades atrasadas."
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Grupo para 2016
"O Grêmio priorizou a manutenção do seu elenco. Exceto o Douglas, que foi uma renovação de contrato, o clube fez a aquisição dos direitos econômicos de diversos jogadores. Não foi simples comprar o Maicon. Foram R$ 7 milhões desembolsados, de forma parcelada, com uma entrada expressiva. Os novos contratos do Geromel, do Marcelo Grohe e do Maicon foram feitos no patamar de um time de ponta. Se o Grêmio não comprar mais jogadores e fizer um enxugamento no plantel, a folha fica nos níveis que tivemos no ano passado (R$ 5,2 milhões). Em 2016, podemos ter a folha um pouco mais alta (limite de R$ 6 milhões) para formar um grupo competitivo."
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Finanças
"Projetamos para este ano um orçamento de R$ 221 milhões. Com ele, o superávit projetado é de R$ 1,3 milhão. Nossa perspectiva é ter, já neste ano, superávit. O que vai nos levar a isso é a disciplina. Não existe outra receita. Um dos nós mais importantes que precisamos liquidar são os encargos financeiros. É uma sangria que nos remete para uma situação de extrema dificuldade. Temos que estancar este custo. Nosso planejamento vai durar quatro anos se não vendermos nenhum atleta. Mas acho que até o final de 2016 já estaremos equilibrados. Se tivermos de vender, numa situação absolutamente inegável, podemos sair rapidamente do patamar de déficit."
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Investimentos
"O Grêmio é um clube que se organiza, não avança o sinal e não cria condições que não pode cumprir. Pode demorar mais um, dois ou três anos. Mas o nosso limite é quatro anos. Vamos seguir um planejamento de equilíbrio que possa privilegiar não só o aspecto administrativo, mas também dar orgulho ao torcedor. Para que ele veja que seu clube está organizado no futebol. Mais não avançamos em investimentos nas categorias de base por falta de recursos. Para os primeiros recursos que sobrarem, já temos o planejamento de reforçar as estruturas físicas da base (CT Hélio Dourado) e encaminhar as questões da aquisição da Arena."
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Compra da Arena
"Embora seja uma despesa, é a única alternativa concreta que o Grêmio tem de, rapidamente, fazer novas receitas. Nós temos uma estratégia de adquirir definitivamente a operação da Arena. Não só pela autoestima da torcida, mas também para fazer uma nova campanha de sócios, criar mais receitas com locações e fazer o estádio gerar muito mais lucro do que gera hoje. O negócio depende da recuperação judicial da OAS, que tem seus termos indefinidos. Estamos atentos em relação ao que está acontecendo. O negócio, por enquanto, estacionou. Mas estamos buscando alternativas para novamente engatar a primeira, a segunda, a terceira marcha."
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Estádio Olímpico
"O Grêmio mantém guarda patrimonial no Olímpico. Temos vigilantes que cuidam 24h por dia do estádio. É um local cercado, fechado. Quem entra lá pula muro. Não é um local com portões abertos para que seja frequentado. Quem vai para lá, geralmente vai para se proteger de algum delito. Comete uma infração e vai lá para se esconder disso. É constrangedor. Mas o Grêmio toma todas as providências e faz as devidas comunicações quando identifica invasores no local. É o que podemos fazer no momento. Isto faz parte de um acordo no negócio da Arena, que todo mundo sabe que está completamente travado por conta da recuperação judicial da OAS."
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